CAPÍTULO 35: JUNTOS

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Depois que o Neythan terminou o que ele estava fazendo e finalmente conseguimos jantar juntos, ficamos sentados na sala conversando. Eu tinha ficado impressionada, ele cozinha muito bem, e era maravilhoso, não sabia dizer qual foi a última vez em que comi alguma coisa tão boa.

— Desde quando você faz isso? — perguntei — É impressionante.

— Aprendi a cozinhar desde muito cedo.

— Ah! É mesmo. Aquela senhora te ensinou. — Disse recordando-me da história que ela havia contado.

Sabia que aquela mulher tinha sido uma boa pessoa na vida do Neythan, e, graças a ela hoje ele era uma pessoa assim; excelente. Eu não sabia exatamente o que poderia acontecer se ele crescesse sem nenhum amor por perto, ele poderia ser uma pessoa completamente diferente do que era agora, ele poderia ter se tornado uma pessoa problemática e ruim. Mas ele era completamente o contrário.

Agora parecia estar tudo estável, mas eu desconfiava disso, como tinha dito duvidava muito que o Burke fosse deixar tudo como estava e alguma coisa me dizia que essa nossa paz era somente temporária.

— Parece um pouco tensa, está tudo bem? — perguntou o Neythan

— Sim. Eu estava pensando sobre o Burke. É muito estranho tudo isso, não acho que ele tenha desistido.

— Eu também acho isso. Quando ele tiver a chance com toda certeza irá atacar. Então precisamos ficar atentos. Mas mudando de assunto como está se sentindo?

— Estou bem. Não acho que o selo tenha quebrado por completo, mas já estou acostumando. E essa sensação é incrível.

— Eu sei.

— Pra você já é tudo natural, não é? Já que você nasceu assim.

Ele assentiu com a cabeça

— Mas é um pouco complicado. Sempre tomei cuidado para nunca encostar em alguém, não sabia como poderia reagir a isso. Posso ter a intenção de cumprimentar alguém e acabar machucando essa pessoa.

— Como conseguiu evitar isso esse tempo todo?

— As pessoas são muito previsíveis. Às vezes consigo saber o que a pessoa vai fazer antes mesmo que ela faça. Era assim o tempo todo.

— Isso me torna previsível também, não é? Antes você sabia quando eu pretendia tocar em você.

— Na verdade era que você ficava meio frustrada por eu sempre evitar você. Então você ficava a procura de uma resposta pra tudo.

— Eu não conseguia entender por que você ficava daquele jeito e sempre andava encapuzado. Eu queria saber como você era.

— Desde a primeira vez em que te vi, soube que você era a Melissa. Por causa da marca de nascença que você tinha.

— Você não acha estranho? Eu sempre tive aquela marca e agora assim do nada ela desaparece.

— Eu perguntei ao Alexander sobre isso.

Eu dei de ombros

— Você fez o que? — eu disse surpresa, não acreditava que ele tinha ido falar com o Alexander.

— Queria saber se isso poderia causar algum problema. Como você sabe a maldição... A Melissa toda a história, tem um tipo de ligação com a marca.

— Sei, sobre ressuscitar por causa dele.

— Ele disse que vocês tinham um tipo de ligação antes que fazia com que se sentissem atraídos um pelo outro, quando salvou a minha vida aquilo foi uma prova de amor. Basicamente você quebrou uma parte da maldição. Alguma coisa assim.

Eu não gostava de referir a mim mesma como Melissa, era muito estranho, a minha vida era outra, eu era outra pessoa, pra mim eu não tinha nada de Melissa, a não ser a aparência. Mas uma coisa era certa, isso sobre a marca de nascença, eu não poderia negar, quer eu queira ou não, eu de alguma forma era a reencarnação da Melissa.

Ele pegou a minha mão carinhosamente e acariciou, ele sabia exatamente o que eu estava pensando e o quanto isso me deixava desconfortável.

— Vamos mudar de assunto então! — Disse ele e eu o beijei

Eu não sabia como seria a experiência agora, já que o selo estava quebrando, mas não queria perder tempo tentando adivinhar já que ele estava bem na minha frente.

— Você... Tem certeza?

— Tenho!

— A experiência pode ser bem diferente. — Ele arqueou uma sobrancelha

— Sei disso! E agora a diferença é que você não tem que se preocupar com o fato de me machucar.

— Sei.

Eu não estava importando muito com os mínimos detalhes, queria passar a noite com ele e aproveitar cada segundo, essa era a única coisa que meu coração pedia no momento. Parecia ansiar por isso.

Quando acordei já estava de noite, e o Neythan estava deitado ao meu lado conversando com alguém ao telefone, não é como se fosse a nossa primeira vez ou coisa parecida, mas eu sempre ficava constrangida e um pouco sem graça.

— Sabrina disse que aconteceu alguma coisa e que precisa da minha ajuda. Não sei exatamente o que é, mas irei até lá com o Alexander mais a noite.

— Pra que? — disse sentando e ajeitando o lençol.

— Ela descobriu alguma coisa muito importante sobre o Burke

— Posso ir?

— Eu prefiro que você fique aqui. Não irei demorar.

— E se a Loren aparecer? O que eu faço?

— Não tem que se preocupar com ela. Tenho certeza que ela não aparecerá aqui tão cedo. — disse ele me dando um beijo no rosto e se levantando

— Você não acha estranha essa situação? Parece tipo... Uma despedida. Jantamos, dormimos juntos, conversamos e agora parece... Que alguma coisa pode acontecer. Tenho medo de perder você.

Ele colocou a camisa e parou perto de mim na cama e tocou o meu rosto.

— Nada vai acontecer. Eu não vou te deixar de novo.

— Se... Alguma coisa acontecer... Quero que saiba que eu sempre amei você, e que ainda amo.

— O que é isso? Nada vai acontecer.

— Estou com uma impressão ruim.

—Eu vou voltar. Eu te prometo.

Eu não sabia como explicar que essa impressão ruim não era sobre ele, tinha quase certeza que assim que ele saísse alguém poderia acabar aparecendo e isso não era sobre a Loren.

Eu simplesmente tive essa sensação.


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