"Olá, Anne!" A minha avó cumprimenta uma mulher com cerca de 40 e tal anos, morena e de olhos verdes. Vê-se mesmo que é a mãe do Harry. Rolo os olhos com o meu pensamento.
"Olá, Julia!" Ela cumprimenta a minha avó e logo a sua atenção passa para mim. "Olá, querida." Ela sorri. Um sorriso doce. Sorrio de volta, embora falsamente.
"Olá, sou a Charlotte." Digo educadamente e ela abraça-me.
"Prazer em conhecer-te, Charlotte." Ela diz e eu rolo os olhos para a sua simpatia. Tal e qual o Harry...
Separamo-nos do abraço e olho para a porta, onde está um homem, que deve ser o pai do Harry e o Harry. Onde está a irmã dele?
"A Gemma não pode vir, adoeceu." O homem explica.
"Não faz mal, Robin." A minha avó diz. "Espero que ela fique boa depressa." Ele sorri.
"Obrigado." Ele diz e olha para mim, vindo-me cumprimentar. "Olá, sou o Robin." Não tenho tempo para responder, pois a voz grave e rouca do Harry impede-me.
"Olá, Mrs.Peterson!" Ele diz sorridente e eu rolo os olhos discretamente.
"Olá, Harry!" A minha avó diz sorridente. "Vem conhecer a minha neta! Ela disse-me que vocês já se conheciam." Ela puxa-o para dentro de casa e fecha a porta. Caminha até mim e os pais do Harry afastam-se, expondo-me. Os seus olhos encontram os meus e um arrepio percorre a minha espinha. Ele é irritante mas como é que é possível uma pessoa ter uns olhos verdes tão... Intensos?! Um sorriso escapa dos seus lábios e eu quero dar-lhe um murro.
"Olá." Ele diz.
"Olá, Harry." Digo.
"Já posso saber o teu nome?" Ele pergunta.
"Não." Respondo e ele ri-se. Olho para a minha avó e ela repreende-me apenas com o olhar. "Charlotte." Digo e dou-lhe um sorriso falso.
"Tens um nome bonito." Ele elogia e eu quase que sorrio com o seu elogio.
"Obrigada." Agradeço.
"Vamos jantar?" A minha avó acaba com o constrangimento e eu agradeço-lhe mentalmente.
"Vamos!" Robin diz. Fomos para a mesa e eu fiquei ao lado do Harry e à frente da Anne. A minha avó ficou à cabeceira e o Robin à frente do Harry. "Então, Charlotte, estudas?" Ele pergunta e coloca um pedaço de comida na boca.
"Não, trabalho." Respondo o mais educadamente possível. Ele assente e engole a comida.
"Mas tiraste um curso ou algo assim?"
"Sim, gestão de marketing." Respondo.
"É giro?" Pergunta. Ele sabe o que é?
"Sim." Ok, desviem as atenções, por favor!
"Eu também gostava de tirar um curso." A voz rouca e grave do Harry soa e todas as atenções vão para ele, exceto a minha. Uma enorme vontade de rir surge no meu ser. Como é que ele quer tirar um curso se nem o nono ano deve ter?
"Tu só tens o nono ano, Harry." Anne diz e eu engasgo-me com a comida devido a uma gargalhada presa na garganta. Fui má mas é aquele pãozinho sem sal portanto não importa.
"Estás bem?" O Harry pergunta enquanto bate com a sua mão levemente nas minhas costas.
"Ótima." Respondo e o meu subconsciente ergue a sobrancelha. Ah, pois! "Obrigada." Digo e recomponho-me.
"Continuando, eu sei que só tenho o nono ano, mas gostava de tirar um curso... Acho que é importante..."
"É importante na cidade, filho." Anne diz. "Aqui, não é preciso nada disso..."
"Eu sei, mãe." Ele diz e continua a comer.
"Tu é que o podias ajudar, Charlotte." A minha avó diz e eu quase que caio no chão com as suas palavras. Mas ela anda a trocar os comprimidos?!
"Não iria dar, avó, eu trabalho a tempo inteiro." Digo. Não é bem a tempo inteiro mas for para não o aturar, eu trabalho de sol a sol.
"É pena, podias ajudar o Harry..." Ela diz e eu desejo que terminem com esta conversa.
"Nós não queremos incomodar." Anne diz.
"Ó querida, já incomodaste ao entrar aqui." o meu subconsciente diz cinicamente.
"Não seja tonta, Anne!" A minha avó diz e eu decido desligar-me deste jantar. Termino a minha refeição e volto a ligar-me quando reparo que estão todos a levantar-se. "Char, ajudas-me?" Olho para ela e sorrio.
"Claro, avó." Levanto-me e pego nos pratos.
***
"A Charlotte adora andar a cavalo." A minha avó diz e eu estou quase a adormecer com esta conversa.
"Que giro, o Harry também!" A Anne diz e acaricia o rosto do filho. O que eu dava para ter algo assim... O que eu dava para ter uma mãe e um pai. Ter, tenho mas não querem saber de mim... Nunca quiseram e não é agora que vão querer. A minha visão fica turva e levanto-me, recebendo a atenção de todos.
"Desculpem mas eu vou só lá fora." Digo e sinto que a minha voz falhou na última palavra. Viro costas e saio de casa. Fecho a porta e fecho os olhos, abrindo-os. As lágrimas escorrem pelas minhas bochechas e eu só gostava de poder ter neste momento a Perrie ou o Zayn para me abraçarem... Caminho até ao local onde o Bluejeans costuma de estar e sento-me.
Levo os joelhos ao peito e escondo o rosto nos mesmos. Algo é encostado à minha perna e levanto lentamente o meu olhar, encontrando Bluejeans. Estico as minhas pernas e o seu focinho pousa no meu colo. Acaricio o mesmo enquanto fungo e tento acalmar a minha respiração. Com a minha mão livre limpo as lágrimas, numa tentativa de as parar.
"Olá, Bluejeans." Digo docemente.
"Charlotte?" Uma voz rouca chama e eu rolo os olhos. Porque é que ele tinha de vir atrás de mim, pah?! Que carago, que é para não dizer outra coisa!
Olho para trás e confirmo as minhas suspeitas. Bem, ao menos está sozinho... Assim só ele é que vê as minhas figuras. Volto a olhar para Bluejeans e sinto-o sentar-se ao meu lado. Continuo a acariciar o focinho de Bluejeans como se ele não estivesse aqui. Ele não está aqui a chatear-me, ele não está aqui a chatear-me, ele não está aqui a chatear-me. Argh, não resulta!
"Estás bem?" A sua voz soa de novo e sou obrigada a bufar devido à sua insistência.
"Que queres?" Pergunto sem olhar para ele.
"O que se passa? Estás triste." Ele diz carinhosamente e eu olho para ele.
"Eu não estou triste." Estalo.
"Estás sim, estás com voz de choro e saíste de casa com as lágrimas nos olhos. O que é que se passa? Deixa-me ajudar." Ele insiste.
"Deixa-me em paz!"
Olá! Espero que gostem! Beijinhos! <3
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Charlotte |H.S|
FanfictionEla é uma rapariga bonita e inteligente. Tem a sua casa e não confia muito nas pessoas, exceto nos seus dois melhores amigos, Zayn e Perrie. Foi abandonada num orfanato pelos pais mas conseguiu sair de lá aos 18 anos. Agora com 22, tem um trabalho...