Fui arrancada da batalha como uma mera humana sem força de defender-me perante a brutalidade dos subordinados de Bruno, em pouco tempo estava fora da arena que eu já podia ouvir-se o tamborilar de sangue escorrendo pela noite e quando dei-me conta, por causa da adrenalina vi que estava num grande e equipado SUV, pelos visto um Mercedes G-Class que andava a alta velocidade em direcção ao centro da cidade.
Rapidamente alcançarmos o centro, os lacaios muito agitados para prestarem atenção em mim esqueceram de vendarem-me, atentamente decorrei todo caminho até um grande e incrível arranha-céu localizado bem no centro, na zona nobre. Merda! Então aqui que era o covil?
Bem de baixo dos nossos narizes!?
Rapidamente fui tirada do carro, andamos pela garagem subterrânea e subimos o elevador até a penthouse que era um único andar e levaram-me directamente e rapidamente ao quarto de Bruno — nem tive tempo de apreciar o covil do lacaio Alfa — o cachorro encarregado da minha vigilância empurrou-me para dentro do quarto já familiar e antes que eu pudesse respirar agarrou meu pulso brutalmente, rosnou e disse, - não tente nada. Vais te arrepender.
Prendeu seu olhar violento em mim e eu acenei. Sabia escolher minha batalhas, nesse estado fragilizado, não poderia fazer muito para defender-me de uma besta, além de que não era burra nem estúpida para achar que esse cão não cumpriria com a promessa não dita, pois podia ver no seu olhar dourado ascendente que ele estava morrendo de vontade de eu tentar algo e botar as mãos em mim.
No silêncio do quarto negro soltei um suspiro que estava guardando desde que sai essa noite. Por Lunar, como as coisas chegaram a esse tempo e a batalha, será que... não, Enzo estava confiante demais para perder, se ele até dispensou sua chefe da guarda, então deveria ter um bom triunfo na manga. Conhecia aquela criatura.
Cansada, sentei na cama, ainda algemada e analisei meus últimos dias, pareciam que séculos tinham passado, como se antes eu levasse uma vida normal na medida o possível e boom! Dê repente tudo mudasse, não fizesse mais sentido, tudo que eu confiava, achava familiar, que era bom tivesse escorregado bem entre meus dedos, e isso dava-me vontade de fazer algo que a muito, muito tempo não fazia. Chorar.
Mas segurei as lágrimas, não daria esse gosto a Bruno, a Enzo (aquele desgraçado — que arda nos sete dos infernos) e todos que compactuaram para minha infelicidade, ajoelhei a beira da cama e fiz outra coisa que a tempos não fazia, prestei culto a Lunar e pedi que ela, seja lá onde estivesse guiasse-me ao próximo passo, porque sinceramente, nunca estive tao perdida em minha eternidade como agora.
***
Horas em fio se passaram sem ninguém dignar-se a dar-me notícias do que aconteceu ou decorria com meu lar, e como já podia sentir os primeiros raios de sol clarearem a noite, só pude presumir que seja lá o que tinha acontecido, já não tinha como mudar, pois vampiros não suportava luz solar e lobisomens não podiam transforma-se durante o dia, e isso diminuía consideravelmente a força deles.
Agora era só esperar,
Não sabia como sentir sobre meu povo, o mesmo povo que abandonou-me. Não. Não foi o povo que abandonou-me, renegou, deixou para morrer nas mãos desses cães, foi Enzo e o conselho, toda directriz nobre de Corvus, e mesmo não querendo meu coração encheu-se de ódio por eles, de algum jeito eu teria minha vingança.
Dê repente a porta abriu-se ruidosamente e rapidamente endireitei-me ao intruso, e não era nada mais, nada menos que o lacaio do momento: Bruno. Todo ensanguentado e ofegante, como se ainda estivesse com a euforia de guerra bombeando em suas veias.
Encarei o lacaio nu, brutal, banhando de sangue com os punhos cerrados, um puro animal pronto ao ataque, logo senti falta das minhas platinadas, estava na merda, seja lá o que tivesse ocorrido na batalha, não foi coisa boa.
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A Maldição do Sol e Lua: Lua de Sangue
ParanormalInimigos mortais... paixão imortal Vampira Implacável Bianca, a chefe da guarda de Asta, é umas das vampiras mais corajosa e respeitada entre os do seu clã, não aceita derrota e nunca perdeu uma batalha. Vive, respira, e existe para exterminar l...