Dylan chegaria na sexta feira, a mãe de Johnathan o chamará para passar uma semana, eles planejavam que na semana que vem seria o casamento, depois o meu. Greta estava animada, seu vestido estava quase pronto, os convites haviam sido entregues, Johnathan as vezes me procurava, mas eu me afastava, quando ficava a sós em um cômodo com ele, eu saia. Greta está marcando cada vez mais território, saia com ele para todos os lados, não sei se Johnathan gostava, mas nunca reclamou, as coisas dela estavam sendo levadas aos poucos, nossa família não precisou se preocupar com nenhum gasto, hoje a noite iríamos jantar na casa dos Lewistown, a senhora Ashley gostaria de conversar comigo, ela era meio que responsável pelo Dylan já que os pais dele haviam morrido. Eu estava sentada perto do poço, vi meu pai do outro lado, cuidando de algumas ovelhas, eu estava preocupada, ele não era velho, mas estava cansado e abatido, estava cada dia mais indisposto, ele me agradeceu por ter colhido o centeio e pediu para que não repetisse de novo. Minhas mãos estavam melhores, mas não tirei as faixas ainda, enquanto comia uma maçã voltei para casa e vi mamãe passando algumas roupas.
- Para que são essas roupas?
- Para o jantar.
- Não é preciso nos vestir com nossas melhores vestes.
- Temos que impressionar. - O senhor Lewistown fez questão de mandar um charrete para nos buscar, ela viria nos pegar as seis e meia, mamãe terminou de passar e foi se banhar, depois dela papai, se arrumaram.
- Vocês estão lindos.
- Obrigada querida, quero saber por que não está pronta ainda?
- Eu vou de cavalo, não se preocupem.
- Tudo bem, só não demore.
- Sim, senhora. - Fui a porta e vi eles subirem na charrete depois saírem, fui ao lavatório e tomei banho, molhei meus cabelos e vesti a roupa que minha mãe havia separado, era meu lindo vestido rosa que ela havia feito. Tranquei a casa e fui ao celeiro onde coloquei o cavalo na rédea e fui em direção ao residência Lewistown, meu cabelos molhados voavam enquanto eu cavalgava, minutos depois cheguei e desci, como não tinha ninguém amarrei o cavalo em uma árvore próxima, voltei a porta e bati. A mesma copeira do outro dia me atendeu.
- Senhorita. - Disse abrindo a porta, eu não me lembro de já ter entrado ali, depois da porta se guiasse um corredor comprido, bem iluminada com fotografias, ela me guiou e vi que na primeira porta tinha um piano, na segunda estava fechada, e a terceira, no final do corredor abriu - se ao um cômodo amplo onde era a sala de jantar, estava totalmente enfeitada, com um grande lustre, ela deu a volta na mesa e andou mais um pouco até que comecei a ouvir vozes, chegamos a sala de estar deles, estavam sentados tomando chá, olhei ao redor e deixe-me impressionar, uma bela estante estava cheia de livros, janelas altas abertas, sofás de veludo, uma mesa de centro toda trabalhada, uma lareira acessa.
- A senhorita Banker chegou. - Disse a copeira saindo.
- Freya, minha irmã. - Greta levantou - se e veio a mim, enquanto me abraçava sussurrou. - Arrume o cabelo.
- Senhorita Banker, achamos que não viria mais. - Disse Ashley.
- Não, senhora. Só quis vir a cavalo.
- Sente-se. - Andei até meus pais e sentei ao lado deles, passei a mão no cabelo tentando arrumar.
- Quer uma xícara de chá?
- Não, obrigada.
- Licença senhora. - Uma nova copeira.
- Diga, Valerie.
- O jantar está pronto.
- Obrigada por avisar.
- Com licença. - Disse saindo.
- Vamos então?
- Vamos. - Ela levantou-se e nós a seguimos, era um mesa grande de dez lugares, minha mãe sentou-se ao lado do meu pai, Clarkston na ponta, Ashley, Freya e Johnathan na minha frente.
- Podem se servir. - Disse se servindo, todos começaram a se servir eu não sabia o que pegar primeiro, ela mandará fazer um banquete, tínhamos carne branca, ervilhas, vinho, molho, pão, sopa. Peguei um pedaço de pão e sopa. Comi em silêncio enquanto todos conversavam, a comida estava realmente deliciosa, repeti mais uma vez, eu pretendia comer de tudo e bastante.
- E você Freya? - Me perguntou o senhor Lewistown, eles olhavam para mim, tomei um pouco de vinho e limpei a boca em um guardanapo.
- Desculpe-me, mas sobre o que falavam?
- Seu casamento, como deseja?
- Nada muito extravagante, somente a família.
- Mas você vai querer convidar alguma amiga, não é? - Perguntou Greta.
- Não tenho amigas, para mim não importa quantas pessoas vá, nem se irá ter um banquete, ou um vestido.
- Mas Dylan quer convidar alguns amigos.
- Dylan terá que rever, se quiser que aconteça um casamento. - Ela se espantou.
- Freya.
- Desculpe, mas não estou casando por livre espontânea vontade.
- Podemos conversar a sós?
- Sim, senhora. - Me levantei da cadeira e olhei ao redor, todos nós observaram sair, ela me levou a um escritório, tinha uma mesa, um sofá, estantes, um espaço para bebidas outro com charutos.
- Sente-se. - Me sentei e ela ao meu lado.
- O que a senhora deseja?
- Quero saber como você esta se sentindo com tudo isso?
- Bem, estou noiva.
- Querida, não precisa mentir, sei sobre a paixão secreta de vocês. - Me assustei, mas não demonstrei reações. - A senhora está equivocada.
- Deixe as formalidades de lado, Johnathan me contou, meu garoto me conta tudo.
- Se ele lhe contou, sabe que já não temos mais nada.
- Sei, querida. Pois sou eu quem cuido dele a noite, depois de se embriagar, quando não consegue dormir, ou acorda ao berros. - Não sabia que ele estava tão degradante. Ela tomou minhas mãos nas suas.
- Não posso fazer nada, ele irá se casar com minha irmã.
- Ele não lhe propôs para que fugissem?
- A senhora não está concordando com essa ideia, está?
- Sim.
- Não tem condições.
- Tem sim, Johnathan tem um pouco de dinheiro guardado, e eu os ajudaria até se estabilizarem.
- Por favor tire esses pensamentos de sua cabeça e da dele, não quero mais nada.
- Você não o ama?
- Amo, é tudo que eu mais amo, aquele que me faz ter os melhores sonhos.
- Então?
- Vou me casar com Dylan.
- Querida, uma mãe não pode ver um filho sofrer.
- E eu posso ver minha irmã?
- Não, mas...
- Não tem mas, eu já comecei a esquece-lo, o casamento dele está chegando, e meu noivo chegará em dois dias.
- Tudo bem, vejo que está determinada a deixar sua irmã ao lado de Johnathan.
- Que bom que me entende.
- Eu sinto muito por sua situação.
- Não sinta, eu gostaria de não sentir.
- Vamos voltar, já devem estar curiosos.
- Sim, senhora. - Quando ela abriu a porta, eles nos olharam, coloquei um sorriso em meu rosto e voltei ao meu lugar.
- Sobre o que falavam? - Perguntei.
- Sobre a colheita. - Disse Johnathan.
- Ah sim, este ano o centeio estava maravilhoso.
- Johnathan me contou que a senhorita recolheu todo o seu campo sozinha. - O senhor Lewistown conversou comigo, ele me assustava desde pequena.
- Uma filha precisa ajudar o pai quando está indisposto.
- Minha menina não remete esforços para nos ajudar. - Papai falou.
- Não mesmo, até irei me casar com um estranho, acreditam? - Fiz uma piada mais ninguém riu.
- Vera que Dylan é um homem honrado, eu tenho orgulho de ter ajudado em sua criação.
- Não duvido disso.
- Valerie! - O senhor Lewiston berrou.
- Sim, senhor.
- Pode retirar a mesa.
- Sim, senhor. - Voltamos para a sala onde meus pais disseram que estavam cansados.
- Já vamos indo. - Disse sem ter tempo de se sentar.
- Esperem mais um pouco. - Pediu Greta.
- Não vai dar, querida. Precisamos acordar cedo amanhã.
- Vamos indo, Greta?
- Ela ficará para dormir, se não houver problema. - Disse a senhora Ashley.
- Problema algum.
- Então vamos Freya?
- Sim, mamãe.
- Freya vai depois, preciso conversar com minha irmã.
- Tudo bem, boa noite, querida. -Mamãe foi até ela e a beijou na testa.
- Boa noite.
- Obrigado pelo jantar. - Papai agradeceu.
- Não a de que, são sempre bem vindos.
- Não demore Freya.
- Sim, mamãe. - Eles se despediram e forma embora, ficamos na sala conversando, Johnathan havia trazido uma bebida. A senhora Lewistown se retirou para seu quarto.
- Como estão os preparativos para o casamento?
- Bem, a mãe de Johnathan contratou algumas pessoas, meu vestido fica pronto amanhã.
- E sua aliança?
- Vou dar somente a original. - Disse ele.
- Senhor Lewistown, os senhor poderia me dizer com que anda trabalhando?
- Sim, sobre o que quer saber?
- Não vamos falar de negócios? - Greta perguntou.
- É importante que sua irmã se interesse pelos negócios, mesmo que ela não vá ficar com a fazenda de seus pais. - Eu não poderia pois Greta é a primogênita.
- Sendo assim irei me retirar, boa noite. - Ela curvou-se e saiu.
- Boa noite Greta.
- Então voltando ao assunto.
- O senhor anda manuseando o que em suas plantações?
- Na de arroz, somente o adubo comprado do Connor.
- O senhor ainda utiliza ainda os canais de irrigação?
- Não, agora usamos um que fora construído que vem do lago. - Disse Johnathan.
- E suas vacas?
- Vão desde o confinamento de gado leiteiro para a alimentação exclusiva de grama, até uma mistura de dois ou mais métodos, de acordo com o tipo de gado alimentado.
- E o feno? - Era daí que vinha sua riqueza, todos precisam de feno para seus animais, camas, e etc.
- Podemos marcar uma hora para conversarmos melhor.
- Sim senhor, obrigada por me esclarecer, quero ajudar meu pai no que posso.
- Tudo bem querida, boa noite.
- Boa noite senhor Lewistown. - Ele também se retirou e ficamos somente eu e Johnathan.
- Boa noite, Johnathan.
- Você já vai?
- Sim, esta tarde.
- Eu lhe acompanho, é perigoso cavalgar sozinha está hora.
- Obrigada. - Ele me levou até a rua onde o esperei voltar com seu cavalo, quando voltou subi no meu que estava amarrado a árvore.
- Uma bela noite. - Olhei para cima e vi a lua cheia e estrelas para todo lado.
- Realmente.
- Estou ansiosa para conhecer Dylan, sua família parece gostar muito dele.
- Não quero falar nele, pois estou perdendo você para ele.
- Assim como eu, perdendo você para minha irmã.
- Por sua escolha.
- Isso mesmo, alguém tem que ter bom senso.
- O que fará quando chegar em casa?
- Irei me recolher e você?
- Também.
- Com minha irmã?
- Não, quartos separados. - Cavalgamos mais um pouco até que cheguei ao celeiro e acendi um lampião, descemos dos cavalos, e tirei a sela de Joe, Johnathan deixou seu cavalo ali ao lado, e fomos para minha casa, onde a porta estava encostada, entrei e a tranquei, meus pais já estavam dormindo, pedi para que ele esperasse na sala, fui ao meu quarto e troquei de roupa, voltei até Johnathan e o chamei. Fomos para o meu quarto onde nos sentamos na cama, ele tirou sua botina, seus casaco azul, depois a camisa vermelha e ficou com uma branca, ele deitou-se na cama, e fui até ele, o abracei repousando minha cabeça em seu peito. Ele acariciou meu braço, meus cabelos, minhas costas, dormi aninhada em seu peito.
- Eu te amo Freya.
- Eu sei.
***
Quando acordei Johnathan ainda estava deitado ao meu lado, não era para ele ter dormido aqui, fiz silêncio para saber se tinha alguém acordado, não ouvi nada, então chamei para que ele acordasse.
- Johnathan. - Falei baixo para que ninguém ouvisse eu dizer seu nome.
- Johnathan acorda.
- Bom dia, Freya. - Ele se virou de lado. - Johnathan não estou brincando, você tem que ir.
- Só mais um pouco.
- Você se metera em problemas.
- Freya, eu não me importo, esta é a primeira vez que estou dormindo como um anjo.
- Por favor. - Ele não se moveu, então me levantei e puxei as cobertas.
- Freya!
- Fale baixo. - Ele sentou-se, sua camisa branca estava amassada, seu peito de fora.
- Onde estão as minha roupas?
- Aqui. - Peguei as do chão e levei até ele.
- Obrigado. - Quando ele foi puxar seu casaco me puxou junto, cai na cama sobre ele, então ele virou-se, me prendendo com suas pernas.
- Não estou brincando, vá embora.
- Não. - Ele beijou meu pescoço, puxou o laço da minha camisola, expondo meia seios.
- Johnathan pare, o que pensa que está fazendo? - Ele nada disse, somente continuou, levou sua mão a minha perna e passou por ali levantando a camisola.
- Freya. - Sussurrou meu nome em meu ouvido.
- Johnathan, por favor. - Eu não poderia gritar e estava sedendo a seu encanto.
- Freya. - Ele falou novamente enquanto beijava minha face, passei minhas mãos em seu pescoço e desci um pouco para suas costas até que senti alguns vergões, ele não iria me mostrar então me aproximei mais dele e puxei sua camisa para cima, dei uma boa olhada enquanto beijei seu pescoço, suas costas estavam com feridas vermelhas e cortes.
- Johnathan, o que é isso? - Ele me soltou e tentou esconder suas costas aproximando da parede.
- Nada, jogue minha camisa para cá.
- Não, deixe-me ver.
- Freya, por favor. - Me levantei da cama e andei em sua direção.
- Agora está pedindo?
- Freya, minha camisa.
- Johnathan, quem fez isso com você?
- Eu mesmo.
- Mentira, pode me contar a verdade.
- Não quero falar sobre isso.
- Não vou contar a ninguém, nem mesmo já sabendo quem foi.
- Você não faz ideia.
- Foi seu pai, não foi? Ele continua a te bater? - Uma vez Johnathan me contará que seu pai o machucava.
- Sim.
- Por favor deixe-me ver. - Ele virou então levei a mão a boca, agora que conseguia ver melhor, senti pena dele, aquilo seriam chicotadas? E marcas de charuto?
- Agora de minha camisa.
- Ou Johnathan, ele tem que parar, acabara te matando. - Andei até ele.
- É por um bom motivo.
- Motivo nenhum justifica tamanha crueldade. - E virou-se para mim, o abracei e deslizei minha mão sobre as cicatrizes.
- Preciso ir. - Ele se afastou de mim, e se vestiu, quando estava a porta pedi para que parasse.
- O que foi? - Corri para seus braços e o beijei, ele se assustou, mas depois estava tão envolvido quanto a mim. Ele me soltou e foi embora.

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Freya & Johnathan
RomanceUm amor entre dois jovens que não podem assumir o relacionamento, sofrem barreiras para se afastarem. Freya uma jovem determinada está apaixonada por Johnathan Lewistown, dono da fazenda vizinha. Freya moça simples de família pequena esconde seus...