4: Prenúncios dos Corvos

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Senti o crepúsculo cumprimentando-me, por mais que tivesse dormido poucas horas meu relógio biológico sempre despertava-se ao nascer da lua, levantei e espreguicei gostosamente, apesar de pouco tempo de sono senti-me renovada aquecida, e calma... coisa que estranhei.

Não dormia assim,tãoprofundamente.O frio aconchegante e familiar que tão bem conhecia tinha momentaneamente desaparecidome deixado com uma temperatura quase agradável, foi quando ouvi um grunhido e olhei ao lado da cama com os olhos em pranto.

Merda! Não foi um pesadelo.

Congelei meus movimentos e observei-o realmente pela primeira vez sem preocupar com as consequências. Ele era mais formidável de perto. E agora no silêncio, podia admitir que tinhamedo dele, pois o lacaio tirava-me do controlo, fazia desejar, querer, ansiar por coisas antes frívolas a mim.

Nem meu prometido, com todo seu esforço conseguiu derreter o gelo do meu coração imortal.

Seus traços duros estavam macios e relaxados, estava sem camisa e um momento de deslumbramento tomou conta dos meus sentidos, entreabri os lábios enquanto observava seu grande corpo musculoso de um gladiador no seu mais elevado nível de perfeição. Se Bruno era meu consorte (por uma ínfima chance!) então acho que o destino pregou uma partida.

Porque 1. Não gostava de homens grandes, para mim tinham que ter porte de modelo. 2. Ele era um lobisomem, sóeste facto fazia de nós inimigos mortais, impossível de ter um relacionamento. E finalmente 3. Eunão queriapertencer a alguém. E todomundo conhecia a feroz natureza possessiva dos lobisomens com suas companheiras.

E sendo um tanto masoquista vinha o ponto 4. Ele não me queria.

Suspirei triste mas continuei minha apreciação. Olhar não tirava pedaço e duvido que encontraria outra oportunidade de observa-lo assim em sono profundo, com a respiração regular e solene, seu suspiro chamou-me atenção ao facto de que ele estava muito relaxado para um homem que dormia com sua prisioneira e inimiga do lado.

Quem o garantia que eu não o destruiria no sono? Isso queria dizer que seria difícil sair daqui, pois se olacaio dormia profundamente e tranquilamente assim era porque a segurança estavamuito apertada e viciosa, além de que deveria estar bem cansado.

Seu rosto era uma perfeita sincronia colossal. Acho que ele não enfrentou muitas batalhas em sua juventude humana, pois foi imortalizado com a marca da besta em uma perfeição simétrica em seus... uhm, digamos e trinta e pouco, no intervalo da casa 25 a 35. Se tivesse tido algum defeito, estaria presente até hoje.

Tinha os músculos bem definidos em seu peito e braços poderosos que levaram-me ao delírio horas atrás, mordi o lábio só de pensar na loucuraavassaladora que foi sentir suas mãos em mim e perde-me me seu toque latente.

Engoli salivatentandoacalmar a libido e raciocinar. Como hábito a fome 2 vezes voraz chegou e fui obrigada a deixar meu enfeitiçamento de lado e pensar com lógica. Era agora ou nunca.

Pus os pés fora da cama em silêncio total e lentamente para não correr o risco deacordar a besta, suspirei quando toquei no chão. Não era hora de movimentos bruscos,lobisomens tinham os sentidos mais apurados que os vampiros, pois eram quase animais, então todo cuidado era pouco.

Quando ia levantar, senti uma mão no braço e bruscamente fui jogada a cama para logo depois sentir seu peso e calor abrasador de sua pele dourada. Merda!

Amaldiçoei os rápidos reflexos dele e dei de encontrocom o dourado esplêndido dos seus olhos felinos e perigosos. – Bem a tempo, não?

- Não. Eu ia ao banheiro! – Justifiquei rápido demais como se estive cometendo algum pecado enquanto era meu direito tentar fugir.

A Maldição do Sol e Lua: Lua de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora