Capítulo 8: Agendas Obscuras

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- De pé, vampira!

Rapidamente saltei em atenção quando ouvi o tom rude, abri os olhos e meu pesadelo tornou-se realidade. A porta de aço estava aberta amplamente e meus olhos logo focaram no demónio supremo do meu pesadelo: Bruno.

Observei meu ambiente e vi que o lacaio não estava sozinho, Zair estava com ele, levantei da cama e senti meus músculos protestarem, principalmente os das mãos que encontravam-se dormentes, mas desliguei o desconforto e encarrei-os.

Bruno estava refrescado e bem: num estilo casual esportivo em cores negras que delineava majestosamente seu corpo e parecia que iria tomar um drinque num bar nobre, enquanto eu ainda permanecia suja de sangue questionável, cansada, com fome e moralmente derrotada.

Delineou um sorriso cruel, - dormiu bem, general?

Sorri sarcasticamente, - belissimamente.

- Bom, porque vamos dar um passeio.

Como? Alarmes soaram e olhei-o preocupada.

- Não se preocupe, não vou incinerar você no sol ou algo do género, isso seria muito fácil, mas fique honrada porque vais conhecer nossa rainha: Marla.

Sobressaltei, - como?

Marla, a malvada milenar rainha dos lobisomens?

Uma lenda viva no nosso reino, uma original, abençoada directamente com Solaris. A mulher que assassinava seus maridos na noite de núpcias para não dividir o poder, pois diferente da sociedade vampírica que aceitava mulheres e homens como líderes alternados de século a século, a sociedade dos filhos do sol era patriarca, mulheres não podiam governar, então Marla achou uma solução: assassinar seus esposos, ela governava praticamente sozinha a sociedade lupina até um tolo, corajoso sonhar com o poder dos lobisomens.

Essa Marla?

- Zair vai providenciar tudo que precisas. – E com isso o lobisomem deu-me as costas.

- Hei! – Avancei e quis o confrontar, mas Zair prendeu-me pela cintura.

- Tens uma hora.

E não disse mais nada, saiu da área L, deixando-me com Zair que explicou-me tudo. Tomei banho, e vesti, Zair providenciou roupas limpas, apesar de não serem ao meu gosto, aceitei, pelo menos consistia em botas, uma jaqueta, jeans e um top, sem roupa intima, não estava reclamando, não era muito fã de suprimir minha feminidade também.

Zair tornou-se uma surpresa tolerável, pois ele não era grosseiro que nem outras sentinelas, não falava muito e não incomodava, só fazia seu trabalho, sem infligir dor, ou humilhação e sobrepor seu poder. Isso era mais do que eu poderia pedir por numa situação dessas.

Em uma hora estava pronta para ser sacrificada.

O que será que a poderosa rainha dos cães, a cadela madre queria?

Seja lá que for, não poderia ser boa coisa. Tinha pouca gente que eu verdadeiramente temia nesse mundo e Marla era uma delas, como não, até Samuel, meu magnifico pai não cruzaria seu caminho dado a chance, então o facto de o lacaio estar levando-me pra ver Marla, logo eu, uma simples general de Corvus, não que nosso clã não fosse grande suficiente para chamar atenção, mas existiam peças melhores e maiores em jogo.

Então porque eu?

Bem, isso saberia de um jeito ou outro, não valia nada martelar minha cabeça com isso agora.

***

O lobisomem manteve sua palavra, não apanhei um raio de sol brilhante sequer, também era noite, aquela cela que trancaram-me impedia de saber se era sol e dia, e meu organismo e mente antes perspicaz a esses detalhes estavam fatigados para funcionarem bem, subimos o elevador até o terraço que tinha uma bela pista e vista de Asta, onde um helicóptero estava a minha espera, Bruno desceu da bela máquina e apanhou-me.

A Maldição do Sol e Lua: Lua de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora