📌30

367 44 11
                                    

     Eu não consegui dormir, passei o amanhecer e o dia em claro. Fiquei olhando para a porta do quarto, pulando a cada mínimo som. E eu estava com o revolver.

     O revolver.

     O revolver que Herick não tomou de mim. Eu estava com dois e ele pegou apenas um, ainda tinha ele e sempre que tinha medo eu o pegava, carregava e esperavap alguém aparecer.

      O revolver estava na parte de trás da minha roupa, coberta por um sobretudo. Um dos seguranças me olhou de canto de olho. Ristolf e eu já tivemos um caso, mas passou, ele irritava-se sempre que eu chamava o nome de Herick de noite ou quando eu gozava. Quando entrei pela enorme porta da mansão pude ouvir a voz de Fuller.

     - Bonequinha, bonequinha!- falou auto em holandês.

      - BabyDoll, Fuller, BabyDoll.- o repreendi.

     - Tem o mesmo significado. Uma linda boneca.- disse com sua mão vindo em direção a meu rosto.

     Parei sua mão antes que me alcançasse,  a segurando com uma força extrema.

     - Baby-Doll.- disse pausadamente entre os dentes.- Não me chame de Boneca.

     E empurrei sua mão para longe de mim.

     - Preciso falar com você.- mudei o tom de voz, ele percebeu minha preocupação.

     - Certo Babydoll.- Respondeu com deboche.- Vamos ao meu escritório,  seu espdiente começa em uma hora.

     - Uma hora e meia.

     - Deus, você é respondona em!- reclamou caminhando em passos largos para o escritório.

     Cumprimentei algumas meninas que já estavam lá, caminhando pelo grande corredor atrás dele. Fechei a porta assim que entrei no escritório.  Fuller já estava com os pés encima da mesa e a cadeira enorme reclinada.

      - O que houve?- assumiu uma posição séria.

     - Eles me acharam de novo.- fui direto ao ponto.

     - O que? Como? Como você sabe quem são eles? Como eles te encontraram? Em que merda você se meteu?- perguntou afoito.

     - Eu.... Eu só sei. Ontem um cara tombou em mim e ficou me olhando com um sorriso como se dissesse: " Te achei!". E não disse nada, só saiu andando e sorrindo, isso não parece sinistro para você? Porque para mim parece! - respondo exasperada, deixando todo meu desespero exalar.

      Retirei o sobretudo de peles e o joguei no sofá,  caminhei de um lado para o outro suspirando. Estava assustada.

      - Abbi, seja sincera comigo.-  fez uma pausa dramática.

     Fuller não sabia meu nome, ele pesquisou minha vida antes de me contrar, mas todos os meus rastros começaram como Abigail Stalin, ou seja, ele não sabia quem eu era.

     - Que merda é essa? Em que uma menina tão jovem se meteu?- sua voz estava preocupada.

      - Fuller eu...

     - Não, não faça isso. Eu te arrumei um nome, um trabalho, te dei segurança e dois dos meus melhores seguranças morrem protegendo você na viagem para Dubai. Eu gosto muito de você Abbi, e quero a verdade. A verdade. -ressaltou.

     - Certo.- suspirei.- Meu nome não é Abigail, nem Caren, muito menos Lienne. - respondi olhando meus dedos da mão. 

     Ele ficou me olhando esperando por mais. Droga, Fuller.

Síndrome de EstocolmoOnde histórias criam vida. Descubra agora