Charlotte |H.S|

Capítulo 48

Avisto a pequena casa ao longe e sorrio ao pensar que faltam apenas meros segundos para ver Harry e a minha avó. Paro o carro mesmo à frente da casa e desligo o mesmo, tocando na buzina para poder manifestar a minha chegada. Pego na minha mala abandonada no banco do pendura e saio do carro, fechando a porta e caminhando até ao porta bagagens para tirar a minha mala de viagem. A porta de casa abre e vejo Harry saltar do interior da mesma, sorrindo e correndo até mim. Os seus braços envolvem o meu corpo e erguem-me do chão com a sua força. Rodeio o seu pescoço com os meus braços e inalo o seu perfume.

"Já tinha saudades tuas." A sua voz soa e eu sorrio, sentindo-me ser pousada no chão e logo encontrando a imensidão de verde nos olhos de Harry.

"Eu também." Digo e ele sorri aproximando o seu rosto do meu e deixando um beijo na ponta do meu nariz. 

"Estás bem?" Pergunta e eu assinto. 

"E tu?" Pergunto e ele assente, acariciando a minha bochecha.

"Agora que estou contigo." Diz num tom baixo e eu sinto as minhas bochechas aquecerem.

"Ajudas-me a levar a mala?" Pergunto, fingindo que não ouvi o que Harry dissera anteriormente.

"Claro." Diz e pega na minha mala pesada como se pegasse num simples saco de plástico. "Depois tenho de te mostrar uma coisa." Olho-o curiosa.

"O quê?" Pergunto e ele ri-se.

"Já vês." Diz e eu bufo. Entramos em casa e ele levou a minha mala para o meu quarto. Tenho de ir a casa do Harry buscar a minha avó, tenho medo que ela se perca. "O que te preocupa?" A sua voz acorda-me.

"A minha avó, tenho medo que ela se perca a voltar para casa." Digo e Harry suspira, colocando o seu rosto entre as minhas mãos.

"Já te disse que a minha mãe está a par da situação e que ajuda a tua avó a voltar." Volta a assegurar e eu suspiro.

"Tenho medo, Harry." Digo e ele abraça-me, os seus dedos fazem carícias nos meus cabelos loiros e nas minhas costas.

"Não tenhas, eu estou aqui." Ele reconforta-me e eu enterro o rosto no seu peito, sentindo o seu perfume invadir os meus sentidos.

"Obrigada." Agradeço e ele afasta-me para poder olhar-me.

"Não tens de agradecer, Char." Diz e beija a minha testa, um beijo onde os seus lábios ficam colados à minha pele durante algum tempo. "Anda, quero mostrar-te uma coisa." Diz e pega na minha mão, entrelaçando os nossos dedos à medida que andávamos. Pegou na sua guitarra e saímos de casa. Caminhamos um pouco e sentamo-nos no chão, debaixo da sombra de uma árvore. Os seus dedos pegaram na guitarra e pressionaram as cordas, formando um acorde, depois outro e outro, até Harry começar a cantar.

"Stop the world and still have time

To erase any trace of hurt

That holds and cure that poison of a dirty glass

As I invent, everything to achieve

Your limit and even spend what's left

What's of you was never mine and if it's hard I measure, dark

To switch it for something better, much bigger than both of us

Even if I'll never have you

Even if I'll never want you

Even if  I'll never see you

I will search for that place where love is everything