Toque De Sedução 2

CAPÍTULO 39: ALAM

Depois que saímos de lá fomos direto para casa, o Alexander havia prometido que não faria nada sem que estivéssemos todos juntos, até porque isso não era um assunto pessoal, todos de alguma forma estavam envolvidos. Burke provavelmente estava escondido em algum lugar por ai ou quem sabe até colocando seus planos em ação, ele poderia ser esperto, mas o Alexander o Neythan e a Sabrina eram mais. Eu não me encaixava exatamente nisso, queria ir porque não podia deixar as pessoas que mais amava sozinha, e também não poderia deixar que o Alexander fizesse tudo sozinho, eu era nova nesses assuntos, não me considerava tão esperta quanto eles.

Depois que tudo isso acabasse eu poderia ir para alguma faculdade, porque eu queria ter um futuro, não quero ser o tipo de pessoa que vive com os dinheiros dos pais, queria ter minha própria vida e minha própria liberdade... Quer dizer, eu ainda não estava pensando em sair da casa dos meus pais, lá tem espaço suficiente pra mim pra eles e para o Alam. Éramos uma família e poderíamos continuar assim. Eu só queria poder contribuir do meu jeito.

— Acha que a Loren já arrumou um lugar para ficar? — perguntei ao Neythan, sabia que ela não tinha mais uma casa e sinceramente não queria ela morando com ele. E não me importava se estava sendo egoísta.

— Com toda certeza! Não acho que ela seja o tipo de pessoa que fica em um único lugar por muito tempo. Por quê?

— Nada! — disse descendo da moto — Só não quero ela na sua casa.

— Está com ciúmes da Loren? — Ele perguntou com um meio sorriso, arqueando uma sobrancelha.

— Não... Não. Claro que não! Nem um pouquinho. — Dessa vez ele começou a rir

Se tinha uma coisa que eu não era boa era mentir ou tentar disfarçar.

— Aquilo não vai acontecer mais. Se quer saber eu não sinto nada pela Loren.

— Sei disso! Quer dizer... Eu sei que a Loren não tem ninguém e que a pessoa mais próxima dela é você. Mas isso não altera a ordem das coisas.

— Tipo ela ter ajudado a sequestrar você, e ser uma pessoa ruim?

— Eii! Eu sei que as pessoas mudam.

— Pra dizer a verdade eu não acho que a Loren vá mudar. Ela já teve muito tempo para isso e continua do mesmo jeito. Sabe o que eu acho? Uma hora ou outra ela vai acabar se juntando a Ambre. Vão ser duas a mais pra você aturar

Comecei a rir, ele tinha razão, em quesito arrogância a Ambre e a Loren eram totalmente parecidas, se elas se juntassem então seria impossível conviver perto delas. Mas nisso tudo havia um problema... A Ambre tinha sumido desde aquele dia, se ela voltasse duvidava que deixasse que a gente a visse.

— Acha que a Ambre vai voltar?

— Ela já voltou. Você foi a única que não percebeu.

— Como assim? — perguntei surpresa, como ele não tinha me contado algo tão importante?

— Ela está escondida por ai na cidade, está com medo e por isso não apareceu ainda. Mas acho que cedo ou tarde ela vem falar com você.

— Não, não quero falar com ela.

— Não é como se ela fosse te machucar. Ela está mais para uma garota mimada, fez as coisas sem pensar e agora está arrependida.

— Quer dizer que ela...

— Mudou. Como você disse, as pessoas mudam.

— Tem mais uma coisa que queria saber. A Loren... Ela ainda é uma mortal? —perguntei, era uma pergunta retórica eu já sabia a resposta, mas estava querendo ouvir dele.

— Não! Fizeram alguma coisa com ela. Agora ela é como você.

— Isso quer dizer que vou ter que aguentar o humor dela eternamente. — Disse entregando o capacete pra ele e ele sorriu.

— Não exatamente. Todos que vem de alguma linhagem dos originais podem sair da cidade. Com isso quero dizer, eu você, o Alexander a Sabrina agora a sua família. Todos os originais, meio-originais e os Adorm.

Voltei a olhar pra ele, para ter certeza se ele estava mesmo querendo dizer o que eu estava pensando.

— Isso quer dizer...

— Que eu estou convidando você para sair daqui.

— O quê? Mas eu não posso. E o Alam e a minha família? Vão sentir minha falta. — Ele desceu da moto sorrindo

— Não foi isso o que eu quis dizer. Quero dizer, tipo como férias. Você escolhe o lugar.

— Isso... É sério?

— É. Depois que tudo isso acabar você escolhe o lugar, data e hora.

— Um lugar só pra gente. —Conclui. Eu tinha adorado a ideia.

Seria bom fugir um pouco dali e ir para algum lugar só nós dois, algum lugar onde poderíamos aproveitar sem alguém para atrapalhar ou tentar nos matar, algum lugar para esquecer todos os problemas e aproveitar bastante. Era isso o que estávamos precisando.

— Isso mesmo.

Depois da conversa eu voltei pra casa, meus pais não estavam ali, mas tinha um bilhete que haviam saído para jantar juntos.

Fui até a cozinha e preparei alguma coisa para comer, ao mesmo tempo em que escutei um barulho no quarto no andar de cima, eu automaticamente entrei em pânico, mas comecei a me acalmar quando percebi o perfume que estava no ar. Eu reconheceria aquilo em qualquer lugar, e estaria correndo direto pra lá se não fosse meu coração que estava batendo feito louco.

— Eu não acredito que não vai correr para me dar um abraço. Fico um tempo fora e é isso que recebo quando chego? Estou chateado!

Eu não conseguia descrever a felicidade que estava, corri para abraçar o Alam e não consegui me soltar até que meu coração estivesse calmo de novo.

— Senti sua falta! Que bom que você voltou.

— Eu também, sabia? — disse ele bagunçando meu cabelo. — Estava ótimo lá, você não tem nem ideia.

— Mas... Você não ia demorar mais para chegar? Por que voltou cedo?

— Não gostou de me ver? — disse ele fazendo cara de aborrecido

— Não é isso, seu bobo. Eu adorei te ver aqui.

Ele deu de ombros sorrindo

— Conseguimos terminar mais rápido do que esperávamos, então voltei mais cedo. E trouxe presentes.

— E a Marcela?

— Humm... — disse ele pegando meu sanduíche e mordendo um pedaço...

— Eiii...

— Vamos sair juntos hoje. Aliás, já tenho que ir me arrumar.

— Então estão progredindo.

— Estamos indo com calma. Agora vem quero atualizar você sobre todas as novidades.

— Calma, já estou indo.

Eu o segui pelas escadas até o quarto para que ele me atualizasse das novidades e é claro, ele começasse a se arrumar para o encontro que tinha. Era bom ver o Alam progredindo desse jeito. Se ele estivesse feliz, eu também ficaria; éramos e sempre seriamos assim.