Capítulo 1

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Charlotte P.O.V 

Um som de um batuque na porta do meu gabinete soa e eu levanto o meu olhar para a mesma.

"Entre." Digo educadamente. A porta abre e revela o idiota do meu secretário, Brenton.

"Miss Summers, tenho aqui uma carta para si." O meu olhar desvia-se para o envelope de papel nas suas mãos e um sorriso tenta escapar dos meus lábios.

"Deixa-a aqui, Brenton." Mando e ele caminha até à minha secretária, pousando cuidadosamente o envelope em cima da mesma. "Podes ir."

"Com certeza, bom trabalho." Ele diz e vira costas, caminhando para fora do meu gabinete.

Avó... 

O meu olhar encara o envelope e finalmente deixo o meu sorriso dançar no rosto. Pego no envelope e abro-o com cuidado. Retiro a folha dobrada delicadamente e desdobro. Os meus olhos alcançam a letra cuidada da minha avó.

Minha querida,

Aproxima-se o fim de semana e eu espero ver-te cá em casa! Está calor e tenho saudades da minha neta de olhos verdes! O Bluejeans sente a tua falta... Diz qualquer coisa, meu amor.

Beijinhos da Avó 

Adoro ler as cartas da minha avó. Alegram sempre o meu dia. Ela e os meus dois melhores amigos são os únicos que me fazem sorrir verdadeiramente. Digamos que tenho uma péssima história de vida. Os meus pais abandonaram-me num orfanato quando tinha três anos e a minha avó não soube disso.

Os meus pais viviam no campo com a minha avó e mudaram-se para a cidade quando eu nasci. Depois de me abandonarem no orfanato, a minha avó ficou a achar que tinha morrido pois foram eles que lhe disseram tal coisa... Aos 18 anos, saí daquele inferno e fui até à minha avó, que quase teve um ataque quando lhe disse quem era...

Nunca soube bem a história toda mas sei que se a minha avó soubesse que eu tinha sido abandonada num orfanato, iria buscar-me de imediato. A minha avó é sem dúvida a melhor pessoa do mundo!

Peguei no meu telemóvel e marquei o número dela. Ao quarto toque, ela atendeu.

"Está, Char?" A voz da minha avó soa do outro lado da linha.

"Olá, avó." Sorrio.

"Desculpa não ter atendido logo mas estava a tentar lembrar-me de como se atendia o telemóvel..." Ela explica e eu rio-me, abanando a cabeça.

"Já te tinha explicado como era, avó..."

"Ó filha, mas já sabes como eu sou..." Ela ri-se ligeiramente. "Vens cá?"

"Sim, vou acabar umas coisas aqui e depois do almoço vou para aí." Informo e parece que sinto o seu sorriso.

"Ainda bem, Char. Vou fazer frango com laranja para o jantar!" 

"Obrigada, avó!"

"Vá, Charlotte, a avó vai deixar-te trabalhar e assim chegas cá mais rápido!" Rio-me.

"Está bem, avó, beijinhos até logo."

"Até logo, querida." Desligo a chamada.

Continuei concentrada no meu trabalho até à hora de almoço. Isto de ser gestora tem muito que se lhe diga... Eu adoro o que faço! Lutei muito para ter este trabalho. Quando saí do orfanato, vim para Londres e fiquei em casa da Perrie, que foi uma amiga que andava na minha escola juntamente com Zayn.

Eles tornaram-se nos meus melhores amigos e ajudaram-me muito. Mas depois eles vieram para Londres e eu fiquei naquele buraco. Graças a Deus nunca perdemos o contacto.. Ainda hoje o orfanato me procura mas não tenho grande interesse nisso... Sou maior e vacinada portanto para lá eu não volto!

Charlotte |H.S|Onde histórias criam vida. Descubra agora