Capítulo 5 - Conhecendo Lenora

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Acordei no dia seguinte e a janela estava fechada, Max deve tê-la fechado depois que eu dormi. Não tinha ideia da hora, se ainda era manhã ou tarde. Eu estava descansada, totalmente descansada, aspirei o ar e senti o perfume que vinha dos lençóis. Eu estava pronta para me levantar, quando estiquei as pernas toquei em algo quente, ouvi um ronronar e levantei a cabeça para olhar.

Meu Deus! Eu ainda vou morrer de susto nesse lugar. Empoleirado na minha cama havia um gato enorme, ele tinha duas vezes e meia o tamanho de um gato normal, era cinza e muito peludo. Tentei puxar os pés devagar para não acordá-lo, mas ele abriu os olhos enormes e amarelos e bocejou, abriu a boca mostrando uma fileira de dentes brancos e pontiagudos.

Desci da cama devagar, encontrei meu vestido e sobre uma cômoda de madeira havia um jarro com água e uma bacia. Ao lado havia uma escova de cabelo e laços coloridos, um espelho redondo estava pendurado na parede.

Comecei a escovar os cabelos que estavam cheios de nós, Max fez vários nós nos meus cabelos enquanto me fazia dormir, eu sorri envergonhada me lembrando de seus dedos se movendo em meus cabelos. Após me arrumar, eu me admirei no espelho, usei uma das fitas para prender meus cabelos para trás, escolhi a fita azul para combinar com o vestido. Desci a escada seguida pelo gato gigante até a sala e encontrei minha anfitriã.

__Vejo que conheceu nosso gato. – eu o olhei passar por nós indo para o tapete da sala. __Está com fome?

__Um pouco. – olhei ao redor e a casa parecia vazia.__ Onde está Max?

__Max e o pai foram procurar os anciões da cidade, para marcar um momento para que você possa conversar com eles. Venha comer.

Fiquei apreensiva de repente, um frio surgiu no estômago e foi subindo pela garganta, tentei engolir o bolo que se formou, mas não havia saliva. Ariadne que havia se voltado para cozinha, parou e olhou para mim.

__Não fique preocupada. – ela tocou meu braço e a sensação de paz me tomou outra vez.

Eu sorri agradecendo e a segui até a cozinha, havia frutas em uma cesta sobre a mesa. Ela me observou investigar o que pareciam frutas, com curiosidade.

__Pode comer, são frutas.

Peguei uma fruta rosada com a aparência de uma pequena laranja, o cheiro era adocicado e a textura era semelhante à casca da banana. Ariadne a pegou de minha mão e mostrou-me como comer.

__Deixe-me ajudá-la. – ela retirou a casca e dentro havia uma massa também rosada e me ofereceu.

Eu provei a fruta e novamente não encontrei palavras para descrever o sabor, era doce e macio, semelhante à banana, mas com uma textura mais leve. Havia um caroço no meio da fruta semelhante ao do pêssego. Quando acabei a fruta, Ariadne colocou a minha frente um copo com um líquido branco que imaginei ser leite, eu o bebi devagar saboreando cada gole, tinha gosto de leite com mel e estava morno.

__Obrigada mais uma vez. – eu disse após meu café da manhã incomum.

Ela olhou meu cabelo e sorriu.

__Essas coisas... ,digo, o vestido e os objetos no quarto, eram de sua filha?

__Sim. Ela mudou-se para o litoral e não precisava mais delas.

__ Que sorte a minha! – ela riu e não fez mais nenhum comentário. Eu estava de pé ao lado dela na mesa olhando-a cortar legumes, ou pareciam legumes e não percebi quando Max e seu pai se aproximaram. Ariadne levantou os olhos e os cumprimentou com um sorriso. Eu novamente me assustei e senti meu coração disparar quando os vi se aproximando, principalmente quando recebi o sorriso de Max.

Andirá - a jovem da profeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora