Sempre serei seu

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Deitada na cama com Dylan acariciei suas costas nua após uma noite difícil onde ele sonhou durante toda a noite com o seu tio, estava começando a clarear em uma hora iríamos nos levantar para cumprir com nossas tarefas.
Observei sua nuca, os cabelos cacheados recém cortados, as costas larga e deslizei minha mão por ali. Me aproximei e o abracei por trás, ele se virou e passou os braços por mim, fiquei com a cabeça em seu peito enquanto ele passava sua mão pelas minhas costas sob a camisola. Ele beijou o topo da minha cabeça, e eu levantei o rosto para vê-lo, aqueles olhos que estavam me fitando.
- Carrye deveria ficar conosco, não é?
- Sim, mandarei busca-la.
- Você quer passar a tarde comigo?
- Quero. - Sorri e enfiando o rosto em seu peito. Era um marido maravilhoso.
- O que vamos fazer?
- Não sei.
- Estava pensando em leva-la a um evento da sociedade.
- Parece bom.
- Talvez o teatro e depois sairmos para jantar?
- Será ótimo. - A algum tempo não saíamos só nós dois.
- Como está sua casa?
- Nossa, nossa casa. Esta progredindo bastante, as terras já estão prontas para serem usadas, e a casa esta quase pronta.
- E o que vamos fazer quando ficar pronta? - Fiquei em silêncio pensando.
- Não sei, talvez morarmos aqui não seja uma boa opção, mas minha mãe poderia morar aqui e cuidar dela.
- E qual é o seu desejo?
- Não é relevante.
- Freya, pode compartilhar comigo tudo.
- Não sei ao certo, eu amo esse lugar, cresci aqui e gostaria que meus filhos pudessem crescer neste lugar também. Mas seria injusto trazer todos pra cá, você tem sua fazenda, Carrye tem Simon.
- Mas e se pudéssemos abandonar tudo?
- Não quero que você desista das suas coisas por mim.
- Não é por você, mas sim por nós. Somos um casal, onde você e os nossos filhos estiverem será o meu lugar. A minha casa não é um lugar, são vocês.
- Dylan, obrigada por me apoiar em tudo.
- Não é nenhum problema. - Ficamos ali em silêncio até que me levantei e comecei a trocar de roupa. Dylan se levantou em seguida e vestiu sua calça bege, a camisa branca, o terno marrom e botas, saímos juntos para o corredor e paramos em frente ao quarto de Charles e eu o peguei de seu berço. Fomos até a sala de jantar onde a mesa já estava pronta e Dylan puxou a cadeira para que eu me sentasse, peguei uma maçã e comecei a comer e Dylan em minha frente servia-se de bolo e pão.
- Talvez devesse se alimentar melhor, não é à toa que Carrye tenha esse hábito. - Ele me olhou sorrindo.
- Carrye é jovem e pode comer o que quiser.
- E você já se considera velho?
- Um pouco, já sou pai de duas crianças.
- Dylan, estamos na flor da idade.
- Sim, meu espírito ainda é daquele adolescente que já fui. - Me servi de chá enquanto minha irmã entrava na sala e se sentava do outro lado da mesa.
- Bom dia, Greta. - A cumprimentei e ela não me respondeu, Dylan me olhou e eu lhe retribui com um sorriso amarelo. Ela pegou uma xícara para si e colocou café.
- Greta, você poderia cuidar de Charles para mim? - Pedi.
- Não.
- Por favor, preciso de alguém e você é quem eu mais confio. - Não era somente isso, eu poderia pedir para a senhora Asheley, porém eu queria que minha irmã segurasse meu filho.
- Greta, eu agradeceria se cuidasse de meu filho para que eu e Freya possamos ter um momento nosso. - Dylan pediu calmamente.
- Eu não quero saber de você. - Ela disse me olhando.
- Por favor, Charles não tem culpa de nada. - Me levantei com o bebê no colo e caminhei em sua direção parando em sua frente, ela afastou a cadeira para sair, mas eu me inclinei para frente antes que se levantasse e coloquei Charles em seu braços.
- Por favor, Greta, é o seu sobrinho. - Pedi.
- Eu não quero.
- Por favor, pegue ele. - Ela estendeu os braços relutante e eu soltei Charles em seus braços. Me afastei e a observei segura-lo cuidadosamente, ela passou sua mão no rostinho dele e sorriu.
- Obrigada. - Agradeci, Dylan que observava de sua cadeira sorriu sobre a xícara que levava a boca.
- Por que você deu o nome do nosso pai? - Perguntou ela.
- Porquê ele era um homem maravilhoso.
- Por que você fez isso comigo, Freya? - Perguntou levantando a cabeça, Dylan se levantou e andou até Greta, pegou o bebê e saiu, ele sabia que seria uma conversa delicada.
- Eu nunca quis magoar você.
- Então por que fez isso?
- Podemos conversar no escritório antes que alguém nos interrompa?
- Claro. - Ela se levantou e caminhou na frente, eu a segui e quando adentramos ao escritório eu tranquei a porta.
- Greta, o quê Clarkston te disse era em parte verdade.
- Tem coragem de admitir ainda?
- Por favor, vou lhe contar tudo. Sente-se. - Andamos até o divã e nos sentamos frente a frente.
- Fale logo!
- Eu... não sei bem por onde começar.
- Se for para enrolar tenho coisas a fazer.
- Bem... eu e Johnathan chegamos a namorar...
- O que? - Ela perguntou perplexa.
- Acalme-se, foi antes de eu saber que vocês iriam se casar. Namoramos durante três anos, mas eu desisti assim que soube que você seria a esposa dele.
- E você o amava?
- Sim. - E ainda o amo.
- E desistiu dele por mim?
- Sim, e faria de novo porquê sua felicidade está acima da minha. - Sem sombra de dúvidas, era uma das coisas que eu tinha certeza.
- E você ainda o ama?
- Sim, como amigo.
- E Dylan sabe?
- Sempre soube, eu precisava de alguém para desabafar e encontrei o que faltava em mim, nele, ele nunca me julgou e aprendi a ama-lo.
- Quanto tempo demorou pra você amar Dylan?
- Não sei ao certo, mas foi de repente, de uma hora para outra, um dia acordei e vi que não conseguiria viver sem ele.
- E Johnathan ama você ainda, não é?
- Não, claro que não. Ele ama você.
- Como tem tanta certeza sobre isso?
- Ele me disse.
- Verdade? - Não.
- Sim, ele só tem medo. - Uma mentira quando é para o bem não faz mal.
- Do que?
- Eu não sei, ele não me conta tudo. Mas sei que ele não se sente bem por não conseguirem ter filhos.
- Clarkston disse que...
- Greta, por favor, esqueça o que ele disse, ele ja nos fez tanto mal.
- Mas irá ser difícil confiar em você novamente.
- Vamos fingir que isso nunca aconteceu, somos irmãs.
- Mas...
- Por favor, você só precisa saber que eu já amei Johnathan e hoje não amo mais.
- Me desculpe, Freya.
- Tudo bem. - Ela passou os braços ao meu redor em um abraço apertado, e eu repousei minha cabeça em seu ombro.
- Freya...
- Sim?
- O que Clarkston fez a Carrye é verdade? - Me afastei de seu abraço e encarei seus olhos.
- Sim.
- Sinto muito, irmã. - Ela tomou minhas mãos nas suas.
- Tudo bem, agora só precisamos ajudar ela a superar.
- Claro. - Ficamos ali em silêncio até eu perguntar uma coisa que estava martelando em minha mente.
- Greta, mamãe está saindo com alguém?
- Não, por que?
- Eu não queria ser intrometida, mas sem querer li uma carta que ela estava escrevendo.
- E o que tem?
- Parecia uma carta de amor.
- Havia um nome?
- Não, ela estava escrevendo ainda e só consegui ver que era de Cambridge.
- Não vejo problema de ela sair com outro homem novamente, ja se faz algum tempo que papai morreu.
- Concordo, mas achei que ela confiasse em mim para contar.
- Talvez ela só esteja indecisa e receosa por dizer que esta apaixonada por outro homem novamente depois de anos casada com o papai.
- Seria muito bom.
- Realmente. - Sorrimos e senti que o laço que possuíamos estava restaurado.

Freya & JohnathanOnde histórias criam vida. Descubra agora