Capítulo 32 - A batalha final

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Mais tarde eu fiquei sabendo que o Conselho apoiou a retirada do povo de Zorah em duas semanas e permitiu que o exército a defendesse em caso de invasão. Alceu e Briseu explicaram novamente que Caleb não desistira de mudar as regras do Conselho e mais dia menos dia, ocorreria um conflito, e depois da minha "demonstração de poder", os anciões acreditaram na profecia.

Max levou-me às estufas de pesquisas de Zorah, onde trabalhavam Humberto, Olavo e Ekualo. Caminhar despreocupada por entre as bancadas repletas de mudas quase me fez esquecer o temor, enquanto observava as plantas eu ia fazendo uma flor florescer aqui e ali, Max ria e me mandava parar.

__Vai bagunçar com as pesquisas se continuar alterando as plantas desse jeito.

__Sinto como se fosse explodir, a energia circula através de mim, preciso usá-la, descarregar em alguma coisa.

__Vamos encontrar Sinara e Nínive, podemos ir ao Templo de cura e meditar.

__É uma ótima ideia Max, eu preciso mesmo relaxar.

No Templo de cura encontramos Sinara e Nínive atendendo algumas pessoas. O povo de Zorah era muito espiritualizado e sempre que podiam ou precisavam recorriam ao Templo para uma simples recarga energética ou para curar algum mal. Elas convidaram-me a ajudar e eu me senti magnífica por poder doar parte da energia que me preenchia. Depois fomos ao jardim e junto das flores começamos a meditar. Sentamo-nos em círculo, tentei relaxar, primeiro sentindo o perfume das flores, sua textura sob minhas mãos, o calor de Iti aquecendo o jardim de inverno e nossos corpos através das vidraças do teto abobadado e então o vento me envolveu, ouvi o arfar de Sinara e li sua mente. "__De onde veio esse vento?" Uma luz brilhante inundou o lugar e mesmo estando de olhos fechados pude perceber o quanto era ofuscante, eu só não imaginava que essa luz estivesse partindo de mim. Então ouvi Max, não em minha mente, mas realmente o ouvi. __Deus! Ela pode levitar! Abri meus olhos e os vi, de pé olhando para o alto, eu estava a um metro e meio do solo.

__Como fez isso? – Nínive perguntou surpresa.

__Não sei. – respondi enquanto descia ao nível deles outra vez. __Só estava tentando não pensar em nada.

__Isso é fantástico! – Max disse sorrindo. Eu sorri de volta, mas no íntimo eu estava tremendo de medo, lembrei-me da visão de Caleb, quando estive em sua mente e me vi flutuando sobre o mar.

Passei algumas horas no Templo de cura e após meditar me senti mais calma, apesar da inquietação que crescia em meu coração. Algo não estava certo, eu me sentia triste e abandonada como se... Como se esse sentimento não me pertencesse. Era lógico estar feliz, afinal eu estava com Max e ele me amava, eu podia sentir, mas por que, então, eu estava tão triste e magoada?

À noite jantamos com a família de Olavo e foi muito bom revê-los e poder conversar com eles.

__Cheguei a pensar que nunca mais nos veríamos. – disse Kailina com olhos brilhantes. __Sei que foi um pensamento pessimista, mas...

__Não tem importância. – eu disse. __Isso já passou, estamos juntos agora e isso é o que importa. – olhei ao redor e encontrei o sorriso de Olavo. Senti-me responsável por aquela família, eu precisava vencer para que o povo de Atlantis pudesse retornar as suas vidas.

__Você está diferente. – disse Olavo aproximando-se.

__Eu me sinto diferente. – respondi ainda sorrindo.

__O que houve com você? Sei que já nos relatou sua permanência em Malie, mas o que realmente aconteceu com você?

Todos se calaram e esperaram minha resposta, procurei os olhos de Max e ele me deu a mão, levando-me até a poltrona onde estava Kailina, ela passou a mão pelo meu rosto encorajando-me.

Andirá - a jovem da profeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora