XXVI - Cicatrizes.

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MARCOS

"Ótimo, agora ele tem como comprovar que Késsia estava certa ao nos acusar.".

Li a mensagem sentindo o rosto queimar. Eu não conseguia assumir, mas sabia que ele tinha razão.

"Não implica com o Caio, ele não faria isso." Respondi.

"Eu espero que não, porque se isso acontecer nós dois teremos sérios problemas.".

"Isso não vai acontecer, ok?"

"Espero que não, agora tenho que ir. Vou aproveitar minha família. Quando eu chegar damos um jeito de nós ver e conversar melhor. Beijos... Te amo."

"Te amo..."

E não recebi mais nenhum mensagem do meu namorado.

Eu até entendo os motivos dele está com esse receio, mas até agora nada passa de paranoia. Caio não faria isso, eu tenho certeza. Ele não me prejudicaria assim, bem, mesmo tendo deixado bem claro que jamais me daria apoio em relação a isso. O sangue é mais denso que a água, não é mesmo?

Não iria desperdiçar a minha ereção matinal com isso.

Estiquei o braço até o criado mudo do meu primo e alcancei o meu notebook. Digitei "pornô amador" e cliquei no primeiro que vi.

No mesmo instante arriei a cueca que trajava até a metade da coxa, lubrifiquei as mãos com bastante saliva e comecei a acariciar meu membro que estava cada vez mais duro. O movimento repetitivo que eu produzia com as duas mãos estava em perfeita sincronia com os atores do vídeo. Enquanto minha respiração acelerava, eu o sentia cada vez mais enrijecido e pulsante. Mordi os lábios enquanto meus pensamentos vagueavam em meio de tanta imaginação. Com os olhos semicerrados, observei os atores mudarem de posição e logo imaginei meu namorado e eu naquela posição. Eu estava prestes a chegar em completo êxtase quando um bater na porta me interrompeu.

— Posso entrar? — uma voz familiar perguntou.

Me cobri com o edredom e em seguida fechei o vídeo. Roguei para que aquele cheio tivesse pouco perceptível e respondi o chamado.

— É claro.

— Dormiu bem? — minha tia adentrou o quarto com um sorriso no rosto.

— Melhor do que eu esperava tia.

— Que ótimo — ela abriu um sorriso. — E seu primo pelo visto nem dormiu né? A cama arrumada...

— Ou dormiu na cama de alguma menina — debochei.

— Nem um pouco esperto, não é mesmo? Está aproveitando o máximo que pode — ela fez uma pausa e sua expressão mudou completamente. — Mas não é por isso que vim aqui conversar com você, meu querido.

— Está acontecendo alguma coisa tia? Está se sentido mal? — Indaguei, mas ela não respondeu, apenas esfregou as mãos como se precisasse tomar coragem pra algo. — Está tudo bem?

— Eu é quem deveria fazer essa pergunta Marcos — ela disse. — Eu sei que você não está apenas passando uns dias aqui em casa, aconteceu alguma coisa pra você abandonar o seu lar...

— Aconteceu, realmente aconteceu... — não sabia como explicar.

— Sua mãe me liga mais de uma vez ao dia pra saber notícias sua — disse. — Por que não estão se falando?

— Eu cresci e eles não aceitaram isso — havia muita verdade em minha fala. — Ou eu tirava um tempo de casa pra pensar na situação ou sairia por aquela porta pra nunca mais.

Teus Olhos MeusOnde histórias criam vida. Descubra agora