Capítulo 8 - Transformações

33 5 0
                                    



Eu estava navegando e no cais havia um intenso movimento de barcos. Eu e minha família estávamos num pequeno barco a remo para partir com os outros.

Assim entrei na baía, eu avistei as casas de pedra, e os prédios cercados por muralhas. Observei as construções e minha imaginação crescia por tentar entender como tudo aquilo havia sido construído. Como era bonito! Os telhados eram vermelhos e nas janelas, flores coloridas e perfumadas. A arquitetura era fascinante por causa dos edifícios de proporções gigantescas. Construíram as casas separadas umas das outras, havendo um pátio central, no meio do qual havia uma fonte. Os Templos eram lindos e os sacerdotes celebravam ali as suas cerimônias.

Um pequeno barco de suprimentos passou ao nosso lado dirigido por um homem, que acenava alegremente para nosso grupo pela hora da partida, falando uma língua estranha. Possivelmente, este homem de pele vermelha iria com sua família neste grupo. Seus cabelos pretos e olhos verdes diferiam do povo do Norte que era ruivos e geralmente de olhos azuis.

"Nosso povo havia mudado!"- eu pensei. As crianças estavam menos sadias. Havia muitos mestiços. Muitos estrangeiros tinham tido filhos ou tinham trazidos mulheres para a Atlântida, vindas do grande continente.

Mamãe contava sobre os cursos em que eu aprenderia a usar a energia, se pudéssemos ficar, uma pena ter que partir tão cedo. Por outro lado, tanta coisa já tinha aprendido naqueles dias. Sobre o cruzamento das plantas, como no caso do trigo – que cruzado com as ervas produzia aveia e outros cereais. Também vira tantos animais estranhos como grandes gatos e outros como estranhos camelos.

O tempo passava rápido e os preparativos da partida estavam no fim. Numa noite, ao redor de uma fogueira, comentavam-se as visões e os sonhos de uma jovem a cerca do futuro. "Meus sonhos".

"Um jovem alto com cabelos claros e cacheados, me apareceu apontando a direção a seguir. Atrás dele, eu vi um novo mundo, cheio de animais e plantas exuberantes, devíamos deixar Atlântida ". Ao ouvirem o meu relato, todos concordaram que o tempo de partir havia chegado, já que a descrição sobre o rapaz lembrava nossos amigos das estrelas.

De repente tudo se tornou um caos. Os tremores começaram e os prédios começaram a ruir. Fui levada por alguém mais forte que eu até um barco que zarpava. Perdi-me de minha mãe. Foi horrível assistir a destruição de Atlântida e não poder fazer nada. Não saber onde estava minha mãe. Se ela estava segura ou morta entre os escombros das grandes construções. Chorei com tanta força e gritei por ela. Inutilmente.

Acordei sendo acalentada por Ariadne. Ela envolveu meus ombros e me sacudia de leve como se faz com bebês quando os colocamos para dormir. Max entrou no quarto também, mas se manteve afastado, seu pai o arrastou para fora.

__Não. – tentei dizer, mas estava sufocada com o choro preso a minha garganta. Eu queria pedir que o deixassem ficar. Só quando senti a onda de ternura, que vinha de Ariadne invadir meu ser, foi que consegui pensar com lucidez.

__Eu tive uma lembrança. Eu acho.

__O que você viu? – ela perguntou afastando o cabelo do meu rosto devagar.

__Vi a destruição de Atlântida, não sei dizer qual delas, mas foi horrível. Eu senti os tremores e vi os prédios tombarem. Eu perdi minha mãe no terremoto.

__Relaxe agora e volte a dormir.

__Não. Eu tenho medo de sonhar de novo.

__Vou ficar aqui com você. Não vou deixar que tenha outro pesadelo.

Andirá - a jovem da profeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora