Escrevi o capítulo escutando a música If You Leave Me Now- Foxes. Caso alguém queira escutar, está aí o link: https://www.youtube.com/watch?v=YVIIEnq50z8
No caminho de volta, deparei-me com Dante correndo na minha direção. Bastava olhar a expressão em seu rosto para deixar claro que algo muito ruim havia acontecido. E isso me deixou apavorada.
– Diego morreu!– disse ele, colocando as mãos em meus ombros. Nos encaramos por alguns segundos, mas eu não sabia o que dizer, simplesmente nenhum ruído saia da minha boca.
– Ele foi assassinado, eu tenho certeza disso– continuou Dante– Ele estava no sótão. Foi colado lá sem cuidados depois das chibatas. O feitor disse que ele morreu por causa de ontem, mas não foi, eu tenho certeza disso! Eu tenho certeza que ele foi assassinado! Maldito feitor! O matou por ter achado um absurdo a confusão de ontem! Ele queria o que? Que vocês dois fossem mortos na frente de todos? Á sangue vivo?
Revirei os olhos, me sentindo tonta, me apoiei no peitoral de Dante e me abaixei para vomitar todas as mangas que eu havia comido perto do rio.
– Olívia!
– Estou bem! Estou bem– afirmei prontamente, limpando minha boca suja com a palma da mão– Foi apenas um mal estar.
– Venha, você precisa descansar.
– Estou bem, Dante!– bufei– Estou bem. É só que... tanta coisa acontecendo...
Eu queria chorar. Queria que Dante fosse embora e deixasse minha dor interior tomar conta de mim. Queria ficar sozinha, colocar a cabeça embaixo do travesseiro e esperar até o dia seguinte, como eu fazia quando era adolescente. Mas agora, eu era obrigada a possuir maturidade suficiente para encarar os fatos, encarar essa dura realidade que agora eu tenho que enfrentar.
– Sei o que está pensando– afirmei, apoiando minha mão limpa no ombro de Dante– Eu não quero que você se vingue. Não quero que vá atrás do feitor, pois isto irá apenas te prejudicar e eu já prejudiquei muitas pessoas desde quando cheguei aqui. Se você for, Dante Silva, nunca mais ouse falar comigo.
– Diego era meu amigo! Uma pessoa boa! E estava livre! Livre! Olívia, eu não posso simplesmente deixar uma injustiça desta acontecer.
– Faça o que quiser. Eu já disse o que acho. Eu já perdi o bebê de Lurdinha, perdi Diego e agora vou perder você? Dante, não era essa a vida que eu tinha, eu não estou acostumada com isso como vocês estão! Eu não quero mais mortes, não quero mais chibatadas, não quero mais assassinatos! Vamos enterrar Diego como ele merece, vamos rezar por Diego e vamos seguir nossas vidas. Se mais alguma coisa acontecer nessa fazenda, eu ficarei louca!
Empurrei delicadamente o ombro de meu amigo e abri espaço de passagem. Continuei meu caminho de volta a Casa Grande, tentando não deixar as lágrimas escaparem. Amélia certamente já estava noticiada sobre os fatos, portando era meu dever ir ao seu encontro e reconfortá-la, a companhia dela também me fazia muito bem. Subi os degraus da Casa Branca e no mesmo instante a porta principal se abre, revelando um rosto extremamente conhecido.
– Olívia– disse ele, virando-se na minha direção.
– Sr. Coimbra– tossi ao pronunciar seu nome– Barão– acenei para ambos.
– Fico feliz que esteja bem e caminhando. Eu já ao seu encontro– disse o Sr. Coimbra, todo sorridente.
– Ia ao meu encontro?– perguntei, como se não tivesse entendido a pergunta.
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Negra
Ficción históricaOlívia Ambrose Barros é uma estudante de Arquitetura que enfrenta com garra o dia a dia como qualquer outra garota de vinte e dois anos. Mas no dia 20 de Julho o inesperado acontece: ela volta no tempo e para no ano de 1871. E o maior problema nem f...