Capítulo 22: Bruno

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Com Bianca presa em seus braços fortes, Bruno a segurava firme com os olhos fixos nela, na mulher que acabou e criou um novo mundo para ele. Nunca em sua eternidade pensou que ele poderia estar nessa situação: apaixonado, marcado e rendido a uma vampira, mas cá estava ele, a mercê da bendita vampira que entrou como um furacão em sua vida e derrubou seus antigos preconceitos, fazendo ver o mundo cujo ele ditava conhecer tão bem com outros olhos.

Num único olhar ele viu no fundo de sua alma que Bianca estava no mesmo barco com ele por tudo, bem, eles literalmente estavam dentro um barco, mas não era disso que falava, mas sim do comprometimento, da luta, do medo e o mais importante do amor, sim amor, que via, ouvia, sentia nela por ele.

Como ele teve dúvida de algo tão puro assim?

Mas como não ter, seu mundo era traiçoeiro, o mundo de sombras era sombrio, negro e obscuro, comia-te vivo se fosses coração de manteiga e foi isso que o fez demorar ver o quanto aquela vampira era especial... dele.

De princípio não queria aceitar, mas sendo franco com ele próprio agora tinha que reconhecer que bem no fundo sabia, sim, sabia que ela era sua consorte, apenas teimosia, orgulho e preconceito estabelecido por infinitos anos em sua eterna existência o impendiam de tirar a catarata da vista e vê-la como ela merecia.

Foi preciso saber que o sangue de sua obsessão, amada, e desafiadora vampira iria colorir o chão pelo meio de decapitação em nome da Rainha Marla, para mandar uma mensagem aos vampiros, que seu coração gritou com ele para tomar uma séria atitude ou deixa-la morrer.

E ele escolheu ela sem sombra de dúvidas. Naquele momento ainda não tinha certeza que ela era sua consorte, mas o sentimento falou mais alto que laços de amor, sangue, e destino. Arquitectou tudo para seu resgate sabendo muito bem que quando desse esse passo não haveria mais volta, porque por mais que gostasse de poder, não havia como viver uma vida dupla.

O mais importante era que não se arrependia de ter feito a escolha certa, e mais ainda quando teve certeza que ela era sua por escolha própria e destino – não que isso importasse – se havia algo por que se arrependia era das coisas que fez, falou, tomou partido contra Bianca, vergonha abraçou cada celular do seu corpo.

Não conseguindo sustentar o peso da vergonha baixou o olhar e murmurou baixinho sentido, - desculpe Bianca.

- Bruno...?

Ouvir sua voz doce o fez olha-la e tomar coragem de arcar com seus erros e merece-la de verdade, - desculpe por tudo Bianca, desculpe por ter sido um parvo, idiota, um carrasco...

Bianca não o deixou ultimar, beijou com força e brutalidade pondo para fora todo s sentimentos que governavam seu ser naquele momento, o beijo foi rápido e intenso.

- Eu perdoo-te Bruno, depois de tudo que passamos e mesmo sabendo que o pior ainda está por vir eu te perdoo. – Sorri meigamente, com o olhar cravado nele. – Nossa jornada não foi fácil Bruno, mas provaste que realmente queres ficar comigo, abandonaste seu clã por mim.

- Você também.

- Não. Eu fui sacrificada pelo meu clã.

- Mas poderias voltar se quisesses, afinal és filha de um Ancião, e isso ninguém pode tirar.

- Eu não quero. Eu quero ficar contigo.

- Bianca...

- Sem essa, Bruno, cadê o Alfa grotesco que conheceu, só porque perdeu a alcateia vai virar um cachorrinho?

A Maldição do Sol e Lua: Lua de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora