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     Cheiro de limão, maracujá e hortelã invadiram minhas narinas. Era ele, havia acabado de chegar, como havia me prometido a um mês e meio. Senti o cheiro do lírio quando virei-me de lado para sentir melhor o corpo que me abraçava. Abri os olhos, olhando seus lábios rachados pelo frio.

    - Oi boneca.- sussurrou beijando o alto de minha testa.

      Levantei meus olhos e sem expressão vi os olhos do homem que sem querer acabei me apaixonando. Era estranho acordar e ver ele tão perto de mim, com um lírio na orelha e um leve sorriso nos lábios. Era errado. Não devia estar certo.

     - Bom dia.- Sussurrei me afastando. Estava ficando sufocada, tonta e enjoada com essa coisa de estar com Green. Não era algo que alguém em sã consciência faz. Não mesmo.

     - Tudo bem?- perguntou vendo-me levantar e sentar na beirada da cama.

    - Tudo, só...- engoli em seco sentindo a ânsia e a vontade de chorar. Isso não era certo. - não acordei bem. Deve ser minha sinusite.- expliquei levantando a cama de seu quarto.

     Silenciosamente caminhei até o banheiro e me apoiei no granito da pia, olhei-me no espelho e fechei meus olhos negando e suspirando. Isso tinha que ser apenas instinto de sobrevivência, não poderia ser outra coisa. Escovei meus dentes e estava lavando meu rosto quando senti Green atrás de mim. Levantei meu rosto e o vi olhando-me pelo espelho e com as mãos apoiadas no granito da pia.

     - Levanta a camisola, boneca.- pediu olhando em meus olhos.

     Eu fraquejei. Por um segundo senti a ânsia piorar e meu corpo parar. Não conseguia me mover, não estava preparada para isso, não agora. Vendo minha falta de movimento, ele mesmo passou a mão em minha coxa e lentamente foi subindo por minha bunda até a camisola estar na minha cintura. Ele foi sumindo da imagem do espelho aos poucos, até não estar mais lá.

     Senti seus lábios em minha nádega esquerda. Ele puxou o ar com força, me cheirando.

     - Senti saudade da sua pele morena, boneca. - sua voz rouca fez minha pele se arrepiar. 

     Seus dentes apanharam levemente a curva de minha bunda, enquanto sua outra mão apertava minha bunda. Ele enrolou os dedos na lateral da calcinha, foi beijando minha coxa até chegar em meu sexo e beija-lo, ainda por cima da calcinha. Cheirou e soltou um grunhido que me fez suspirar. Isso não está certo, não esta nada certo.

      Senti a calcinha escorregar devagar por meus quadris até chegar em meus pés. Olhei meu rosto no espelho e contorcia-o em medo. Caralho, o que eu to fazendo?

     Ele fez o dedo escorregar por meu sexo molhado, senti meus dedos dos pés se curvarem e minha bunda empinar. Foi quando seu dedo me penetrou.  Bem devagar. Gelei com medo da sensação que viria a seguir. Seu dedo grosso foi entrando mais fundo, aquilo era bom. Bom demais. Seus lábios encostaram em meu sexo e senti sua língua passar por minha pele sensível quando seu dedo saiu de dentro de mim. Minhas mãos fraquejaram. Suas mãos afastaram minha pernas e quando o senti  chupar meu clitóris com força, apoiei a cabeça no granito da pia, abrindo a boca para puxar o ar. O barulho estalado quando ele o fez novamente fez com que minha garanta projetasse um som baixo. Ele chupou meus lábios e deu uma leve mordida, passou sua língua por minha entrada e gemeu me fazendo gemer baixinho.

     - Hmm, minha doce boneca. Como eu queria sentir seu gosto.- murmurou com os lábios grudados em meu sexo.

      Sua língua deslizou para dentro de mim e minhas orbitas reviraram. Suas mãos apertaram e puxaram minha bunda contra seu rosto, então sua língua mergulhou lentamente em mim novamente. Meu gemido ecoou pelo banheiro escuro enquanto sentia se sorriso em minha pele sensível. Sua língua ávida me fez ir ao céu e voltar, até ele se afastar e ainda de olhos fechados eu o ouvi desabotoando a calça. Apoiou a mão em minhas costas e lentamente senti-o entrar em mim. Perdi minha voz quando eu pude senti-lo todo dentro de mim. Eu não queria assim, não  poderia ser assim. Não estava certo, não poderia estar certo.

Síndrome de EstocolmoOnde histórias criam vida. Descubra agora