III - As Toxinas Dessa Nova Atmosfera.

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MARCOS

Fazendo um grande esforço pra raciocinar, dei um longo bocejo e abri os olhos. Estava deitado em uma cama. Obviamente não era a minha. Juntei as sobrancelhas me esforçando pra reconhecer o lugar. Mas é claro, eu não poderia estar em outro lugar senão ali. Era a cama de meu primo Caio. Virei de lado e dei de cara com seus pés.

Não demorou muito e as lembranças da última noite começaram a surgir, meio vagas, é claro. Com tamanha quantidade de tequila, uma amnesia alcoólica não me pareceria injusto.

Com a cabeça martelando, me esforcei para ir até o banheiro me aliviar.

Porra.

Como é difícil fazer isso tendo uma ereção matinal.

Depois de fazer inúmeras acrobacias para conseguir me aliviar sem sentir que meu sexo fosse explodir, direcionei-me para a cozinha do flat que meu primo dividia com um amigo – que por hora estava viajando – e exprimi em um copo dois limões e o completei com água. Nada melhor que hidratação pra curar ressaca.

Fiquei sentado por ali mesmo tentando lembrar as várias bocas que beijei.

Não consigo lembrar me se quer do nome de nenhuma, mas jamais esquecerei aquelas nádegas redondas e macias que passei a maior parte da noite apertando enquanto trocava beijos envolventes.

Já estava no meu segundo copo da minha receita pra curar ressaca quando meu primo apareceu com os cabelos negros emaranhados trajando apenas uma camisa azul e uma cueca branca deixando suas pernas grossas, definidas e peludas a mostra.

PERA.

Eu havia reparado nas pernas de Caio?

Que diabos está acontecendo comigo.

Em meio a um bocejo ele esbouçou um sorriso.

— Bom dia, Don Jon.

— Amador. — Ri lembrando-me mais uma vez de coisas da noite anterior. — Bom dia.

— Eu ainda não acredito que você pegou a Marcela. — Ele ajeitou o sexo na cueca antes de sentar.

— Quem? — Juntei as sobrancelhas sem entender.

— Como quem? — Caio levantou os ombros. — Simplesmente a mulher mais perfeita de todo o campus.

— A de vestido vermelho? — Naquele momento havia me arrependido de ter bebido tanto. Eu realmente queria lembrar.

— Não... Essa daí não chega nem aos pés da Marcela.

— Cada mulher é única. — Apontei o dedo para ele. — São individualidades belíssimas, cada uma mais preciosa que a outra.

Ele deu de ombros, mas continuei.

— Todas, até as que não nasceram com uma flor entre as pernas devem ser empoderadas por suas particularidades.

— Qual é mano, que papo de veado é esse?

— Eu só acho que você deveria ir dar esse seu rabo. — Me levantei irritado.

— Quem gosta dessas coisas é você. — Ele debochou.

— Falou o cara que pegou todas ontem.

— Ontem eu não estava no meu melhor. — Caio se justificou.

— Acho que você não tem um bom dia desde... — Coloquei o dedo indicador na testa fingindo estar forçando o pensamento. — Desde sempre.

— Vai se achando mesmo, o garanhão. — Meu primo me deu um sorriso sarcástico.

Teus Olhos MeusOnde histórias criam vida. Descubra agora