Capítulo 17 - A arma de Bianor

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 Max


Tudo era um caos. Homens subindo pela muralha, o portão sendo aberto por uma força invisível. Vic! Teimosa! Por que não estava com Briseu e Celandine? Eu teria paz para lutar, não conseguia me concentrar na luta, com medo que alguém a ferisse. Mas ela era tão poderosa! Lançava-os longe, os fazia temê-la. Ela estava linda! Seus cabelos esvoaçando e seus olhos de estrelas, alguns homens tombavam dos cavalos na tentativa de retornar. Mas, de repente, ela se curvou, estava sentindo dor.

__ Não. Ela foi ferida! – desci aos tropeções até ela. __Vic, você está ferida? Perguntei angustiado.__ Max, nós precisamos entrar, o pátio interno foi invadido.

__Como? – perguntei e olhei ao redor. Hector nos viu e veio até nós.

__Neandro. – ela se curvou, parecia doente. Acho que teve mais uma visão. __ É um traidor, está ajudando os soldados. Vamos! Eles vão chegar até Briseu e Celandine. – ela não esperou por mim, correu em direção ao pátio interno. Passou por dentro do Mosteiro e encontrou com Adameire, a pobre menina estava aterrorizada.

__Adameire! – Vic a chamou e a jovem a olhou assustada, ela correu até Adameire e segurou suas mãos. __Se esconda, vamos! – a empurrou em direção as escadas que levavam aos quartos. O que ela estava fazendo? Não poderia salvar todos no Mosteiro.

__Mas Senhora...

__Vá! – ela gritou e a jovem obedeceu correndo escadas acima. Cheguei até ela seguido por Hector.

__Hector, suba. – ela ordenou __Proteja Bianor e Celandine. – Hector assentiu com um movimento de cabeça e subiu as escadas que levavam a sala de Bianor. Me impressionei por Hector obedecer-lhe prontamente

Enquanto corríamos pelas salas do mosteiro cruzamos com Neandro. Arfei e empunhei minha espada, eu o mataria naquele momento se Vic não tivesse feito o que fez. Eu vi o terror nos olhos dele, se entregando como o traidor que era. Seus cabelos cor de prata estavam revoltos e seu corpo tremia sem parar e quando ele se preparou para correr, ela simplesmente o empurrou contra uma parede com um movimento de suas mãos, o deixando inconsciente.

Corremos em direção ao pátio interno do Mosteiro, seguidos por outros dois guardas. Vários soldados já haviam entrado no pátio.

__Por Deus! São muitos. – desabafei em desespero, olhei uma vez mais para ela e me lancei ao ataque. Enquanto lutava e desarmava mais um deles, a procurei em meio a batalha e vi que ela estava lutando com um chicote, por Deus! Quando eu teria um pouco de sossego para combater, ela não temia nada?

Mais homens entravam pela abertura lateral da muralha e Vic destruiu a passagem. Pude ouvir as pedras rolarem e os gritos dos soldados, lutamos com os soldados que conseguiram entrar. Ela estava chorando. Eu vi e ouvi. Ela os matava e chorava. Pobre Vic, era tão jovem, não deveria estar aqui, no meio de tudo isso.

Conseguimos! O pátio estava livre. Só os corpos no chão, a procurei e ela estava logo atrás de mim, eu estava exausto e só pensava em tirá-la daquele inferno e quando a vi, só pude sorrir de felicidade por vê-la sem ferimentos. Seus cabelos estavam soltos sobre os ombros e seus olhos não paravam de brilhar como duas estrelas azuis, então tudo aconteceu tão rápido.

__Celandine! – Vic gemeu. __Max, Celandine está ferida. – ela disse e olhou para cima, para o terraço de Briseu.

O arqueiro lançou a flecha e Vic me empurrou, recebendo-a em meu lugar. Seu corpo tombou e ela caiu sobre a amurada.

Andirá - a jovem da profeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora