XIV - São Lembranças Que O Tempo Não Pode Mudar.

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ANTÔNIO

Hoje é um dia muito importante pra mim. Minha empresa fechará, provavelmente, um contrato com uma agência que cuidará da imagem pública da minha empresa. Isso é fascinante porque eu quero que a população que carece da renda gerada da minha empresa esteja a par de tudo que está acontecendo.

Minha melhor amiga desde a época do colégio é formada em relações públicas, mas a mesma prefere atuar em outras áreas que sua formação permite. Confesso que ficaria muito feliz de ter a minha empresa promovida por ela, mas fazer o que, não é mesmo? Tenho que respeitar as suas escolhas.

O que me intriga é o fato de não saber qual será o profissional enviado pela empresa de consultoria de imagem para fazer a negociação comigo. Pensar nisso me deixa extremamente ansioso. Devo estar com olheiras enormes, uma vez que não consegui dormir de quão ansioso eu estava.

Chega de revirar na cama.

É melhor eu tomar um banho e me apressar caso queira chegar a tempo.

E cheguei. Adiantado até, confesso.

Talvez eu vá receber algumas multas por isso.

Assim que cheguei na mineradora, me dirigi para o prédio que se tratava de gestão de pessoas. Fiquei conversando com os funcionários pra ver se estava tudo bem, e por incrível que pareça eu não estava fazendo média. Eu realmente fazia questão de me saber o nome de todos que trabalhavam na minha empresa.

Estávamos tão distraídos que ao abrir da porta do salão principal, levamos um susto. Fomos surpreendidos por um homem alto e esbelto nos agraciando com um belo sorriso.

— Bom dia! — Ele conferiu as horas em seu relógio.

Todos responderam em uníssono. Menos eu. Eu não conseguia parar de prestar atenção naquele homem trajando um terno grafite de alta costura.

Cerrei os olhos tentando decifrar o que ele conversava com minha secretária, mas fora em vão.

Quando ele voltou sua atenção para mim senti meu coração gelar.

Mas é claro! Como eu poderia ter me esquecido.

— Quanto tempo! — Ele estendeu a mão.

— Sim. — Sorri amarelo. — Desde que você deixou de me seguir naquela rede social.

— Claro, até mesmo porque você havia feito isso primeiro, né querido? — Ele tentou se explicar.

— Que? Eu só fiquei sabendo que você não me seguia mais porque fui ver se ainda me seguia. Depois disso que deixei de te seguir. — Dei de ombros. Aquilo tinha sido há tantos anos que não fazia mais importância.

Pelo menos não para mim.

— Você está mentindo. — Ele dilatou as narinas.

— Pelo visto você continua o mesmo manipulador de sempre.

— Anos se passaram e você ainda se diverte me acusando por coisas inventadas por sua paranoia. — André riu. — Já te disse quantas vezes pra buscar ajuda pra essa sua mania de perseguição?

O ignorei e conferi um e-mail que havia acabado de receber pelo celular.

Percebendo que eu o havia ignorado ele insistiu em puxar assunto.

— Não sabia que trabalhava aqui. — Meu ex-namorado ajeitou a gravata. — Pensei que você desse aula.

— Essa empresa é minha. — Respondi dando de ombros. — E ainda dou aula sim.

Teus Olhos MeusOnde histórias criam vida. Descubra agora