Capítulo 25

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Imagem ao lado é a avó da Charlotte! Boa leitura! ;) 

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Eu olho para ele, sem saber bem o que dizer... Eu devo ter falado apenas uma vez com ele porque acho que se fossemos amigos, eu iria lembrar-me dele assim que o visse. O que aconteceu para ele sair de lá? Será que foi adotado? É que isso é ótimo e é algo que eu nunca tive o prazer de experienciar...

Além disso, se ele não tem dinheiro como diz, porque é que o orfanato o deixou ir? Eu não sei como é que conseguiram mas fico feliz por ele à mesma, visto que qualquer lugar é melhor do que aquele buraco. Aquela espelunca com aquela sala horrível que eu frequentava todos os dias e quando de lá saía tinha as costas todas marcadas.

“Como é que saíste de lá?” Eu forço-me a perguntar e ele olha-me atento.

“Os meus pais biológicos foram lá buscar-me.” Ele responde e eu quase tenho um ataque.

“Como assim eles foram lá buscar-te? Quer dizer, se foram eles que te lá puseram, porque haveriam de te ir buscar?” Pergunto. Se estivermos a falar de arrependimento, os meus pais nunca se irão arrepender. Ou se o fizerem, irá ser tarde demais…

“Eles puseram-me lá porque não tinham dinheiro para cuidar de mim e do meu irmão.” Ele explica.

“O que aconteceu ao teu irmão?” Pergunto.

“Ele também foi para lá mas nós nunca nos demos bem…” Ele diz.

“E vocês perdoaram os vossos pais?” Pergunto e ele assente.

“Sim, eles explicaram-nos que iam endireitar a vida deles e que nos iam buscar. Eles não conseguiam dar-nos uma refeição e foi por isso que nos puseram lá, não nos queriam ver sofrer… Eu decidi que ia trabalhar para os ajudar e agora o dinheiro é mesmo à conta.”

“Eu posso ajudar-te.” Eu digo. Este rapaz merece, se bem que eu não confio nele mas acho que o facto de ter aquela sensação familiar com ele abre uma exceção.

“Tu podes o quê?” Ele guincha.

“Eu posso ajudar-te.” Repito.

“Que tipo de ajuda?” Ele pergunta.

“Eu posso aumentar o teu ordenado.” Digo e ele nega.

“Não. Isso não seria justo para os outros trabalhadores.” Ele diz e eu encolho os ombros.

“Não quero saber, eu é que mando.” Digo e ele ri-se.

“Eu não posso aceitar…” Diz.

“Acabou a conversa.” Digo e a porta do gabinete abre, fazendo a silhueta do Liam aparecer.  Eu sorrio para ele e ele sorri de volta.

“É preciso eu ir à casa de banho?” Ele pergunta.

“Não, não pela terceira vez. O Niall estava já de saída tal como nós que vamos almoçar.” Digo e levanto-me. Depois do almoço eu envio o projeto ao cliente. Pego na minha mala e caminho até Liam. Olho para Niall e ele caminha até nós. Liam abre a porta e saímos.

“Até logo.” O Niall declara e eu sorrio.

“Até logo.” Digo e o Liam acena-lhe.

“Então, o que vamos comer?” Ele pergunta.

“Vamos ao refeitório da empresa que não é nada mal e damos uma voltinha para tu conheceres cada canto.” Explico e ele assente.

“Epá, cala a boca!” Oiço resmungarem e paro de andar pois conheço esta voz. Viro-me para trás e rio-me baixinho.

“A boca não se cala, fecha-se!” Ele atira.

“Então fecha-a, idiota!” Ela responde-lhe e eu rio-me por ver a cara dele sem resposta.

“Ficaste sem resposta, Zazza!” Gozo e eles olham-me.

“Charlotte!” A Perrie caminha até mim e abraça-me. “Quem é o giraço ao teu lado?” Ela pergunta em sussurros e eu rio-me.

“Olá, Pezz.” Eu ignoro a sua pergunta e ela rola os olhos.

“Olá, sou a Perrie.” Ela apresenta-se ao Liam e ele sorri.

“Liam.” Ele dá-lhe dois beijos e um Zayn chateado olha-o. Liam olha para ele e sorri. “Olá, sou o Liam.” Estica a sua mão e Zayn olha para ela, rindo-se.

“Zayn, o namorado da Perrie.” Ele estala e eu e a Perrie engasgamo-nos. Zayn no seu momento ciumento.

“Prazer.” Liam diz despreocupado e eu rio-me.

“Olá, Zayn, eu também estou aqui.” Digo e o Zayn sorri-me, abraçando-me. “Seu ciumento.” Sussurro para só ele ouvir.

“Tu viste bem como é que ele estava a olhar para ela?!” Ele guincha baixinho.

“Ela só gosta de ti, tu é que és o único a não ver isso…” Digo e ele suspira.

“Ok, como queiras.” Ele diz e eu separo-me do seu abraço.

“Bem, eu e o Liam íamos almoçar.” Digo e eles suspiram.

“Nós íamos raptar-te para vires almoçar connosco. Quer dizer, virem.” Perrie diz e o Zayn olha-a.

“Ele não é convidado.” Ele cospe e ela dá-lhe uma cotovelada.

“Pára de ser estúpido por apenas meia hora, Zayn.” Ela resmunga e eu oiço o risinho do Liam, o que me faz rir também.

“Só se me deres um beijo.” Ele diz e ela ri-se.

“Nos teus sonhos.” Ela responde e Liam levanta o dedo indicador.

“Mas vocês não são namorados?” Pergunta.

“Sim.”

“Não.” Perrie nega ao mesmo tempo que Zayn confirma e eu rio-me.

“Ok, fiquemos pela parte do ‘é complicado’.” Digo e Liam assente. “Nós vamos almoçar no refeitório hoje para o Liam ficar a conhecer o espaço e para lhe fazer uma visita guiada à empresa.” Explico e eles assentem.

“Então, amanhã?” Perrie sugere e eu assinto.

“Amanhã está perfeito.” Digo e dou-lhes um abraço e um beijinho na bochecha. “Vá, até logo.”

“Até logo, Char.” Perrie despede-se. “Adeus, Liam.” Ela acena-lhe e ele sorri.

“Adeus, Perrie.” Retribui e vejo Zayn rolar os olhos.

“Ok, vamos embora, Perrie.” Ele diz e puxa-a para longe. Eu olho para Liam e ele ri-se.

“O que é que ele tem contra mim?” Pergunta e eu rio-me.

“Digamos que ele é um rapaz muito ciumento.” Explico e ele assente.

“Sim, isso nota-se. Muito.” Diz e eu rio.

“É, eu sei…” Caminhamos para o refeitório e começo por pegar no tabuleiro. Coloco a folha de papel e os talheres. Coloco o copo, uma maçã e olho para os dois pratos que há para comer. Liam segue os meus movimentos e eu opto pelo puré de batata com hambúrguer. Coloco o prato no tabuleiro e entrego a minha senha à senhora que se encontra no pequeno balcão.

Peguei no tabuleiro e caminhei para uma mesa. Sentei-me e Liam sentou-se à minha frente. Ele escolheu o arroz de cenoura com almôndegas. Tirei os meus talheres do pequeno saco de papel e comecei a comer. Esta comida é deliciosa. Gosto mesmo muito disto. Era capaz de comer isto todos os dias mas o meu corpo não se pode dar ao luxo.

Olá! Espero que gostem! Beijinhos! <3

Charlotte |H.S|Onde histórias criam vida. Descubra agora