CAPÍTULO 24: ARMAÇÃO

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• • • Alguns minutos antes • • •

A loira desceu da moto indo até a porta e bateu, um minuto depois voltou e sentou-se novamente na moto esperando que ele abrisse a porta. Ele saiu e ficou surpreso quando a viu ali de novo.

O sorriso de cobra se estendeu pelo rosto dela, quando se falava em provocação era mais uma das coisas que adorava fazer. Ele encostou-se ao batente da porta e cruzou os braços esperando que ela fosse breve no que tinha a dizer, lembrava de ter sido claro que não tinha mais nada para conversar com ela.

— O que você quer? — perguntou ele

— É assim que fala com uma velha amiga? Cadê o tom cortês?

Ele deu de ombros

— Não temos que fazer todo esse teatrinho. Seja breve.

— Sei quem é o mandante de toda essa operação contra os originais. Sei quem está por trás de tudo isso.

Apesar de ter ficado surpreso ele permaneceu como estava, era obvio que quem estava planejando tudo isso era esperto o suficiente para se esconder, mas havia grandes chances de o que ela estar falando ser verdade.

— E por que veio até aqui?

— Dizem que você sempre deve estar um passo a frente do seu inimigo. Foi exatamente o que eu fiz. Não vou deixar tentarem me matar de novo.

— O que eu tenho a ver com tudo isso? — perguntou ele e ela sorriu

— Eu quero a sua ajuda. Sei que está digamos... Evoluindo. Sei que está ficando mais forte.

— Não vou te ajudar com a suas armações. — Respondeu ele

Havia um tempo em que se ela pedisse, ele até poderia ajudá-la, mas agora ele já sabia a pessoa que ela tinha se tornado; tinha manipulado e mentido para as pessoas, essa garota era bem pior do que antes.

— É o seguinte, Neythan. Eu sei que você não vai querer ficar contra mim agora, estou um passo a sua frente e sabe muito, MUITO bem o que eu sou capaz de fazer. Tenho o nome dele... É um tal de... Burke. Talvez não tenha ouvido falar esse nome, mas eu sim.

— O que você quer? — perguntou ele

Ela estava prestes a respondeu quando uma coisa veio a cabeça... A garota estava quase chegando em casa... Era uma boa hora para ter o que queria.

— Eu quero o que eu sempre quis desde o começo... Você.

— Não sou um objeto.

— Eu tenho certeza que Burke vai adorar saber sobre a menina... Como é o nome dela? Mhylla? É isso mesmo. Por que você sabe... Se ele pegar a garota consegue pegar você e o outro original. E eu particularmente não me importo com isso. Sabe que a única coisa que me importo é comigo mesma.

— Está falando sobre...

— Entregar a garota para o Burke. Sei que você a ama.

Ele sabia que cair nos joguinhos dela não era uma boa ideia, mas por tudo que estava investigando sabia que o possível homem que estava tramando contra os originais poderia sim ser esse Burke, e sabia o quanto ele era perigoso, sabia que o homem tinha prendido uma original e a estava usando para os experimentos de enfraquecimento. Por mais que queria dizer que poderia protegê-la, sabia que não conseguiria, eles não tinham um plano contra o homem ainda, e por mais que estivesse magoado com a garota nunca poderia deixar de protegê-la e de amá-la.

— Você não faria isso.

— Faria muito mais do que pensa. Sabe que eu odeio aquela garota, como pode se apaixonar por alguém tão sem graça? Eu poderia te dar tudo, TUDO, Neythan. Não precisaria se preocupar em me machucar porque se acontecesse eu ficaria bem.

— Se está insinuando que eu durma com você, isso nunca vai acontecer.

Um sorriso se abriu novamente no rosto da garota

— Nunca diga nunca.

— É melhor você ir agora. — Disse ele

— Vou assim que você me beijar. Mas quero um beijo de verdade, quero que me beije como beijaria aquela sem graça da Mhylla. Quero um beijo que daria inveja em qualquer garota.

Ele suspirou... De todas as loucuras que ela tinha dito essa era uma das piores. Não gostava dela como ela pensava, sabia da obsessão que ela começou a ter por ele depois que fez a transfusão de sangue para salvar a vida dela, mas queria que por tudo nesse mundo isso parasse.

— Não vou fazer isso.

— Burke vai adorar saber que a sua garota está vindo pra casa. — Disse ela sorrindo e pegando o celular no bolso. Discou um número e levou o celular a orelha.

Ele tirou o celular da mão dela antes que começasse o segundo toque.

— Não adianta, querido. Eu posso ir pessoalmente lá. Eu vou destruir a vida dela e a sua se não fizer o que eu quero. Não duvide de mim.

Ele não duvidava...

— Eu faço. Mas saiba que nunca vou sentir por você o que eu sinto por ela.

Ela sorriu se ajeitando na moto e fechou os olhos se inclinando para frente, ele se aproximou tocando o rosto dela e a puxando para um beijo. Foi intenso, seria bonito até se houvesse algum sentimento incluso... Mas não tinha.

Ele se afastou dela a ponto de ver no que tinha caído, a loira tinha armado pra ele, queria que ele a beijasse porque sabia que a outra garota estava ali. E ele estava distraído demais na conversa dela para perceber que ela estava chegando. Ele se afastou dela mantendo os olhos no carro, conhecia muito bem aquele carro mesmo que não quisesse... Alexander.

Ela soltou um sorriso de satisfação e passou a mão pelos lábios, como adorava provocar.

Toque De Sedução 2Onde histórias criam vida. Descubra agora