Capítulo 26

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Como de costume, esta comida está ótima. A salada está bem temperada, a sopa não está com ou sem falta de sal e a fruta está no ponto ideal. Acho que nunca tive algo negativo a apontar a esta comida, de facto a Senhora Bennett sabe cozinhar. Eu olho para o Liam e encontro-o deliciado com as almôndegas.  

Eu rio-me quando ele fecha os olhos e geme em apreciação ao mastigar lentamente a carne. Os seus olhos castanhos cor de chocolate encontram os meus e ele ri-se juntamente comigo. Bebo um gole de água para ajudar a acalmar o meu sistema da pequena risada que dei e recomponho-me. Olho novamente para a minha comida e levo uma garfada à boca.

“Pelo que vejo, isso está bom.” Comento e ele ri-se.

“Está mesmo. Eu tenho de pedir a receita à cozinheira.” Ele diz e olha para a cozinha onde se encontra a Senhora Bennett.

“Não sei se ela ta dá, a Senhora Bennett é muito misteriosa em relação às suas receitas divinais.” Eu digo e ele bufa.

“É pena, então…” Ele diz.

Acabámos de comer e guardámos o tabuleiro no sítio adequado para os tabuleiros. Saímos do refeitório e demos uma volta pela empresa para que o Liam ficasse a conhecer os cantos à casa e acabámos por voltar para o gabinete. Sentei-me na cadeira e terminei o projeto para enviar para o cliente.

Feito. Encosto as minhas costas à cadeira e sorrio satisfeita. Se calhar podia ligar à minha avó… Há uns dias que não falo com ela… Pego no meu telemóvel e procuro nas chamadas recentes o número da minha avó. Encontro-o e ponho a chamar, encostando o aparelho à minha orelha.

Se for o pãozinho sem sal do Harry a atender, eu tenho um colapso nervoso.

Chama, chama, chama, chama, chama e quando vou para desligar, o ‘pi’ irritante pára e uma voz soa do outro lado da linha.

Chamada On

“Estou?” Chamam e eu rolo os olhos. Porque é que os meus pensamentos têm sempre de estar certos?

“Primeiro, o que é que estás a fazer na casa da minha avó? E segundo, onde é que ela está?” Pergunto e oiço um suspiro.

“Não precisas de ser rude.” A sua voz rouca e grave soa e eu rolo os olhos novamente. A calma dele irrita-me.

“Não respondeste às minhas perguntas.” Estalo e ele suspira novamente.

“Eu estou aqui porque a minha mãe está aqui com a tua avó e elas estão a conversar, daí se eu a atender o telefone.” Ele explica e eu sorrio falsamente.

“Ok, agora passa o telefone à minha avó.” Mando e oiço o seu riso.

“Eu posso parecer um idiota mas eu também sei jogar o teu jogo, Charlotte.” Ele diz num tom sério e eu arregalo os meus olhos. Bem, está aqui uma versão má do Harry.

“Harry, acredita que tu não te queres mesmo meter comigo.” Eu meio que ameaço.

“Ouve, eu não quero faltar-te ao respeito mas essa tua frieza não te vai levar a lado nenhum, só te faz parecer uma má pessoa que afasta tudo e todos.” Ele explode.

“Eu sou uma má pessoa.” Eu digo.

“Eu não acredito nisso. Há algo bom em ti e eu quero que tu não o guardes aí dentro.” Ele diz e eu reviro os olhos.

“Passa a porra do telefone à minha avó.” Eu rosno e ele suspira.

“Foi bom falar contigo.” Ele diz como se não tivéssemos tido uma pequena discussão e eu rio-me.

“Sim, como queiras…” Digo e oiço alguns barulhos do outro lado e a voz do Harry a dizer à minha avó que eu quero falar com ela.

“Está, Char?” Ela chama e eu sorrio.

“Avó.”

“Charlotte, tens de vir para cá. Rápido.” Ela diz e eu sinto o meu coração bater fortemente contra o meu peito.

“Porquê?” Pergunto.

“Não faças perguntas, meu amor. Apenas vem, o mais depressa possível.” Ela diz e quando vou para a chamar, a chamada cai.

Chamada Off

Eu fico a olhar para o ecrã durante algum tempo até cair realmente em mim. Algo se passa e eu quero saber o que é. Arrumo as coisas na minha secretária e corro até ao cabide, vestindo o casaco. Olho para Liam e este olha-me confuso.

“Está tudo bem?” Ele pergunta. Eu não acredito que vou fazer isto.

“Liam, eu vou confiar totalmente em ti porque não tenho outra opção. “ Digo e ele assente.

“Mas o que é que se passa?” Ele pergunta novamente.

“Eu tenho de ir para fora portanto vou deixar-te as coisas e qualquer coisa podes ligar-me.” Coloco a minha mala ao ombro e abro a porta do gabinete. “O Brenton ajuda-te em tudo o que precisares e quanto aos projetos, aí sim, tu podes ligar-me. Pede o número ao Brenton.” Saio do gabinete sem o deixar responder e paro na secretária de Brenton. “Quero a tua máxima ajuda no Senhor Payne enquanto eu estiver fora.” Digo e ele levanta-se.

“Mas quantos dias vai estar fora, Senhora Summers?” Ele pergunta.

“Não sei, não faças perguntas, apenas ajuda o Liam.” Digo e retomo o meu caminho em direção à garagem. Entro no elevador e pego no meu telemóvel que decidiu pôr-se no fundo da mala. Assim que o alcanço, marco o número da Perrie, colando o aparelho ao ouvido.

Chamada On

“Charlotte?” A voz dela chama.

“Perrie, eu preciso que tomes conta do Ginger por uns dias.” Digo rapidamente.

“Wow, espera lá mas ainda nem é fim-de-semana! O que é que se passou, Charlotte?!” Ela pergunta.

“Eu não sei, é isso que vou descobrir.” Respondo.

“Mas está tudo bem com a tua avó?”

“Não sei, ela disse-me para ir o mais depressa possível até lá e é isso que eu vou fazer.” Digo e ela murmura um ‘Oh meu Deus’.

“Tem cuidado, ok?” Ela pede.

“Ok, beijinho.” Digo e desligo a chamada.

Chamada Off

Tenho os nervos em franja! Entro no meu carro e logo o ligo. Saio do edifício e guio rapidamente para casa. Ao menos tenho de levar uma mala. Eu estou a passar-me com estes ursos! Tiraram a carta por telefone, só pode!

“Sai da frente, seu broche económico!” Eu utilizo a alcunha criada por Zayn, mesmo sabendo que ninguém me está a ouvir a não ser eu.

Paro o carro à porta do prédio e pareço uma flecha a correr até ao meu apartamento. Entro e logo oiço o meu cão ladrar. Entro no quarto e coloco a mala em cima da cama. Ponho algumas peças de roupa na mesma e arranjo a minha bolsa de higiene. Guardo tudo e fecho a mala. Pego na mesma e volto a sair do quarto, seguidamente de casa.

Não me despedi de Ginger mas acho que neste momento, a minha avó é mais importante. E eu sei como é que ela é, se isto não fosse realmente importante, ela não me diria para ir para casa dela o mais depressa possível. E isso é o que mais me preocupa porque o que quer que esteja a acontecer é de extrema importância e não me ocorre nada!

Coloco a mala no porta bagagens e entro no banco do condutor. Ponho o pé no acelerador e guio para casa da minha avó o mais depressa que posso. Eu não quero saber do que me pode acontecer na empresa por sair assim mas eu sei que se não fosse uma emergência, a minha avó não me diria algo assim por isso, eu sei o que estou a fazer.

Olá! O que acham que vai acontecer? Espero que gostem! Beijinhos! <3

Charlotte |H.S|Onde histórias criam vida. Descubra agora