Andirá - a jovem da profecia

Capítulo 30 - Esperança

VIC

Não acreditei quando acordei e senti Max tão próximo, ele estava na cidade, eu podia sentir sua presença e a de Ekualo, meu amigo Aiesh. Eu precisava enviar-lhe uma mensagem, o sonho que ele teve está noite deixou-me preocupada. Por que ele pensaria que estou com Caleb? O que o levaria a pensar assim?

__Por que está sorridente jovem Senhora? – Pâmela perguntou enquanto arrumava meu quarto.

__Estou sorridente? – olhei-me no espelho.

__Sim, teve bons sonhos? – ela perguntou enquanto segurava o travesseiro no peito, abraçando-o apertado.

__Bons? – eu sorri. __Não, foram ótimos.

Depois do café procurei por Bianor.

__Bom dia Bianor.

__Bom dia querida, sempre atenciosa comigo. – ele sorriu segurando minha mão entre as suas.

__Gostaria de um passeio hoje à tarde?

__Seria ótimo sair acompanhada de uma jovem tão bonita. – dei-lhe um beijo no rosto. __Que entusiasmo! Não achei que minha companhia era tão desejada, mas Caleb permitirá?

__Não se preocupe, eu o convencerei. – sorri e caminhei para a porta. __Obrigada. – disse ao sair.

Agora eu preciso convencer Pâmela a ir conosco e mais importante, garantir que Caleb permita meu passeio inocente e não queira ir junto.

__Está atrasada! – ele recebeu-me no pátio externo. __Dormiu mais que a cama?

__Não, eu estava com Bianor. – postei-me ao seu lado e puxei as mangas da camisa preparando-me para o nosso ritual, uni minhas mãos, fechei meus olhos e saudei Iti, o sol de Atlantis. __O que faremos hoje?

__Lembra-se do que fiz aos seus amigos em Ogden?

__Sim, você os torturou! – disse, tentando conter a raiva.

__Quero ensiná-la a encontrar os pontos de dor em uma pessoa.

__Não vou fazer isso! – eu disse indignada.

__Achei que quisesse ser tão poderosa quanto eu. – ele disse com um sorriso maldoso nos lábios.

__Não, não quero mais, se pra isso eu tiver que machucar alguém.

__Que hipócrita! Victória, eu não achei que hipocrisia fizesse parte de sua personalidade. – ele disse enquanto caminhava ao meu redor.

__Não sou assim. Não sei do que está falando.

__Nunca feriu nem matou ninguém? – senti meu corpo tremer, a culpa me remoeu. __ Ouvi dizer que matou um de meus melhores soldados quando nem havia treinado ainda.

__Foi um acidente! – eu cuspi as palavras com raiva.

__E o que dizer dos soldados que entraram em Megaron? O que você fez com eles?

__Estávamos lutando, eu não tive a intenção de matar.

__Mas você o fez e fez muito bem. Não escapou ninguém, jovens soldados ou pais de família. Você não poupou ninguém.

__Pare, pare. Por que está me torturando?

__Quero que perceba que não é diferente de mim.

__Eu sou sim, não sinto prazer em machucar ou matar ninguém, ao contrário de você, que se satisfaz com a dor alheia.

__Só utilizo este recurso em último caso, gosto de uma luta justa.

__Justa? Com seus poderes? Quem poderia enfrentá-lo?