SIX

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A primeira dupla escolhida foi a Hermione e o Ron. Ambos aparentavam estar calmos, até mesmo o Rony que geralmente treme de medo perto do professor Snape não tremeu nem mesmo um milimetro quando seu nêmesis chegou perto de si.
Logo após Snape recitar o feitiço e mover sua própria varinha, o nome 'Weasley' apareceu acima da bancada de meus dois melhores amigos. Mesmo sendo o escolhido para beber a poção Ron continuou aparentando estar calmo, logo em seguida ele pegou a taça e tomou seu conteúdo em um gole.
Em seguida seu corpo começou a modificar-se, como ocorre quando se toma a poção polisuco, ele começou a diminuir, suas feições ficaram um pouco mais infantis. Tudo nele aparentava como no quinto ano. Professor Snape andou ao redor dele e em seguida anotou em um caderno a nota da dupla e passou para outra.
E assim seguiu-se, Simas e Dean, Nev e uma garota da sonserina, Crabble e Goyle, Parkinson e Zambine. As poções de todas as duplas, aparentemente, foram fabricadas corretamente, já que nenhuma das pessoas que tomaram as poções ficaram com uma aparência diferente da do ano passado.
Virei minha atenção para o Malfoy e as feições de seu rosto continuavam confusas, algo estava errado. Uma voz na minha consciência dizia-me : 'Conta a ele o que fizestes na poção, conta-lhe, as consequências serão ruins se você não contar'. Mas eu não queria dar o braço à torcer, não queria que ele me dissesse que eu tinha feito algo errado, a culpa deveria ir para ele se ela tivesse sido fabricada errada, já que a maior parte da poção foi feita por ele. Sei que era egoismo da minha parte, e que esse minha ação é mais Slytherin da minha parte, do que Gryffindor, mas não queria mais detenções com o Snape, minha cota delas já estava cheia o suficiente pelo resto de minha vida.
Rapidamente o morcegão se aproximava de minha bancada, nenhuma poção tinha dado errado até agora, e embora sua face permanecesse fria eu percebi um leve brilho de orgulho em seus olhos. Ele estava orgulhoso da capacidade que os alunos, antes designados cabeças ocas por ele, estavam demonstrando esse ano. Quando me dei conta ele já estava chegando em frente à minha bancada, com sua capa esvoaçando atrás de si, então arrumei minha postura e fiquei olhando pra sua face sem demonstrar sentimentos.
Ele não falou nenhuma palavra em nossa direção, só levantou sua varinha e recitou o feitiço, olhei pra cima e, sob nossas cabeças estava escrito, com letra desenhada, 'Malfoy'. Olhei em direção ao loiro e ele estava chocado, vi um ligeiro resquício de medo em sua face, mas do mesmo modo que chegou, o sentimento saiu e sua face estava fria.
Lentamente ele dirigiu a taça á seus lábios, e engoliu o conteúdo em um gole. De repente ele começou a emitir um brilho perolado, completamente diferente do que ocorreu com os outros alunos, e começou a diminuir bem lentamente. Do nada ocorreu uma explosão de luz que me cegou, e do mesmo jeito que ela veio, ela se foi, deixando no lugar de Draco Malfoy somente uma poça de vestes sem ninguém nelas.
Começou o desespero. Todos os slytherins estavam chocados, boquiabertos. O professor Snape me olhava com ódio, e depois olhava para a poça, revezando entre a raiva por mim e a preocupação com o doninha. Até mesmo os gryffindors estavam boquiabertos, alguns expressando preocupação com o loiro aguado. Mesmo não sendo muito fã do Malfoy, eu estava preocupado, a culpa batia no meu coração, se eu tivesse lhe contado talvez ele não tivesse desaparecido. Ele poda até mesmo estar morto, em outra dimensão. Eu estava começando a entrar em desespero quando escutei um gemido baixinho, e pelo visto não fui o único à escutar porque todas as pessoas que estavam na sala direcionaram sua atenção ao monte de roupas. Ele começava a mexer-se, e logo em seguida começou um chorinho baixo, chorinho de bebê. Rapidamente o professor Snape dirigiu-se as roupas onde antes estava o Malfoy e começou a mexer nelas. Quando ele terminou de tirar as roupas do chão encontrou o doninha, mas em uma versão menor. Muito menor.
Snape levantou-se com a criança no colo, e surpreendentemente ele parou de chorar quando viu o rosto do professor, e apoiou-se na curva entre o pescoço e o ombro de Snape. Malfoy era criança mais linda que eu já tinha visto na minha vida, parecia um pequeno anjinho.
Sua pele bem branquinha que destacava seus olhos cinzas que estavam cobertos levemente por seus cabelos loiros e lisos, com a boquinha no formato de um bico manhoso, as bochechas rosadas e o nariz levemente empinado. Simplesmente lindo. Angelical.
-Quero que todos os alunos saiam da sala de aula, exceto o Sr Potter, agora! - a voz cortante fazia contradição com a imagem fofa que tínhamos nesse momento do professor. Mas mesmo assim todos os alunos saíram quase correndo da sala, esperando o sinal tocar para espalhar por Hogwarts o que ocorreu com o Malfoy.
Eu não estava com um pressentimento bom sobre o que o Snape iria me dizer, algo me mandava correr daquela sala e voltar somente quando o loiro tivesse voltado a sua idade normal, mas eu não poda fazer isso, Snape me manteria em detenção o tesfo de minha estadia em Hogwarts. Fiquei quieto e olhei pro morcego esperando meu castigo.

An Inexplicable LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora