Capítulo 9

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Um grito foi ouvido, mas eu só me dei conta que veio de mim ao sentir a dor se alojando entre as minhas pernas quando fui penetrada de uma vez só.

Andre saiu de dentro de mim e entrou de novo, mais devagar, mas ainda foi doloroso como o inferno e eu gemi alto enquanto apertava os meus olhos, segurando a vontade ridícula de chorar. Ele pareceu notar que algo estava errado porque de repente, o senti rígido como pedra em cima de mim e isso me preocupou. Quando abri meus olhos, o encontrei me encarando como se tivesse visto um fantasma; sua boca estava entreaberta e os olhos arregalados enquanto mantinha-se imóvel sobre o meu corpo.

— Você... Giovanna, você era... por Deus! — Andre começou a gaguejar enquanto procurava uma maneira de sair novamente, agora sem me machucar — Você é virgem? Por que não me disse nada antes? — Perguntou aumentando o tom de voz e soando apavorado como se tivesse cometido um crime, enquanto encarava o próprio membro que estava um pouquinho sujo de sangue.

Provavelmente como eu.

— Eu achei que estivesse implícito. — Minha voz saiu meio tremida, a vontade de chorar veio com força total e dessa vez, não pela dor, mas pela vergonha.

Por que ele havia parado, afinal? Quero dizer, eu sabia que não tinha a vasta experiência da qual ele era acostumado com suas amantes, mas não achei que Andre fosse me rejeitar justo no meio da coisa toda.

Teria sido tão ruim assim, simplesmente deitar-se comigo?

Isso era tão humilhante.

Eu rapidamente me saio daquela situação embaraçosa e levanto do sofá, tendo cuidado para não sujar nada e piorar a minha situação, pois, como se não bastasse toda a vergonha pela coisa toda da virgindade e do sexo interrompido, eu ainda estava fodidamente nua na frente do cara que não me quis. Sim, excelente!

— Eu sinto muito. Olha... eu deveria saber, eu devia ter... — Engoli seco enquanto apanhava minha saia e a calcinha do chão e usava-as para me cobrir — Devia ter imaginado que você estava acostumado a outros tipos de mulheres e, ahn, olha, me desculpa mesmo. É melhor eu ir, está bem?

Andre que, até então, estava em um transe olhando para o chão como se algo fenomenal fosse surgir de lá, pareceu finalmente acordar e me olhou ainda mais assustado do que da última vez.

Teria sido cômico, se a situação não fosse tão embaraçosa.

— O que? O que você está dizendo... não! — Ele pulou do sofá e veio até mim ignorando totalmente a sua nudez, segurou o meu rosto molhado e beijou meus lábios carinhosamente — Baby, eu não vou deixa-la ir tão cedo. Eu que sinto muito por ter sido tão estúpido e não notado o quão especial você era, Nana — Ouvi-lo me chamando de Nana pela primeira vez chocou-me mais do que todo o resto e também me tranquilizou — Não agi assim porque não a quero. Agi assim porque me senti um monstro tirando a sua virgindade de um jeito tão vulgar e dura no sofá da minha sala.

Ele agora abraçava meu corpo de uma forma tão carinhosa, que não me senti no direito de duvidar das suas palavras. Conhecendo-o como eu faço, isso fazia muito mais sentido do que o que as minhas inseguranças estavam me dizendo. Exceto pelas nossas brincadeiras sujas, Andre nunca foi mais do que um cavalheiro comigo e eu deveria saber que suas reações vinham do choque de eu não ter ido muito mais longe em meus relacionamentos passados.

Quando ele me pediu para acompanha-lo, logo entrelaçamos os dedos das nossas mãos e eu fiz uma caretinha de dor no segundo em que dei alguns passos para frente. Andre se ofereceu-se para me levar no colo, caso estivesse doendo muito e tentando não rir de nervoso, apenas murmurei que não precisava, porque podia perfeitamente lidar com isso. Eu não o queria me tratando como uma invalida.

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