Balanço a cabeça sentindo-a latejar e olho em volta. O que houve? Onde estou? Como eu cheguei aqui?
Ouço vozes masculinas, mas nada que eu possa identificar. Tento me mexer e percebo que minhas mãos estão presas, o mesmo com os pés. Tento identificar o local, mas nada naquele cômodo branco com apenas uma escrivaninha, uma cadeira, um vaso com alguma flor morta e a cadeira que eu sento me fazem ter se quer ter ideia de onde estou. Uma dor aguda e muito forte atinge o lado direito do meu cérebro e meu olho direito, me fazendo morder o lábio inferior com força, então tudo fica claro.
Agora eu lembro!
UMA SEMANA ANTES
Eu e Teddy estávamos apoiados em um Civic preto, assim como seus vidros, o carro aparentava estar vazio e Teddy estava em um papo chato, contando para mim, pela milésima vez, como ele fez o gol da Vitória no campeonato estadual. Distraio-me em meus pensamentos, no momento eu estava mais preocupada em meus afazeres, faxina, lições - que não eram poucas- e a convivência entre mim e meu pai. Meu pai não gostava de meu "companheiro", o qual eu só usava de fachada. Teddy me protegia, me afastava as meninas e meninos que tentavam algo mal, mas tínhamos algo vago, ele pega quem quer e eu o mesmo. Estava tão distraída que nem ouvi o sinal tocar, só percebi quando Teddy para em minha frente e me sacode.
- Ei! Terra para Cath!- ele diz divertindo, me fazendo prestar atenção em seus braços definidos. Teddy era realmente lindo, um corpo escultural, nem muito nem pouco, claro que ele conseguiu isso tudo com ajude de anabolizante, mas o mesmo não admite, um garoto de sua idade não teria esse corpo nem passando vinte e quatro horas na academia.
- O que foi?- falo meio desnorteada, ele sorri e solta meus braços, descendo a mão direita para minha cintura.
- Estava falando que ao invés de entrar na escola, você possa ir para minha casa. - ele se aproxima com um sorriso safado e beija meu pescoço devagar- lá nós poderíamos brincar - fala roçando nossos lábios- e ai você me mostra o que sabe fazer.
- Não Teddy, você sabe que essa é minha resposta sempre que pede.- arrumo a mochila nas costas. - Não sei porque ainda tenta. - Murmuro arrumando a postura e o afastando.
- vai que um dia dá certo, né?- ele sorri divertido e eu reviro os olhos.
- Bom, até agora é não e vai continuar sendo.- observo ao longe as pessoas entrando na escola.
- Não acredito que uma menina da sua idade ainda é virgem. - bufo e olho feio para ele.- Qual é? Já falei que faço com carinho, com jeitinho- pega em minha cintura e morde o lábio.
- Não Teddy. Nós estamos juntos apenas a três meses - Falo colocando a mão em seu peito.
- Já é o suficiente amorzinho. - ele me prensa contra o carro, raspa os lábios em meu pescoço e eu o empurro.
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Síndrome de Estocolmo
Roman d'amourTalvez eu devesse ter continuado calada. Talvez seus olhos não tivessem me deixado tão fascinada. Talvez eu devesse ter ido para casa naquele fatídico dia. Talvez devesse acontecer muita coisa. Talvez não. ...