Se este rapaz não me desamparar a loja, eu juro que... Argh!
"Pára, ok?" Ele diz. "Tu não estás bem! Pára de me afastar! Eu só quero ajudar!" Ele diz enquanto gesticula.
"Eu não estou a afastar ninguém, ok?! Eu não gosto de ti! Eu não confio em ti! Eu só quero que simplesmente bazes e me deixes em paz!" Grito, frustração no meu ser.
"Tu estás magoada. É isso. Tu estás magoada e não queres que ninguém te tente ajudar... Mas tu podes falar comigo. Porque é que não deixas esse muro cair? Porque é que não deixas que as pessoas te ajudem?"
"Porque não preciso de ajuda. Eu estou ótima. Se ninguém se preocupou quando tinha três anos, porque raio se iriam preocupar agora?!" Pergunto, não para ele mas para mim. Se ninguém se importou comigo quando era pequena, porquê preocuparem-se agora? Agora que o meu coração não passa de um cubo de gelo?
"Mais vale tarde do que nunca. Espera, três anos?" Ele diz.
"Poupa-me, Harry. Se ninguém se preocupou comigo, é porque eu não sou importante para ninguém. Se os meus pais não se preocuparam comigo, porque é que te estás preocupar agora? Tu não me conheces para-"
"É isso! Tu estás magoada com os teus pais! Eles fizeram-te algo e tu não os consegues perdoar! E isso foi quando tu tinhas três anos! Certo?" Ele diz e sinto algo cair dentro de mim. Uma lágrima escorre pelo meu rosto e eu caio em mim. Ele está a ajudar-me e eu estou a fazer o que sei fazer melhor... Afastar...
"Isto é tão difícil." Digo e ele olha-me confuso.
"O quê? O que é que é difícil?" Ele aproxima-se de mim e coloca a sua mão no meu ombro.
"Tudo! Tudo!" Digo.
"Fala comigo, Charlotte." Ele pede e eu suspiro, limpando as lágrimas no meu rosto.
"Eu só tenho a minha avó... E mesmo assim ela está longe de mim durante a semana." Explico e ele olha para mim, toda a sua atenção na minha história de vida da treta.
"Os teus pais?" Ele pergunta e eu pondero se deva contar ou não. O silêncio reina. "Charlotte, tu podes falar comigo." Ele diz.
"Tu nunca mais vais querer falar comigo." Digo. A Perrie e o Zayn foram as únicas pessoas que continuaram comigo depois de saberem a minha história.
"Fazia-te um favor, não fazia?" Pergunta divertido. Sim, fazia mas não quero que ele saiba a minha história e não fale comigo. Seria idiota da parte dele.
Ou não.
"Fazias mas mesmo assim, não queria que soubesses a minha história e deixasses de falar comigo." Digo, hesitação na minha voz.
"Charlotte... Eu seria incapaz de fazer isso. Eu sou teu amigo." Ele diz e eu rio-me. Não me conhece nem há um dia e diz que é meu amigo... As pessoas do campo são demasiado simpáticas.
"Eu não sou boa amiga." Digo.
"Não interessa. Eu gosto de ti." Ele diz e eu quase que sorrio.
"Mas eu não gosto de ti." Digo e ele ri-se.
"Pois, eu sei mas também não quero saber disso para nada. Eu quero ajudar-te." Ele diz e, estranhamente, as suas palavras causam-me uma espécie de conforto.
"Os meus pais abandonaram-me num orfanato quando tinha três anos." Digo baixinho e ele arregala os olhos.
"Deus, isso é cruel." Diz.
"Pois é..." Digo e baixo a cabeça. Algo comprido envolve o meu corpo e eu assusto-me um pouco. O conforto invade o meu ser. O conforto de um abraço. Deixo que os braços de Harry me confortem, que o seu calor me conforte, que o seu cheiro me conforte. Ele não cheira ao típico homem de campo. Cheira a... Não sei, cheira bem.
"Eu vou estar aqui para ti..." Ele diz e eu quase sorrio. Ele é incrivelmente simpático. Se fosse em Londres, ele seria um mulherengo de primeira. Cabelo castanho encaracolado e olhos verdes? Amigos, era desejado por todas. Exceto por mim, claro.
"Harry?" Chamo.
"Hum?" A sua voz a vibrar.
"Ham... O-obriga-gada." Gaguejo e sinto o seu sorriso na minha cabeça.
"De nada." Ele diz e eu mantenho-me calada. Desvio o meu olhar para o céu. "Gosto de ver as estrelas.""Eu também." Digo.
"Parece que cada estrela no céu tem uma história, uma razão de existir. Não sei, é o que eu acho mas também eu sou um rapaz do campo que só tem o nono ano." Ele diz e eu impressiono-me com as suas palavras. Ele é mais inteligente do que parece...
"Isso foi bonito, sabes? Dizeres que as estrelas têm uma razão de existir, uma história. Isso é bonito." Digo e olho para ele.
"Achas mesmo?" Pergunta a sorrir.
"Não." Gozo e ele ri.
"És gozona." Diz.
"Sim, eu sou." Admito e rio-me ligeiramente. Como raio é possível este rapaz fazer-me rir?
"Estás melhor?" Pergunta.
"Sim, digamos que tu e a tua simpatia melosa ajudaram a acalmar a minha pessoa." Digo e ele solta uma gargalhada. "Que foi?"
"Simpatia melosa?" Olha-me de sobrancelha erguida.
"Sim, simpatia melosa." Confirmo e ele ri-se às gargalhadas. "Qual é a piada?"
"É engraçado... Simpatia melosa." Ele repete e ri-se novamente. Deus, é impossível não rir com este rapaz, a gargalhada dele é completamente contagiante e engraçada!
Quando dou por mim, estamos os dois a rir que nem parvos. Não me ria assim há sei lá quanto tempo! A minha cabeça tomba para trás e os meus olhos fecham. Paro de rir para tentar controlar a minha respiração e olho para Harry, que continua a rir. Começo a rir novamente. Oh meu Deus, eu tenho de parar agora! Estou aqui a morrer de riso, porra!
"Oh meu Deus, tenho de ir à casa de banho!" Ele diz e eu caio na gargalhada. "Não tem piada!" Resmunga e eu rio mais. Tento normalizar o meu ser e olho para Harry, que me olha de uma forma intensa e estranha. Deus, é desconfortável.
"Porque é que estás a olhar assim para mim?" Pergunto e vejo os cantos dos seus lábios subirem um pouco.
"Porque és linda..."
Olá! Espero que gostem! Desculpem a demora mas tenho estudado muito e... Coise... Vou escrevendo todos os dias enquanto espero pelo autocarro! Palmas para mim! Ok, parei. Bem, votem e comentem e bla bla bla! Beijinhos! <3
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Charlotte |H.S|
FanfictionEla é uma rapariga bonita e inteligente. Tem a sua casa e não confia muito nas pessoas, exceto nos seus dois melhores amigos, Zayn e Perrie. Foi abandonada num orfanato pelos pais mas conseguiu sair de lá aos 18 anos. Agora com 22, tem um trabalho...