Capítulo 2

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Não tinha sido uma experiência de todo ruim, afinal.

Todos os movimentos pararam quando entrei no ambiente, inclusive as vozes. De repente eu era alvo do olhar curioso de 12 pessoas. As conversas baixas do outro lado pareciam estar sendo gritadas, devido ao silencio que pareceu ter durado horas ao invés de segundos, me fazendo engolir em seco até que a porta foi batida e uma sonora gargalhada foi ouvida por todos nós. Então o mundo voltou a girar.

Um homem grande, tanto nos ombros quanto na altura, ria e batia no ombro do outro que estava sentado ao seu lado, parecendo envergonhado pelo comportamento do amigo. Eu não o julgava. Os dois pareciam executivos e faziam parte do grupo mais jovem. O loiro era um sujeito bonito, sua pele parecia estar bronzeada e uma barba um pouco mais escura que o cabelo, desenhava o cavanhaque que chamava atenção para o seu sorriso de criança.

Ele parecia incrivelmente descontraído para estar em um jantar de negócios.

O outro rapaz, parecendo tímido, me deu um sorriso de desculpas. Mesmo sentados, era possível ver a diferença na altura de ambos. Este tinha os cabelos castanho escuro penteados para o lado. O gel mantinha cada fio em seu devido lugar. Ele era mais magro e sua roupa estava impecável, ao contrário dos demais que pareciam mais à vontade com a gravata frouxa ao redor do pescoço.

— Olha só, Jesse. Quando o Andre disse que havia pedido por um garçom exclusivo para nos atender, eu não pensei que fosse algo tão bom de se pôr os olhos. Caramba! — O loiro comentou, ainda risonho. Eu teria o tomado como um grande babaca, se ele não tivesse sido o único ter o trabalho de levantar da mesa para vir me cumprimentar.

Drake O'Brien, como se apresentou, mostrou-se muito amigável a noite toda. Ele foi um perfeito cavalheiro, fazendo elogios e me dizendo quem era quem. Eu tentei muito duro lembrar o nome dos homens, mas não deu muito certo, apenas as mulheres – que me atiravam punhais com os olhares – ficaram registradas em minha mente. Quando todos os rostos passaram por mim, percebi que ele deixou por último e não menos importante, o bilionário Andre Makayros.

O homem que me roubou o ar quando pus meus olhos sobre ele.

Agora eu era capaz de entender o que Ruth quis dizer com algo como "ele não parece humano". A pele deliciosamente branca – ainda que fosse um tom mais escura que a minha – parecia estar livre de qualquer imperfeição. Ele tinha a fronte larga, forte. O maxilar era amplo e quadrado, com uma sombra de barba por fazer. Seu cabelo era quase volumoso, as ondas de cor preta pareciam tão macias que imploravam por uma caricia. O meu olhar caiu sobre a sua sexy pequena boca, naturalmente rosada que nesse exato momento, contornava um sorriso deslumbrante. Ele era tão bonito. Cada detalhe sobre o homem era capaz de esquentar o sangue de qualquer mulher que gostasse de sexo, mas quando cheguei aos seus olhos, foi que me perdi completamente.

Eles eram como o mais belo topázio.

Engoli em seco, outra vez, quando percebi que aquela imensidão azul me estudava descaradamente como tenho feito com ele, como se fôssemos os únicos na sala. Tenho certeza que se alguém chamasse por mim, gritasse ao meu lado, eu não seria capaz de registrar. Quando o nosso olhar se encontrou, havia um brilho diferente ali. Gritava "cuidado" e eu não pude evitar apertar as minhas coxas de maneira sutil, mas quando o seu sorriso se alargou, percebi que não obtive êxito ao tentar disfarçar a minha excitação. Ele sabia que me agradava.

Cristo. E poderia ser diferente?

Era lindo demais. O Adônis em pessoa.

Pisquei algumas vezes, saindo do meu transe quando ouvi o riso suave do tal Jesse. Quando fui capaz de recuperar a fala, comecei explicando que aquela não era a minha função e os deixei saber sobre o que eu realmente fazia ali, mas deixando claro que podia providenciar o que lhes fosse necessário a qualquer hora. E tudo isso, prendendo uma careta quando percebi o brilho malicioso nas expressões dos velhos babões. Ugh, nojento.

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