VII - Não Precisa de Búzios Para Saber Que Isso É Mentira.

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ANTÔNIO

Tadinho de Marcos. Vem se dedicando tanto que acabara ficando cansado a ponto de cochilar na beira da escada e sair rolando até o andar inferior.

O pobrezinho, aparentemente, havia deslocado o tornozelo e por isso estou o ajudando a andar.

Ok.

Tudo bem!

Estou feliz com a situação, pois ele está com o corpo bem junto ao meu e... ah! Que corpo.

Pera.

Que merda estou falando?

Ele é seu aluno Antônio!

Bem, como eu havia pedido para a Reitora continuar com os alunos, resolvi ir com Marcos até o local de encontro, já que o cabeça dura batera o pé inúmeras vezes alegando que não queria ir ao hospital.

No meio do caminho, fomos surpreendidos com uma voz infelizmente conhecida.

— Que merda é essa que está acontecendo aqui? — A voz de Caio ecoou pelo corredor.

— Deixa de nóia moleque. — Marcos respondeu.

— Por que diabos você está agarrado em um macho? — Caio parecia ter nojo da minha pessoa, já que não se referia a mim como sujeito.

Mas não estou nem aí.

Me intrometi no assunto dos dois, mesmo.

— Seu primo se machucou e ao contrário do que você deve estar pensando, só estou lhe ajudando a apoiar.

— E no que eu estou pensando, caro professor?

— Como você mesmo disse: que estamos nos agarrando. — Debochei.

— Tem como pensar outro coisa? — Ele respirou fundo. — Primeiro descubro que meu primo está se prostituindo e agora... Isso?! — Ele estava cada vez mais nervoso.

Prostituindo? — Marcos e eu o questionamos em uníssono.

— Prostituindo!

Marcos se acabou de rir.

— De onde você tirou essa ideia, mano?

— Uai, pô! Você está estranho, vive cansado, não me conta mais nada, não sai mais comigo durante a semana pra tomar uma... — Caio se explicou. Ou pelo menos tentou.

— Já passou na sua cabeça que talvez eu só esteja exausto porque ao contrário de certas pessoas não tenho pais que me adulam e que tenho que me virar do avesso caso queira conquistar as coisas que almejo? — A voz de Marcos estava trêmula.

— Você está me chamando de mimado? — Caio cerrou os dentes.

— Se você interpretou assim, ótimo. — Marcos cruzou os braços.

Eu pude sentir que aquilo estava prestes a acontecer.

E então, atirei meu corpo na frente do meu aluno favorito e segurei o punho de seu primo quando ele tentou atingir Marcos com um murro.

— Caí fora daqui. — Ordenei com a voz calma. — É melhor você esperar no ônibus.

Se ele fosse capaz de soltar raios pelos olhos, com toda certeza do mundo eu estaria como aquele viral da internet onde o .

Sim.

Por um instante eu senti medo daquele olhos.

— Marcos, me desculpa... — A voz do rapaz chegou a falhar e ele seguiu seu caminho dando passos rápidos e pesados.

Teus Olhos MeusOnde histórias criam vida. Descubra agora