Capitulo 16

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MIA'S POV

A pequena cruz prateada balançava por entre os meus dedos, esfriando-os e fazendo-os sentir a sua irregularidade. Não sei há quanto tempo me encontrava ali, sentada sobre a minha cama, a olhar para o objeto ainda preso ao meu pescoço. Tal como sempre estivera. Não conseguia evitar ler e reler a inscrição na parte de trás. O nome que esta trazia gravado a si. O nome de uma família tao atormentada. O nome que agora pertencia a apenas um. Um esse que ainda dominava os meus pensamentos. Apesar de também haverem outras coisas a faze-lo.

Pergunto-me o porquê de uma cruz. Seriam os seus antepassados religiosos? Porque apesar de tudo, este é o símbolo da dor e do sofrimento. Que foi tudo o que aconteceu a quem a transportava. No entanto, acabou por significar esperança para mim. Ao entregar-me este colar, ele deu-me esperança de que os nossos caminhos se voltassem a cruzar, um dia. De maneira a que eu pudesse devolver-lhe o seu talismã. E agora tenho mais certeza do que nunca de que isso pode vir a acontecer. Mas já não o encaro com a mesma alegria que teria no inicio.

No entanto, não passa apenas de um símbolo. Tal como o que carrego no braço, produzido numa cicatriz. Nefilins. Desertores. Mas não só. Pois a minha curiosidade levou-me a investigar um pouco mais, apenas para descobrir que também significa "espíritos impuros" ou "demónios". O que ate tem uma certa ironia, visto sermos nos quem carregamos esta marca, quando os que a fizeram é que são os verdadeiros monstros.

Uma suave batida na porta suou pelo quarto, chamando-me á atenção e fazendo-me como que por instinto esconder novamente o pequeno objeto por baixo da minha camisola. A superfície de madeira foi aberta no segundo depois, antes de uma nova presença entrar na divisão. Trazia também esta o seu pijama vestido e cabelo atado num pucho, atras. As suas expressões eram normais e simpáticas, não me permitindo alarmar.

Eleanor: Vi a tua luz acessa, por isso decidi entrar. Também não consegues dormir?

Eu: Não. Hoje não.

Arrependi-me de responder desta forma. Tive medo de dar a entender de que algo se passava. De que ela me fosse perguntar o que era. Que me fosse obrigar a contar. Mas esta não reagiu assim. Apenas ignorou a minha resposta, antes de se aproximar de mim e se sentar ao meu lado.

Eleanor: Ficamos as três a fazer o ultimo turno de amanha. Vamos ter de fechar o café.

Eu: Tudo bem.

Não sabia o que mais dizer. Não estava á espera que esta fosse aparecer. Não estava com vontade para conversas. Sentia-me completamente perdida. O meu humor estava mais em baixo do que nunca e cada vez tinha menos a certeza do que fazer. E talvez fosse por estar demasiado concentrada em mim que não reparei na alteração das expressões faciais da Eleanor. Porque se o tivesse feito, talvez não tivesse sido apanhada assim tao de surpresa pelo que esta disse a seguir.

Eleanor: O Niall contou-me tudo.

Aquela frase atraiu toda a minha atenção para ela, permitindo-me observar agora, pela primeira vez, toda a preocupacão expressa no seu rosto. Assim como na ligeira tristeza. E isso acabou por responder á pergunta que havia surgido na minha mente. No entanto, acabei por faze-la á mesma.

Eu: Contou-te o quê?

Eleanor: Tudo o que se tem passado. Contou-me sobre os desertores. Sobre a guerra. Sobre o ... Harry.

O seu nome pronunciado em voz alta libertou pequenos arrepios no meu corpo, mas acabei por os ignorar. O que me importava agora era o facto de a Eleanor saber a verdade. De saber o que se passava. De saber que eu havia andado a esconder este segredo durante tanto tempo. Estaria chateada? Desiludida? Zangada? Não o parecia. Pelo menos não por fora.

Help Me 2 (Fanfic Harry Styles)Onde histórias criam vida. Descubra agora