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        Quando se passa anos presa você aprende algumas coisas que nunca aprenderia tão rápido fora do cativeiro.

    Um: não confie em ninguém, por mais sedutora que a palavra "amizade" pareça, não se engane, em um mundo de violência, drogas e sequestros você tem que entender que se alguém está nesta vida, santo não deve ser.
    Dois: nunca, em circunstância alguma, provoque seu carcereiro, afinal ele tem o comando de tudo, pra que cutucar leão com vara curta se não vai dar tempo de correr? Esse tipo de pessoa tem o temperamento instável e todo cuidado é pouco.
    Três: seus sentimentos te deixam vulneráveis em situações como essas. As pessoas, em momentos assim acabam sendo escandalosas, raivosas, choronas e fazendo merda. A minha dica é nunca deixar transparecer o que você sente, seja dor, ódio... Ou amor.
    Quatro: as coisas podem mudar de uma hora para outra. E o que estava certo, pode dar muito errado.

    Sempre.

    Eu havia dito que Herick era diferente, pelo menos comigo. Já fazia duas semanas desde o ocorrido com Zedd e Marie e infelizmente eles estavam na casa hoje. Herick havia os colocado no andar de baixo, o mais longe possível de mim, porém ainda assim fazia o possível para me entreter e me manter dentro do quarto. E por isso eu ria e me divertia vendo ele desabotoar a camisa sensualmente ao som de Buddy guy. Sua bunda durinha rebolava apenas de cueca enquanto sua camisa descia devagar e ele ria também, fazendo uma cara comicamente sexy. Suas sobrancelhas grossas estavam arqueadas e dançavam com a música. Comicamente sexy. Maravilhosamente sexy. Muito sexy. Ah, droga fodidamente sexy. Eu estava ficando quente.

    Herick percebeu a mudança de clima, pois acho que comecei a devora-lo com os olhos e a apertar as pernas. Ah se a casa não estivesse cheia!

    Se aproximou lentamente e colocou as mãos na parte de trás da cabeça rebolando seu quadril. Peguei o dinheiro que estava jogado na sua cama (sua pequena comemoração por conta de sua mais nova "rota") e coloquei dentro de sua cueca o olhando sensualmente.

    - Mereço só isso? - disse quando se aproximou de meus lábios ainda se movendo com a batida da música.

    -Seu gosto musical não deixou que rebolasse mais, se não teria ganhado muito mais. - fui ousada quando sussurrei me ajoelhando na cama.

     - Você nunca reclamou dele, pelo contrário, compartilha do mesmo. - retrucou ainda se movendo.

    - Não posso negar. - sorri mordendo seu lábio e o sentindo agarrar minha cintura com força. - Mas vai ter que fazer muito mais pra ganhar mais grana... Querido.

    - Tudo o que a senhora quiser. - respondeu me roubando um rápido beijo.

    A barriga poderia até tirar o tesão de um casal qualquer, mas o nosso não. Herick achava sexy minha barriga com alguma saliência. Achava sexy saber que havia uma parte sua crescendo dentro de mim.

    Ele se inclinou sobre mim até que eu tivesse que ir deitando lentamente na cama. Sorriu com aqueles olhos famintos de predador, me mostrando que não era mais eu quem ditava as regras e sabendo que eu adorava isso. Segurou minha coxa esquerda enquanto passava o nariz lentamente na minha bochecha, escorregando aos poucos por minha mandíbula, aspirando meu cheiro. O barulho que saiu de seu peito fez todo meu corpo se contrair. Como um gemido de apreciação quando você sente seu cheiro favorito.

    Tudo nele me deixava manhosa e quente. Seus dentes mordendo minha pele. Seus lábios chupando meus seios. Sua delicadeza tirando minha pouca roupa. Seus beijos em meus lábios, em minha barriga. Sua língua em minha vagina. Seus dedos em mim. Seu controle sobre meu prazer. Seus toques com malícia. Suas músicas antigas e novas misturadas. Seu pau entrando em mim e todo meu ar se esvaindo.

Síndrome de EstocolmoOnde histórias criam vida. Descubra agora