Estávamos os dois deitados na cama conversando sobre nossas vidas quando escuto uma batida na porta.
– Álvaro!– gritou a voz de Augusta Coimbra.
– Estou indo dormir, Augusta– disse Álvaro, olhando assustado para a porta– Vou sair cedo amanhã, depois a gente se fala.
– Dormir a essa hora? O que está tramando?
Trocamos olhares temerosos antes dele responder.
– Eu já disse, vou acordar cedo!
– Tudo bem então– ela se rendeu– Até amanhã.
Olhei para ele e abri um sorriso manhoso.
– Finalmente, a sós– eu disse, sorridente.
Álvaro me olhou receoso, arqueando as sobrancelhas e eu me aproximei sorrateiramente, como se estivesse caçando uma lebre através dos lençóis. Iniciei uma enxurrada de cócegas embaixo do braço exposto de Álvaro. Ele me olhou assustado, mas não demorou muito para entrar na brincadeira e segurou meus braços com força, deixando minhas axilas livres. Coloquei meu rosto no travesseiro para que abafasse o som das minhas gargalhadas.
– Agora eu te pego!– afirmei, subindo em cima dele, prendendo-o sobre meus joelhos. Ergui seus braços e parei quando percebi que ele estava cedendo e que minha posição era bastante convidativa, mas não para cócegas.
Senti seu membro enrijecer sobre minha barriga e sorri com a situação.
– Ficou animado com a brincadeira?– perguntei, sem conseguir conter a piada– Porque estranhamente apareceu uma montanha embaixo de mim.
– Você tem uma língua muito afiada Srta. Ambrose– ele disse, corando.
– Eu tento dar sempre o meu melhor– pressionei meu corpo contra o de Álvaro, fazendo ele prender a respiração.
– Se continuar com isso já sabe como vai acabar– ele provocou.
– Tudo isso depende de você– Aproximei meu rosto do seu, lambendo seu lábio inferior– Quer que eu continue?
Aquela cena nostálgica lembrou-me de Gabriel, de como ele fazia isso comigo e eu corava, tamanha era minha timidez. Eu nunca havia feito essas coisas com Gabriel; ele sempre foi o mestre, o meu guia para o sexo. Agora cá estou eu, deixando toda minha excitação interior sair em forma de palavras, como o mestre me ensinara.
– Seria uma honra– disse ele, fazendo-me voltar à realidade.
O beijei com fervor e quando percebi que a intensidade do beijo aumentara, coloquei meu dedo indicador sobre sua boca.
– Vamos ver como andam as coisas lá embaixo– pisquei.
Desci meu corpo enquanto eu beijava cada centímetro do peitoral dele, até chegar no umbigo e voilà.
– Geralmente as mulheres ficam por baixo– ele disse, eufórico.
– Não de onde eu vim– falei antes de levar seu membro à minha boca.
– E só fazem isso quan...– ele parou de respirar– Quando o homem ordena.
– Shhhhh– reclamei.
– Misericórdia!
Não pude deixar de escapar um sorriso. Ele deveria achar que eu era a mulher mais ousada do planeta, mas deixar de provocá-lo havia se tornado quase impossível.
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Negra
Ficción históricaOlívia Ambrose Barros é uma estudante de Arquitetura que enfrenta com garra o dia a dia como qualquer outra garota de vinte e dois anos. Mas no dia 20 de Julho o inesperado acontece: ela volta no tempo e para no ano de 1871. E o maior problema nem f...