Capítulo 17: Luxúria do Vermelho

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Bruno estava completamente imerso em mim e eu completamente perdida nele, a nossa união era o mais aliciante, marcante evento que tinha vivido nos últimos tempos. Seu olhar vidrado na beira da loucura e perdição de toda razão marcavam-me com paixão, desejo e loucura. Nunca havia experimentado algo que me fizesse sentir tamanhas emoções desenfreadas.

Tudo estava indo a mil e uma maravilha, na mais perfeita harmonia, até que um pequeno detalhe mas crucial estragou tudo, eu era uma vampira, e para os vampiros prazer sexual e sede de sangue andavam de braços dados, assim quando ia atingir o orgasmo entrei em pânico em vez de aproveitar a grande momento.

A sede veio mais forte que nunca, mas carregada que nunca, tudo que podia ver era sua veia pulsante naquele pescoço grosso e sentir suas estocadas reverberarem por todo meu corpo. Estava perdida em emoções sufocantes e não sabia o que fazer.

Minha verdadeira natureza acordou na pior hora e a vontade exuberante que vinha das minhas entranhas queria o sangue do lobisomem, eu queria o sangue do meu inimigo, queria o sangue de Bruno...

Realização bateu duro. Sangue de Bruno. Era isso que eu queria na verdade, não simplesmente o sangue de um lobisomem qualquer, o do meu inimigo, não, eu queria sua essência, o líquido vital que corria em suas veias, o rico elixir, a fonte de seu poder.

E não sabia o que pensar disso, pois troca de sangue entre sobrenaturais era coisa séria. Não era brincadeira, ou algo a se fazer frivolamente, era perigoso, era o fruto proibido, representante oficial de alianças fortes, compromissos inquebráveis, magia da pesada ou a maior prova de amor no nosso mundo, símbolo da união: o Laço.

Mas eu não queria uma troca de sangue, eu só queria provar o seu... mas mesmo assim era perigoso demais, proibido, absolutamente proibindo, era o que transformavam as mentes mais sãs, inteligentes, benevolentes em sanguinários.

Além de eu não sabia exactamente o que beber seu sangue faria comigo, existia muita história, lendas e contos em volta desse tabu, sem falar da nossa esquisita relação, que com certeza teria consequências graves.

Mas era mais forte que eu...

A controlada general da casa Corvus vencida e dominada por seus impulsos sexuais e sanguinários.

Não podendo controlar mais a sede, meus caninos alongaram e afinaram-se involuntariamente, gemi a sensação de tê-los livres. Era impossível, inevitável combater esse desejo. O cheiro, o sabor, o tacto, a visão, as energias, tudo isso misturado para uma vampira em estado emocional frágil como meu, era receita para desastre, e Bruno não ajudava, continuava a todo ímpeto a providenciar-me prazer descontrolável que fazia impossível parar e repensar, agarrar o controlo afiado por qual era conhecida, estava longe demais para parar em qualquer caso.

Em ponto sem retorno agarrei seu pescoço aproximando seu rosto ao meu e beijei-o loucamente com as presas a mostra e sem querer minha presa perfurou seu lábio e uma gota de sangue agraciou minha aura.

Explodi naquele momento, o sabor decadente de sangue tão antigo e poderoso reverberou todo meu ser, agora entedia porque os sanguinários eram viciados em sangue de outros Imortais, era... a mais pura ambrósia, e olha que só tinha tomado uma única gota.

Perdida.

Sedenta por mais, nem liguei se ele sentiu minha ferroada ou não, parei o beijo e sem aviso, agressiva cravei as presas profundamente em sua jugular, Bruno gritou, seu instinto primário foi tirar-me de sua garganta, mas quando meus lábios sugaram sua carne viva e sua essência choveu em minhas células, ambos esquecemos quem éramos e onde estávamos.

A Maldição do Sol e Lua: Lua de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora