Capítulo 12: Escrava do Inimigo

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Não deu para saber quanto tempo tinha passado, só sei que dormi e acordei com rosnados zangados e deparai-me com duas sentinelas nada alegres na porta da minha cela. – acorda vampira! – gritou um com evidente aborrecimento.

Fodas, essa que me faltava!

Sentei no colchão duro e tentei esticar meus braços para logo descobrir que ainda estavam presos, chiei de dor, meus braços estavam com formigueiros, dormentes, notei mais movimento fora e senti cheiro de comida humana, claro, que que eu esperava?

Suspirei já cansada mesmo depois de ter dormido e encarrei os lacaios em minha frente, - levante, - sem criar muito caso levantei e parei. Um deles abriu a cela e entrou adentro num passo pesado e intimidador, não liguei para sua frívola demostração de poder, pois estava muito cansada para brigar.

O lacaio agarrou pelo braço bruscamente, chiei sentindo dor no braço e o brusco choque térmico, mas mesmo assim não resisti quando puxou-me pelo corredor em direcção a saída, olhei para trás, aos meus colegas de cela e vi eles sendo servido comida com outros lacaios,

Marcelina levantou de sua cama e disse na língua antiga, - força Bianca!

Fui parada bruscamente, - o que ela disse vampira! – Um das sentinelas ladrou na minha cara, amarrei rugas mas não disse nada. Ele abanou-me mas mesmo assim permaneci calada.

- Ah esquece isso Lux, a senhora Thea está a nossa espera e todos soubemos como ela fica quando suas ordens não são compridas a letra.

- Ela é pior que beta. – O lacaio grandalhão estremeceu.

E com isso, não perderam mais tempo e levaram-me a essa tal de Thea. Quem raios era Thea? Alma gémea de Theo, o lobo mau?

Se assim fosse, estava lixada, não bastava seu marido ter os olhos em minha costa, e agora tinha sua companheira também. Sorte a minha. Tsc.

Fizemos um longo percurso. A parte mais dolorida foi passar pela sala de tortura, que agora mais acesa, notei outros detalhes, como o tecto alto com abertura circular ao sol ao posto central com cinzas que pareceriam ser meus companheiros falecidos, falecidos nadas! Incinerados ao sol. Por Lunar, o que esses animais vinham fazendo com meu povo aqui!?

Depois passamos pelas celas imundas dos meus compatriotas loucos como sempre e alucinados devido ao sofrimento. Meu coração pesou ao ouvir o clamor do sofrimento deles, mas fiz-me de forte para as sentinelas não usarem isso ao seu favor.

Enquanto caminhávamos pensei em Bruno, como será que ele estava? Será que tinha sobrevivido, será que... meu coração pesou mesmo a lógica estando contra. Mas olhe, por um lado eu precisava de Bruno vivo para ir a frente comeu plano e salvar a minha espécie.

Não perguntei à sentinela se o alfa deles tinha sido resgatando e em que condição estava, pois nunca se sabe como eles reagiriam a minha preocupação e o que fariam com essa informação. Onde estava Christian quando eu precisava dele!

Mas enfim, algo em mim tinha certeza absoluta que o desgraçado não estava morto de jeito nenhum. Não sei como, mas poderia sentir sua vitalidade pulsando em mim, era inexplicável, mas eu sabia no fundo que ele estava bem, pois por mais que não quisesse aceitar, havia uma ligação especial entre nós, que infelizmente terminaria assim que eu conseguisse o que queria dele. Sendo assim, altiva caminhei com as sentinelas sem direcção desse novo teste e acalmei, rezando a Lunar que não abandonasse-me e desse-me força para aguentar seja lá o que estava reservado pra mim.

Engraçado como num dia tens toda sua vida resolvida, dona de si, sem medo de nada e ninguém e no dia seguinte... puf! Tudo vai aos ares.

Entramos num grande hall, um salão nobre, bem mobiliado, decorado para um rei, que gritava luxo com seus tons pastéis e ouro. Havia muita gente andando pelo salão, criaturas de várias espécies que assim que viram-me pararam um segundo para observar e logo voltaram aos seus afazeres. Graças a Lunar que não entrava sol nesse salão fechado, porque agora, devido a daquele inferno e o posto de incineração sabia que o globo de ouro estava esplandecente e alto no céu, alindo com os malditos lacaios.

A Maldição do Sol e Lua: Lua de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora