Capítulo 61

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Libertei um longo suspiro enquanto conduzia em direção a casa. O Zayn fez-me ficar com ele porque caiu em si depois da Perrie sair de casa. Não vejo Harry desde ontem à tarde e confesso que estou a morrer de saudades dele. Perguntei-lhe onde ia mas ele fez muito mistério quando respondeu as simples palavras 'Vou resolver uns assuntos'. Ofereci a minha ajuda mas ele riu de uma forma doce e recusou.

Beijou-me e foi-se embora depois de dizer que me amava. Até agora ainda não me disse nada e fico um tanto pensativa sobre isto. Estacionei o carro na garagem e sorri ao lembrar-me de ver o carro de Perrie estacionado lá fora. Sempre achei que dar-lhe uma cópia da minha chave era uma péssima ideia. Desliguei o carro e saí do mesmo, fechando a porta e trancando-o. Caminhei até ao elevador e subi até ao meu andar.

Enquanto o elevador me levava a casa, vasculhei a minha mala, em busca das chaves de casa. Assim que as encontrei, agarrei-as com firmeza e fechei a mala. As portas do elevador abrem e eu saio, percorrendo o curto percurso até à porta do meu apartamento. Coloquei a chave na ranhura da fechadura e rodei-a, ouvindo o som do trinco.

Entro e fecho a porta de madeira atrás de mim, atirando o molho de chaves para cima da mesa de entrada. Pendurei a minha mala e tirei o meu casaco, pendurando-o também.

"Pezz!" Gritei pela minha melhor amiga.

Não houve resposta, o que é deveras estranho.

"Perrie?" Chamo num tom mais baixo. Caminhei até a cozinha e olhei para a cama de Ginger, ele não estava lá. Provavelmente, estão os dois a dormir como pedras na minha cama. "Ginger?" Chamei e assobiei.

Subi as escadas e caminhei até ao meu quarto, abrindo a porta descaradamente. A casa é minha, não há problema, com a Charlotte é sempre na boa. Porém, os meus pensamentos são impedidos de prosseguir quando os meus olhos atingem um corpo peludo deitado no chão. Era Ginger, parecia morto. Porém, apenas Ginger se encontrava na divisão, nada de Perrie.

"Ginger!" Gritei e corri até ele. "O que te fizeram?" Pergunto mesmo sabendo que não irei ter uma resposta. O meu cão foi drogado, está a dormir como uma pedra. Bem, ao menos está vivo.

Agora, falta a Perrie.

Voltei a descer as escadas.

"Perrie?" Chamei e caminhei até à sala, encontrando esta vazia. Voltei a chamá-la, várias vezes. Estará no escritório? Isso é estranho, ela raramente entra no escritório. Talvez precisasse de ir para o computador. Mas daí a não me ouvir? Se calhar saiu e eu estou para aqui a chamá-la à toa. Mas eu sei que algo aconteceu, o meu cão não acordou quando chamei por ele. Isso é deveras estranho. "Pezz?" Chamo e abro a porta do escritório.

Tudo o que vejo é uma poça enorme de um líquido encarnado escuro, vindo detrás da secretária. Caminhei trémula e lentamente até lá, sem pisar o sangue e sinto-me perder forças quando encontro o seu cabelo loiro curto, a sua pele branca agora ainda mais branca, o azul dos seus olhos escondido pelas pálpebras, os seus lábios de um tom rosa claro unidos numa linha e agora num tom roxo e um enorme corte no seu pescoço. Levei as mãos à boca e senti as lágrimas escorrerem com força pelas minhas bochechas, bem como a minha garganta doer.

Estava a gritar

"Perrie!" Berrei o seu nome e recuei tão rapidamente que bati com as costas na parede, deslizando por esta até chegar ao chão.

Não conseguia parar de olhar para a minha melhor amiga ali, morta. Chorei desalmadamente, sem nunca tirar os olhos do seu corpo, sentia a minha visão turva das lágrimas, o que me impedia de ver corretamente mas a imagem não deixava a minha mente. Não sei como isto aconteceu, mas quero saber como, quando e quem é que fez isto.

Charlotte |H.S|Onde histórias criam vida. Descubra agora