Acordei sobressaltada. Tinha tido mais um pesadelo. Ultimamente tenho tido muitos pesadelos. Não sei o que se passa comigo.
Sentei-me na cama, peguei no meu telemóvel e vi as horas. 7: 25. Faltavam 5 minutos para o despertador tocar. Levantar 5 minutos mais cedo não faz mal a ninguém.Levantei-me e fui para a minha casa de banho. Tomei um duche rápido e voltei para o meu quarto.
Fui até ao guarda-vestidos e escolhi a roupa que ia usar hoje. Uma camisola de manga cumprida cinzenta, umas calças pretas e um casaco preto de cabedal. Fui até ao espelho da casa de banho e penteei o meu cabelo. Peguei num lenço preto e pus á volta do pescoço. Peguei nas minhas Vans, sentei-me na beira da cama e calcei-me. Peguei na minha mochila e fui até á cozinha.
- Bom dia, querida. – Disse uma voz familiar, assim que entrei na cozinha.
- Oi. – Disse seca.
- Já mal humorada logo de manhã? – Disse enquanto fazia qualquer coisa no fogão. Provavelmente panquecas.
- Se não tivesse que ir para a escola, estava muito melhor. – Forcei um sorriso.
- Ainda não percebi porquê que não queres ir para a escola. Eu na tua altura adorava a escola.
Ainda bem que não sabes porquê que eu odeio a escola e porquê que não quero ir para lá. Era bem capaz de entrar dentro da escola e ir falar com as pessoas que me batem e que me insultam.
- O pai? – Perguntei enquanto tirava um iogurte líquido do frigorífico.
- Foi tratar de umas coisas por causa do novo emprego. – Disse pondo um prato 2 panquecas em cima da mesa.
- Tão cedo?
- A que horas saís hoje? – Disse ignorando a minha pergunta.
- Às 16:30.
- Não te atrases, nós depois queremos falar contigo.
- Sobre o quê? – Olhei para ela desconfiada.
Espero bem que eles não tenham descoberto as imagens nem os vídeos.
- Logo vês.
- Fiz alguma coisa de mal?
- Logo vês.
- Eu vou indo para a escola. - Disse já sem paciência.
- Não vais comer as panquecas que fiz para ti?
- Não queres que chegue atrasada às aulas, pois não? – Ela revirou os olhos e eu fui embora.
Provavelmente não deve de ser sobre as imagens que eles querem falar comigo, se não ela já tinha feito grandes filmes e tinha vindo trazer-me á escola. O que era vergonhoso. Ainda era mais gozada do que já sou agora.
Saí de casa e uma ventania fria passou pela minha cara.
- Foda-se que frio! – Disse baixo.
Iniciei o caminho para a escola e em 10 minutos cheguei. Não morava muito longe, nem muito perto da escola, graças a deus.
Entrei na escola e como sempre a maior parte das pessoas olhou para mim e riram-se. O habitual!
Baixei a minha cabeça e entrei dentro do pavilhão onde ia ter aulas. Fui até á sala 210 e sentei-me no banco que tinha ao lado da porta. Fui á mochila e procurei o meu telemóvel em todo o lado.
Bolas! Tinha-me esquecido do telemóvel em casa! Odeio a minha vida.
Hoje, para variar, ainda ninguém tinha vindo gozar comigo. Normalmente, mal entro na escola o grupinho das populares vêm logo ter comigo. Gozar-me claro!
- Olhem só quem já chegou... - Ouvi uma voz familiar.
E pronto. Falei cedo demais.
- Olá Amy. – Disse sem encara-la.
Amy era a chefe do grupinho das populares. Era a chefe da claque da escola. Namora com o capitão da equipa de basket e acha-se a maior. Veste roupas caras, anda sempre com quilos de maquilhagem na cara e com o cabelo cheio de laca. Ela era loira e de olhos claros. Eu costumo chamar-lhe de loira ocxinada.
- Hoje até gosto da tua roupa. Onde é que compraste esse casaco? Na feira? – Disse e ouvi todos a rirem-se.
- Estás a dizer que gostas da roupa da feira? – Olhei-a.
Todos gritaram e ela mandou-me um olhar furioso. Estava completamente furiosa por eu a ter confrontado. Ela não está habituada a que as pessoas lhe respondam. Até mesmo eu. Nunca lhe respondo. Nunca quero arranjar confusão, mas já estou cansada de ser gozada. Já estou cansada disto tudo! A partir de agora vou começar a responder-lhe!
- Estás muito rebelde hoje.
- Cansei-me de ouvir e calar. – Disse e levantei-me.
- Estás a levantar-te para quê? Vais-me bater é?
- Não te preocupes. Não te vou arrancar essas extensões e amassar-te a roupa.
- Eu não uso extensões! – Defendeu-se.
- Não? Então como explicas que de um mês para o outro o teu cabelo tenha crescido tanto? Andas-te a pôr estrume no cabelo para crescer mais rápido, foi?
- Já te estás a esticar, cabra! – Disse exaltada.
- Deves estar a confundir-me contigo! – Disse elevando o tom de voz.
- Não fui eu que me despi para um gajo qualquer na net!
Porquê que ela tinha que meter esse assunto ao barulho? Porquê?!
- Eu não me despi para ninguém! – Disse já com os olhos molhados.
- Não é isso que as fotos e os vídeos mostram. – Disse toda sorridente por me estar a votar abaixo.
Ela sabia que esse era o meu ponto fraco. Ela sabia que eu ia sair dali a chorar. Ela queria era isso. Que eu fugisse para a casa de banho e ela e o resto da escola ficassem a rir de mim. Mas não ia fazer isso.
- Então, o gato comeu-te a língua? – Aproximou-se mais de mim.
- Essas fotos são montagens. – Ela riu-se – Nem se nota a minha cara. Como é que sabem se sou eu ou não?
- É claro que és tu. Como ninguém te quer, tens que ir mostrar o teu corpo para velhos na net.
- Eu já disse que não fiz nada e que não sou eu nessas fotos. Mas cada um tem a sua opinião. É como eu e metade da escola. Achamos-te uma grande puta. É a nossa opinião.
- Vocês segurem-me ou eu vou aos cornos a esta porca! – Disse atirando a mala para o chão.
- Uii que a menina é forte. - Gozei.
- Miúda tu não te estiques! - Disse e aproximou-se de mim, mas uma pessoa meteu-se no nosso meio.
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Para quem não sabe, eu já publicava esta fic na minha conta do fb, mas por motivos pessoais apaguei a conta e decidi continuar a publicar aqui a fic. Espero que gostem e deixem a vossa opinião nos comentários!
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Depressed (Parada)
FanfictionMais uma rapariga vítima de Bullying. Mais uma rapariga que se corta; Que sofre em segredo; Que toma comprimidos em excesso; Que chora todos os dias; Que tenta o suicídio; Que se acha gorda; Que deixa de comer; Mais uma rapariga com depressão. Mai...