Capítulo 27

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A imagem ao lado é a Katherine, que eu não vou dizer quem é porque vai dar-vos um ataque. Ou não... Boa leitura! <3

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Eu suspiro de alívio quando demoro apenas meia hora a fazer a viagem até casa da minha avó. Eu nem quero saber a quanto vinha para não ter um ataque. Saio do carro e abro o porta bagagens, tirando de lá a minha mala. Caminho apressadamente até à porta quando choco contra alguém e me desequilibro mas agarram-me. Olho para a pessoa e tenho de afastar o meu rosto pois estamos muito próximos.

Eu rolo os olhos e afasto-me dele, sacudindo a minha roupa. Pego novamente na mala e caminho de novo para a porta. Porém, ele põe-se à frente. Paro e cruzo os braços sobre o meu peito, erguendo a sobrancelha para ele. Mas o que raio pensa ele que está a fazer? Ele suspira e ergue as suas mãos, fazendo o gesto para que eu aguarde.

“Eu peço-te que tenhas calma quando entrares ali dentro.” Ele pede e eu rolo os olhos. Até parece que está ali o lobo mau a comer a avozinha… Eu bato-me mentalmente pela estúpida coisa que pensei.

“E eu peço-te que saias da frente.” Digo e ele suspira.

“Senhoras e Senhores, apresento-vos Charlotte e a sua maravilhosa simpatia.” Ele murmura mas eu oiço e tenho uma pequena vontade de rir.

“Sai da frente.” Estalo e ele olha-me.

“Sabes, eu acho que não te custa nada seres simpática para mim por apenas um minuto! É que eu nem te fiz nada!” Ele gesticula e eu rolo os olhos.

“Sai da frente, seu pãozinho sem sal.” Cuspo e desvio-me dele, caminhando para a porta. Bato na mesma e oiço os passos apressados da minha avó pois é sempre assim. A porta abre e eu sorrio ao vê-la. “Avó.” Chamo e ela sorri-me fracamente.

“Char.” Ela murmura e eu uno as sobrancelhas. Mas alguém me pode explicar o que se está a passar aqui, se faz favor?

“O que se passa?” Pergunto e ela dá-me espaço para entrar. Eu entro e caminho até ao meu quarto, passando pela sala e vendo um casal em pé de olhos postos em mim mas não ligo. Nem olhei bem para eles, vou ter tempo para isso. Pouso a mala no quarto e volto para a sala, vendo a minha avó, o casal e o Harry a olharem para mim.

Eu olho para a mulher, que me sorri docemente e eu quase que vomito com a sua doçura. Ela tem cabelos loiros e compridos, olhos castanhos e enverga umas calças pretas, uma camisa igualmente preta, saltos pretos, quilos de jóias e um batom encarnado nos lábios. Eu olho bem para a sua cara e sinto que a conheço.

Desvio o meu olhar para o homem ao seu lado. Os seus cabelos são castanhos mas já se vêem alguns grisalhos. Os seus olhos são azuis e a sua barba leve. Enverga umas calças de ganga e uma camisa branca. Uns sapatos pretos e um relógio caro. Eu sei que os conheço, oh meu Deus. Mas não sei de onde!

“Charlotte.” Ele chama-me e eu olho-o de imediato.

“Como é que sabe o meu nome?” Pergunto e ele olha para baixo e de seguida para a mulher ao seu lado.

“O meu nome é Peter.” Ele apresenta-se e eu sinto um aperto no peito. Não é ele.

Não pode ser ele.

Eu olho para a minha avó e ela sorri-me fracamente. Olho para a mulher e esta sorri-me.

“Eu sou a Katherine.” Ela apresenta-se e eu puxo os meus cabelos para trás com os meus dedos.

Merda.

“O que é que…” Eu começo mas fecho os olhos, respirando fundo. Eu não vou gritar, eu vou manter a calma. “O que é que vocês estão aqui a fazer?” Eu pergunto e eles olham um para o outro. Este sentimento familiar, os nomes… Só podia ser isto… Silêncio.

Silêncio é tudo o que se ouve aqui. Um silêncio ensurdecedor. Várias perguntas se formam na minha mente e eu não sei por onde começar. Eu olho para a minha avó e ela dá-me um olhar encorajador. Olho para o Harry e ele sorri-me fracamente, o que me faz quase revirar os olhos. De qualquer das maneiras, o que é que ele está aqui a fazer também?

E a mãe dele não estava aqui como ele tinha dito ao telefone? Já não percebo nada! Ligo à minha avó apenas para ouvir a voz dela e saber se está tudo bem e acabo em casa dela na presença do pãozinho sem sal e destes dois desconhecidos. A raiva começa a subir-me pelo corpo quando nenhuma resposta surge e eu bufo.

“Posso ter uma resposta?” Pergunto irritada e Katherine brinca com os dedos enquanto olha para a minha avó e para o Peter. Este mantém o seu olhar em mim. Ergo a sobrancelha para ele e ele suspira.

“Charlotte, nós queríamos falar contigo.” Ele diz e eu rio-me.

“O problema aqui é que eu não quero falar com o senhor ou com a sua mulher. Portanto, saiam da casa da minha avó.” Eu estalo e olho para o Harry. “O mesmo se aplica a ti, pãozinho sem sal.” Os olhares desviam-se para ele e as suas bochechas ganham um tom rosado.

“Harry, querido, se calhar podias ir até tua casa dizer à tua mãe que está tudo bem.” A minha avó diz e eu sorrio. Ele olha para ela e depois para mim. Levanto e baixo rapidamente as sobrancelhas e dou-lhe um sorriso vitorioso.

“Ok, eu vou.” Ele suspira e caminha para fora de casa. A porta fecha e os olhares são novamente pousados em mim.

“Muito bem, Katherine e Peter.” A minha avó capta as suas atenções. “Podem começar por explicarem tudo à Charlotte.” Ela diz e eu bufo. Eu não quero ouvir nada do que eles tenham para dizer. Eles olham para mim e sentam-se no sofá. Mantenho-me em pé. “Char.” Eu olho para a minha avó e ela aponta para o sofá. Balanço a cabeça.

“Eu estou bem em pé.” Recuso.

“Charlotte Mary Summers, senta-te.” A minha avó ordena e eu bufo, sentando-me no sofá o mais longe possível dos dois desconhecidos.

“Char, nós-” Katherine começa.

“Não se atreva a chamar-me isso.” Eu rosno.

“Charlotte, nós em primeiro lugar queremos pedir desculpa.” Ela diz e eu rio-me.

“Desculpas pelo quê? Por me terem feito o que fizerem ou por me terem feito sair do trabalho à pressa?” Pergunto.

“Ambos.” Ela responde e eu assinto.

“Não desculpo em nenhum dos casos.” Atiro e ela suspira.

“Charlotte, nós estamos a tentar resolver as coisas contigo.” Peter diz e eu levanto-me irritada.

“Dezanove anos depois?!” Guincho. “Já vêm tarde, muito tarde! Eu quis ouvir o que vocês tinham para dizer até aos meus dez anos! Eu quis ouvir-vos até perceber que vocês nunca iriam aparecer para me tirarem daquele buraco imundo onde eu levava pontapés, estalos, tudo! Onde eu gritava de dor mas ninguém me ouvia a não ser a porca da Diretora da espelunca onde vocês me abandonaram!” Eu grito. “Dezanove anos depois de todo aquele sofrimento, vocês aparecem e tentam recuperar o vosso papel de pai e mãe?! Eu não tentava, já é tarde demais.”

 

Olá! Espero que gostem!!! E sim, a Meryl Streep faz de mãe da Charlotte e o Pierce Brosnan é o pai da Charlotte (mas vou pôr uma fotografia dele no próximo capítulo) Beijinhos! <3

Charlotte |H.S|Onde histórias criam vida. Descubra agora