E todas com cara de que cometeram um crime desceram duas horas depois, uma de cada lado meu. Caminhando devagar, descendo pelas escadas minha inquietação reapareceu e então virei meu rosto para Diana.
- Onde vocês colocaram os testes? - pergunto preocupada.
- Eu coloquei em um lugar....- Samanta fala sorrindo.
- Onde você colocou? - Diana fala com receio.
- Em um lugar que ninguém vai procurar.- Seu sorriso presunçoso faz um arrepio bater correr meu corpo.
Quer dizer, Samanta era legal e me acalmava, mas ela não era a pessoa mais esperta do mundo.
- Onde... Onde você colocou? - pergunto, sentindo que essa foi uma das vezes em que a cabeça dela não funcionou direito.
- Eu escondi dentro do lixo do banheiro dos fundos.- diz rindo.
Meu corpo relaxou e então voltei a caminhar, mas Diana ficou parada. Olhei para ela que tinha um vinco em sua testa e olhava para longe.
- Que foi Didi?- Perguntei voltando.
- Nada... É... Não sei, ainda assim é perigoso. Sabe que a Marie esta aqui hoje e... Bom eu não arriscaria.
- Marie não vai desconfiar de nada,- disse voltando a andar e elas também.- Até parece que ela iria ver um teste e deduzir que é me.... Puta que pariu.- Resmunguei a última parte quando vi Leon, Aluísio, Green e Marie envolta a mesa e todos se viram quando chegamos.
Diana e sua santa boca.
- Hey...- sorri nervosamente, entrando na sala.- É a festa da batata doce? Todo mundo reunido... Cadela fora do canil! Eba! Quero participar também.- falei entrando na sala e sorrindo forçadamente.
O que essa vaca esta fazendo tão perto do Herick? Vai ter galinha assada no jantar.
- Querem galinha assada no jantar? Eu posso providenciar.- rosnei, deixando meu pensamento sair sem filtro e me aproximando, perigosamente, da galinha Marie.
Samanta segurou meu braço e o puxou devolta. Meus olhos se estreitam e se arregalam vezes segundas em segundos.
- Acho que os nervos da Cath estão meio doidos.- Aluísio resmungou.
- A última vez que eu vi essa ai não foi só meus nervos que ficaram loucos. - Falei alto para que ele ouvisse.
- Não se estressem, afinal, alguma de vocês deve explicações para nós. - a voz dura de Green tomou a sala.
Minha testa franziu, apesar de sentir o tremor avisar que estava prestes a me ferrar muito.
- Eu...- Marie falou mais alto que o necessário para chamar a atenção e revirei os olhos.- Estava usando tranquilamente o banheiro quando encontrei esses...- ela mostrou os testes de gravidez e sinti meu chão sumir. Apenas não fraquejei, tentando ser forte.- testes. Claro, não há só vocês de mulheres na casa, mas as outras quatro já estão na menopausa se não já passaram com êxito por ela.
Seu sorriso de lado e sua sobrancelha erguida me fizeram querer espanca-la. Desgraçada presunçosa.
Eu tinha que fazer aquele jogo virar.- E quem garante que não é seu?- Rebati cruzando os braços na frente do peito.
- Não é meu!- ela falou alto.
- Quem garante? Quer dizer, qual a probabilidade de uma das únicas mulheres férteis que me odeia porque o patrão parou de come-la para me comer achar três testes suspeitos? Que eu saiba ela estava dando para o Zedd. - ergui minhas sobrancelhas, parecendo convicta de que aquilo era uma armação.
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Síndrome de Estocolmo
Roman d'amourTalvez eu devesse ter continuado calada. Talvez seus olhos não tivessem me deixado tão fascinada. Talvez eu devesse ter ido para casa naquele fatídico dia. Talvez devesse acontecer muita coisa. Talvez não. ...