Capítulo 10

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Estava escuro quando abri os olhos. A única iluminação que me orientou, vinha do corredor, passando pela porta entreaberta. Eu não fazia ideia de que horas eram ou do porquê eu havia cochilado essa tarde, até que...

Santa porra. Era isso!

Eu estava na casa de Andre.

Na cama dele. Porque eu tinha transado com ele.

Com aquela realização, sentei-me na cama em um milésimo de segundo, sentindo uma tontura dominar a minha cabeça enquanto o quarto girava. Fechei os olhos e deixei que as imagens de horas atrás dominassem a minha mente, me levando de volta aos braços do meu grego até que senti um sorriso estupidamente apaixonado surgir no meu rosto. Toquei meus lábios com as pontas dos dedos quase sentindo o calor dos dele ali, mais uma vez e suspirei.

Ao meu lado, ele estava deitado de bruços, ressonando tranquilamente. Seu cabelo mais bagunçado que o normal se destacava na brancura do travesseiro, os longos cílios descansavam sobre sua pele alva e a boca rosada ligeiramente aberta o deixava parecendo um menininho. Eu nunca pensei que viveria para ver uma cena tão doce quanto essa de Andre dormindo. Nem parecia aquele homem que todos abaixavam a cabeça quando passava ou para quem respondiam "sim, senhor" pra qualquer absurdo que ele dissesse e exigisse. Estava tão sereno.

Levantei os braços o mais alto que pude, me esticando inteira como um gato e quase gemi com as dores incômodas que sentia nos músculos, mas era uma dor muito bem-vinda porque eu sabia perfeitamente as razões por trás dela e já queria repetir tudo muito em breve.

Saí da cama nua, aproveitando o sono pesado de Andre e fui até seu closet.

Podia estar sendo enxerida, mas dada as circunstâncias, não achei que ele se aborreceria em me emprestar algumas coisas pessoais.

O closet era grande, mas havia muito espaço sobrando, lembrando-me que a maioria das coisas de Andre deveria ter ficado em Chicago ou até mesmo em Atenas. Abri várias gavetas vazias até encontrar suas boxers, todas bem dobradas e organizadas. Peguei uma preta que parecia menor que as outras. Com certeza deve servir. Fui até onde estavam suas camisas penduradas e peguei uma branca social de botões, levei até o nariz e inspirei o cheiro de roupa limpa, com o toque excêntrico de Andre Makayros. Vestia-a rapidamente e fechei a maioria dos botões, deixando apenas os dois primeiros abertos, formando algum tipo de decote e logo a boxer já estava encaixada em mim também.

Andei descalça para fora do quarto, segui pelo corredor e cheguei até a sala. Encontrei o meu celular jogado no sofá próximo ao meus óculos escuros e nele havia alguns alertas de e-mail, mensagens de Carol e uma ligação perdida da mamãe, provavelmente querendo confirmar o almoço de amanhã. Uma ideia passou pela minha cabeça no segundo que desliguei o celular, mas logo balancei a cabeça pra que elas voltassem para onde vieram. Que absurdo!

Na cozinha, tudo estava como eu deixei. A comida ainda estava no forno, mas por sorte, o mesmo estava desligado. Fui até a geladeira com um copo de vidro e enchi-o de água, sorvi o liquido como se fosse a primeira vez em dias que o bebia e culpei o cansaço que um certo moreno de olhos azuis me causou. Com um risinho, olhei o relógio de parede que marcava 17h03m. Certo... talvez o almoço sirva como jantar. Por que não? Coloquei a comida para esquentar e quando estava perto de retira-la, resolvi acordar o menininho que deixei no quarto, mas antes que pudesse dar um passo, braços fortes me seguraram pela cintura e me puxaram, fazendo-me tombar com um corpo másculo de cheiro extremamente convidativo.

— Hey.

Os dedos dele apertaram-se em minha cintura, me fazendo soltar uma gargalhada involuntária e ele acabou rindo comigo ao ouvir o som. Virei meu corpo, ficando de frente e encontrei Andre com os olhos ainda apertados de sono e seu rosto ligeiramente amassado. Não me contive e fiquei na ponta dos pés para beija-lo por toda a sua linda carinha e foi exatamente o que fiz por um longo minuto.

Odisséia GregaOnde histórias criam vida. Descubra agora