Bastaram três passos para eu alcançar os lábios de Álvaro Coimbra. Senti sua barba rala roçar no meu rosto, seus lábios macios tão juntos aos meus. Entretanto, alguma coisa estava errada, pois ele estava parecendo uma pedra de tão imóvel. Abri meus olhos e afastei-me alguns centímetros, encarando-o.
– Desculpa– murmurei– Eu não deveria ter feito isso, eu sei. Nossa, eu juro que eu nunca fui impulsiva, não sei o que me deu...
Ele me lançou um olhar especulativo e eu me calei abruptamente. Álvaro ergueu suas mãos e segurou meu rosto entre elas, ainda me avaliando, olhando diretamente no fundo dos meus olhos. Se era para ser um gesto romântico eu não fazia ideia, mas eu me sentia numa consulta de oftalmologista.
– Você é incrível– e com essas palavras, ele me beijou.
Agora pouco importava nossos tons de pele, pouco importava nossa diferença na pirâmide social, pouco importava em que século eu vivia. A única coisa que tomava conta dos meus pensamentos era o agora, era esse beijo, era o carinho transmitido entre nós. Era ele.
Álvaro passou seu polegar seguindo a minha espinha dorsal até a sua base, fazendo os pelos do meu corpo eriçarem com o gesto. O beijo intensificou-se, tornando-se até violento, abrindo espaço para leves mordidas e um abraço esmagador.
Retorci-me entre seus braços, dando um gemido inesperado. Seu braço desceu até a minha coxa, apertando minha pouca gordura com prazer até que seus dedos subiram sem hesitar para o local úmido entre minhas pernas. Apenas mais tarde fui me importar com o fato de que fazia dias em que eu não me depilava, mas os homens deveriam estar acostumados.
Passei a blusa de Álvaro sobre sua cabeça, jogando-a na cama. Sorri com a imagem que se formara na minha frente. UAU, que homem! Ele sorriu de volta, levantando meu vestido como eu fizera com sua camisa. Fiquei tensa ao exibir minha nudez na sua frente, mas bastou ele se posicionar de joelhos e começar seu trabalho lá embaixo que qualquer outro pensamento que eu poderia possuir derreteu-se com esse gesto. Puxei seu cabelo com força, tão excitada com tudo aquilo...
Ele me agarrou pela cintura e ambos caímos na cama. Enfiei minha mão dentro da sua calça no mesmo segundo e deparei-me com seu membro enrijecido. UAU, o que era Gabriel perto daquele homem. Perguntei-me em que ano foram criadas as cuecas, já que ele não usava mais nada além da calça. Bem, desde que eu cheguei aqui nenhuma roupa íntima foi avistada por essa região, mas talvez elas já existissem.
Ele gemeu de prazer enquanto eu mantinha meus movimentos lá embaixo. Em seguida abaixei suas calças para permitir que ele se posicionasse sobre meu corpo nu. Álvaro se afastou por um instante, deixando de lado qualquer movimento e me encarou com seus belos olhos azuis. Ele me encarava de uma maneira tão sedutora que eu quase derreti de paixão.
– Quero você– ele disse, mordendo seu lábio inferior.
– Sou toda sua– sorri, tentando manter as aparências apesar do rosto suado.
E ele me beijou antes de penetrar-me com força. Seus primeiros movimentos foram lentos e precisos, mas bastou alguns minutos para ele manter a velocidade desejada. Ele agarrou com força meu cabelo e finalmente chegamos naquilo que eu gostava de chamar de felicidade.
Acordei assustada com um barulho do lado de fora. Havíamos cochilado e eu nem tinha reparado. Levantei-me assustada, com medo de estar atrasada para os acontecimentos do dia e corri para fora da cama. Encarei o corpo nu e sonolento de Álvaro Coimbra enquanto eu me vestia, eu não queria deixa-lo, mas era preciso. Ai que vontade de deitar do seu lado e fazer tudo o que eu queria fazer com aquele corpo escultural.
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Negra
Historical FictionOlívia Ambrose Barros é uma estudante de Arquitetura que enfrenta com garra o dia a dia como qualquer outra garota de vinte e dois anos. Mas no dia 20 de Julho o inesperado acontece: ela volta no tempo e para no ano de 1871. E o maior problema nem f...