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As duas semanas passaram num piscar de olhos. Eu não tive mais notícias de André e no fundinho do fundo eu torcia para que ele não aparecesse no casamento. Ele era bonito demais pra acompanhar uma desastrada como eu. Todos irão perceber que tem algo errado. Será que vão pensar que sequestrou ele? Isso seria terrível se acontecer!

A vaca da Aline disse iria levar um boy que ela conheceu na academia e que era pra eu dar um jeito de ir sozinha para a chácara. Deixei a loja nas mãos do pessoal. Eles eram de confiança e praticamente da família, então eu poderia fazer a viagem tranquila, pois a loja estava em boas mãos.

Nós passaríamos quatro dias na chácara, então como hoje era quarta, ama há cedo já teria que ir pra lá. Arrumei minhas malas com toneladas de roupa de frio e de calor. Odeio passar frio e também calor, mas pelo menos o frio eu posso diminuir com umas cinco blusas por exemplo.

Fiquei pensando em como estaria Pedro. Será que ele ainda era vaidoso ou virou um gordo porque afogou as frustrações dele em comida?

Não, perai! Essa sou eu!

Pedro jamais faria algo do gênero. JAMAIS. Pensei também em como seria a namoradinha dele. Será que era parecida comigo ou era completamente o oposto?

Aline disse que eu deveria me preocupar menos com Pedro e focar em me divertir na viagem, já que faz muito tempo que não viajo. Decidi seguir o conselho dela. Tomei um relaxante muscular, marquei a hora que eu deveria acordar amanhã e logo peguei no sono.

Acordei com a luz do sol batendo em meu rosto, mas eu não entendia como que tinha um sol tão forte desse às seis horas da manhã. Levantei meio atordoada e olhei no relógio. Não eram seis horas da manhã e sim dez e meia!

Peguei meu celular e tinha 19 chamadas de Aline e 32 mensagens de texto. Abri as mensagens e 31 eram de Aline me xingando e dizendo que se eu não fosse ao casamento ela me mataria de uma forma sangrenta e dolorosa e única mensagem diferente era de André.

"Bom dia! Acho que seria melhor chegarmos juntos ao casamento. Me passe um endereço onde posso buscá-la! "

Eu estava tão atrasada que respondi passando o endereço de casa. Entrei no banho igual uma desesperada e quando desliguei o chuveiro ouvi a campainha tocar.

-Não não não não nao!

Por que ele era tão rápido? Me enrolei na toalha e corri pra abrir a porta. Assim que abri meu queixo quicou no chão. André estava de regata branca mostrando os bracos com seus músculos definidos. Ele usava um óculos escuro estilo aviador e uma bermuda cinza. Estava simplesmente apetitoso.

-Oi! - ele falou tirando o óculos e mostrando seus olhos azuis.

-O..o..oi!

-Você está pronta?

-Sim!

-Sério?

-Sim!

-Sério mesmo que você vai assim? - ele apontou para o meu traje e começou a rir.

Olhei para a minha roupa não existente e senti minhas bochechas queimarem de vergonha. Eu ainda estava enrolada na toalha. Completamente humilhada.

-Só um minuto!

Bati a porta e corri para o meu quarto. Assim que cheguei nele, dei meia volta e abri a porta da sala mais uma vez. André estava parado do mesmo jeito.

-Desculpa! Esqueci que você estava aí! - ele arqueou a sobrancelha - quer dizer... não que tenha esquecido que você estava aí porque estava, e seria impossível esquecer você, mas acho que você deveria entrar! Você quer entrar? Eu me troco em dois segundos.

-Obrigada! - ele mostrou seus dentes brancos sorrindo.

-Ok! Fique à vontade! - ele assentiu.

Corri mais uma vez pro quarto e vesti o primeiro vestido que encontrei. Ele era de alcinha, florido e um palmo acima do joelho. Penteei o cabelo bem rápido, peguei minha mala e minha bolsa.

André se levantou do sofá e pegou minhas coisas. Fomos até seu carro e ele guardou as coisas no porta malas ou sei lá o nome daquela parte de trás. Ele tinha uma daquelas picapes caríssimas, gigantes e chiquérrimas. André ajudou a pisar no degrau para conseguir entrar no carro, mas quando consegui subir, senti um ventindo fora do normal. Nessa hora eu congelei. Eu não acredito que esqueci uma coisa tão óbvia. André fechou a porta, deu a volta e entrou no carro.

-Eu.. eu esqueci uma coisa! Preciso pegar.

Tentei descer do carro, mas era muito alto pra eu conseguir fazer isso sem mostrar minha bunda ou cair de cara no chão.

-O que? Eu pego pra você! Está na sala?

-Não. . Não precisa... eu pego!

-Por que eu não posso pegar? Você demorou um século pra conseguir entrar no carro.

-Porque é uma coisa particular!

-Você vai pegar drogas é isso?

-Claro que não! Por que você ainda acha que sou drogada?

-Porque você age estranho às vezes.

-Às vezes? Como você diz "às vezes" se me viu somente duas vezes na sua vida?

-Exato!

-Ai Meu Deus! Você vai me ajudar a descer ou não?

-Só se você me contar o que você esqueceu.

-Você é sempre idiota assim?

-Se não é droga, não sei qual o problema em me dizer! Somos namorados esqueceu?

-Ainda não somos namorados! Somente na festa! - ele olhou para a frente.

-Calcinha. - cochichei.

-O quê?

-Calcinha! - falei mais alto e olhando para baixo.

-Você esqueceu de pegar suas calcinhas?

-EU ESQUECI DE COLOCAR UMA OK? Agora pode me ajudar a descer antes que eu mude de idéia e nao vá em porra de casamento nenhum?

-Como você conseguiu esquecer de vestir uma calcinha? - ele gargalhava.

-Que bom que te divirto!

-Me conta!

-Eu estava com pressa e esqueci! Não cometi nenhum crime ok?

-Ah, nem é nada demais!

-Você vai me ajudar ou não?

-Você pegou suas calcinhas pra viagem?

-Claro ne? Não sou tão tapada!

-Então você pode esperar e colocar uma lá!

-O QUÊ???? - André deu partida no carro e travou as portas.

-Nunca andei de carro com alguém sem as roupas de baixo!

-Você não vai sair com esse carro senão te mato!

Ele soltou o freio de mão e colocou o óculos escuro.

-Ops! Tarde demais!

O carro começou a andar e eu fiquei mortificada. Respirei fundo e tentei entender porque me enfiei nessa confusão!

Estou ferrada nessa viagem!

NAMORADO ALUGADO (DEGUSTAÇÃO) Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora