Capítulo 11 - Party and Justin+Amanda.

1.5K 60 9
                                    

P.O.V. Amanda Evans

- Você acha que eu deveria colocar qual vestido? - Perguntei a Christian que estava jogado na minha cama, mexendo no celular. Estendi os vestidos, pendurados em cabides, para ele. Eram os mesmos que eu havia cogitado usar no dia do jantar. - O preto ou o vermelho?
- Esse é o da Brittany, não é? - Ele disse, apontando para o vestido vermelho. Eu ri.
- Não, Christian. Esse vestido é meu. Você estava comigo quando eu comprei.
Ele fez uma careta.
- Eu estava com você quando comprou todas suas roupas.
Fitei o garoto.
- É verdade. - Me virei para o espelho e observei mais uma vez os vestidos.
- Escolhe o Brittany. - Encarei Christian através do reflexo do espelho.
- Você deu o nome de Brittany para o vestido? - Quando o garoto estava prestes a responder, continuei. - Esquece. - Joguei o preto nele enquanto colocava o vermelho.
- Impressão minha ou você tá toda animadinha pra essa festa?
- Impressão sua. - Eu disse, enquanto ajeitava o vestido no corpo.
O garoto murmurou um "Uhum" e continuou me encarando.
- O que? Foi você mesmo quem disse que eu deveria fazer as coisas pela minha liberdade.
- E desde quando ir à festas de arromba do Justin Bieber significa ser livre?
- Tudo faz parte, Christian.
Ficamos em silêncio por alguns minutos.
- Você não está escondendo nada de mim não, não é?
Lembrei do meu encontro com Claire, e levei alguns segundos para responder Christian.
- Porque eu estaria? - Perguntei de volta, enquanto caminhava até o closet atrás de um scarpin.
- Eu me pergunto a mesma coisa. - Christian disse.
Coloquei o scarpin e procurei por uma pulseira fininha no meio das minhas coisas, colocando-a em meu pulso direito.
Passei um perfume e voltei ao quarto, pegando a necessáire de maquiagem que havia deixado em cima da cama e me voltando ao espelho. Christian apenas observava tudo.
Levei uns 20 minutos me maquiando. Além do necessário (base, corretivo, contorno, etc.), sombra marrom, básica, e batom nude. O cabelo estava com cachos e solto. Virei para o garoto jogado na cama.
- Como estou? - O garoto sorriu, e se levantou da cama. Ao parar na minha frente, pegou na minha mão, me fazendo dar uma "voltinha".
- Está linda. - Sorri.
Ele estava vestido com um Vans preto e calça da mesma cor, e usava uma camisa vermelha.
- Vamos descer? - Chris perguntou, e eu assenti. Abri a porta do quarto e o cômodo foi tomado pela música super alta. Saímos do quarto e fechei a porta. Caminhamos pelo corredor de mãos dadas, em passos lentos, como se quiséssemos preservar o momento. Era algo estranho tudo isso, o modo que eu era mantida, o modo que eu vivia isso, mas no fundo, eu havia me apegado ao Christian. E não sabia se isso era bom ou ruim.
- Tem certeza de que quer fazer isso? Quer dizer, vai haver um monte de garotas lá embaixo. E Justin vai estar lá. E...
- Você não quer eu vá? - Perguntei de volta.
- A escolha é sua, Amanda. Quer dizer... Não quero faça algo que não queira fazer.
- Você está falando sobre o Justin, não é? Sobre eu e ele...
- Você pode até não gostar dele, mas isso não impede que aconteça alguma coisa entre vocês.
- Você sabe que tudo que eu faço aqui tem a ver com eu sair desse lugar.
- Inclusive ser minha amiga? - Ele perguntou, mas como se tivesse medo da minha resposta.
- Virar sua amiga foi algo que eu não esperava que acontecesse, mas aconteceu. - Paramos no alto do escada, e ficamos de frente um para o outro. Ele não disse nada, então eu continuei. - E você sabe tudo o que eu penso. Se você vai se voltar contra os garotos por minha causa, eu não sei. Mas espero que me ajude a sair daqui.
Observei o andar de baixo pelo mezanino. Muita gente, pouca roupa. Muita bebida, pouco juízo. Muita música, pouca iluminação. E para minha surpresa, Justin estava no fim da escada. Com as mãos nos bolsos e uma expressão serena, o garoto observava eu e Christian, como se esperasse alguma coisa.
Desci as escadas me apoiando no ombro de Christian, e quando chegamos ao final, o garoto se virou para mim mais uma vez.
- Qualquer coisa é só me procurar, ok?
Assenti.
- Sim, sr. Beadles.
O garoto saiu e encarei Justin, que sorriu.
- Está bonita.
- Obrigada.
Justin estava praticamente igual a Christian, exceto pelo fato de que vestia uma camisa branca. O cabelo loiro estava penteado, e os olhos castanho-claro brilhavam por algum motivo que eu temia saber.
Justin me estendeu a mão, e por um momento eu hesitei, mas, mais uma vez, lembrei do meu combinado com Claire. Coloquei a mão sobre a sua e o garoto me puxou, enquanto caminhávamos pelo salão. Enquanto Justin me guiava, vi de longe Charlotte. Quando me viu, a garota não fez uma cara tão boa, mas deu um sorrisinho forçado, e fiz o mesmo. Justin me levou até um bar que havia do lado de fora da casa, perto da área da piscina. A casa estava lotada, havia muita gente na mansão.
- Você conhece todo mundo que está aqui? - Perguntei. Quase todo mundo que passava por ali, cumprimentava Justin, e a maioria das meninas me olhava de cima a baixo como se eu fosse de outro planeta.
- Não, não. - Justin disse, entre risos. - Pra falar a verdade, acho que não conheço nem a metade dessas pessoas. A maioria são conhecidos dos meninos, que conhecem outras pessoas e aí achavam que a minha casa é ponto de encontro. - Nessa parte, foi impossível não rir. - Mas todo mundo me conhece, então eu de boas. Ah, e quanto as meninas, fica calma. Eu não vou deixar que elas mexam com você.
- Era para eu me sentir segura? - Perguntei, e fiz uma careta. Justin revirou os olhos.
- O que vai querer beber? - Ele me perguntou.
- Ahn, eu não sei. Qualquer bebida que não tenha álcool? - Justin fez uma cara de pensativo, como se fosse uma pergunta muito difícil de responder, depois virou para mim.
- Água. - E logo em seguida riu.
- Idiota. - Retruquei, entre risos. Justin chamou o barman, e me apresentou o mesmo.
- Amanda, esse é o Jake. Barman das festas aqui há muito tempo. Jake, essa é... - Bieber fez uma pausa, e achei que ele me apresentaria como noiva dele de novo - uma pessoa especial, Amanda.
- É um prazer conhecê-la, srta. - Jake disse, e logo pegou em minha mão, dando um beijo na mesma. Sorri.
- Você é podre. - Justin, simulando uma cara de nojo.
- Você sabe que eu sempre tento roubar as garotas mais bonitas de você, Bieber. Mesmo que todas minhas tentativas até agora tenham fracassado. Enfim, o que vão querer pra beber?
- A mocinha aqui não tem o costume de beber. - Justin disse, apontando para mim.
- Dá para não me tratar como se eu fosse uma garotinha de 12 anos? - Reclamei.
- Ah, desculpe. - Justin disse. - É que você é tão baixinha que achei que tivesse 12. Mas é o que? 16?
O ignorei e me voltei a Jake.
- Jake, meu amor. O que você tem aí que não vai me deixar passando mal e vomitando pelos cantos da mansão depois?
- Olha, Mandy. Acho que a coisa mais "leve" que eu tenho aqui é sangria. É uma mistura de vinho tinto ou branco com frutas e açúcar.
- Então eu vou querer um desse, Jay. Vai querer o que, Justin?
Justin continuava com a mesma cara de nojo, então respondi por ele.
- A única coisa que eu vejo o Justin tomando é no cu, quando as coisas não saem do jeito que ele quer e whísque. Você deve saber o que ele prefere.
- Whísque, certo?
- Isso.
- Eu já volto. - Jake saiu e olhei para Justin.
- O que foi?
- Sério, isso? "A garota mais bonita." "Jake, meu amor." "Mandy." "Jay." - Justin disse, fazendo uma voz fininha. - Vocês se conheceram há 5 minutos.
- Ai, Justin. Para de chilique. - Apontei para Jake, que estava de costas. - Olha, essa bunda. Pelo amor de Deus. A verdadeira obra de Picasso.
- Ei! Eu achei que você tivesse vindo para cá comigo!
- Ele até que é bonitinho...- Murmurei.
- Amanda!
Eu ri.
- Justin Bieber com ciúmes, essa é boa. O maior criminoso de Atlanta. Maior consumista de drogas e bebidas alcoólicas da região. Aquele que você procura no dicionário e encontra: "Aquele que come mocinhas inocentes." com ciúmes. Eu deveria ter gravado esse momento.
Justin fechou a cara.
- Vocês só sabem apontar meus defeitos.
- Porque você não expõe suas qualidades.
- Para que? Para as pessoas acharem que eu sou vulnerável? Não.
- Expor suas qualidades não vai fazer com que você pareça vulnerável, Justin. As pessoas só vão criar mais respeito por você. Abrir uma galeria e expor seus defeitos faz, sim, parecer que você é mais vulnerável. As pessoas conseguem escolher do que podem reclamar.
Ele pareceu pensar antes de me responder.
- Você não conhece minhas qualidades porque não quer. Porque não confia em mim.
- E por acaso eu tenho motivos para confiar em você, Justin?
Jake trouxe nossas bebidas e não interrompeu nossa conversa.
- Eu te deixei ver sua amiga. - Ele disse, mas como se não tivesse muitos argumentos para discutir sobre aquele assunto comigo.
- Wow. - Eu disse, debochando. - E o prêmio de pessoa mais confiável no mundo vai para Justin Bieber.
Justin abaixou a cabeça, como se tivesse perdido "esse jogo" e me senti culpada.
Suspirei.
- Me desculpa, ok? Eu odeio ficar apontando os defeitos dos outros, mesmo que na maioria das vezes eu faça isso sem querer. E por mais que eu perceba que você está tentando ser legal comigo, eu odeio tudo isso. Eu odeio tudo isso aqui.
- Essa é a sua casa agora. - Justin retrucou, e não respondi.
Touché.
- E eu vou o que? Ficar presa nessa casa para sempre?
Justin deu de ombros.
- Casos de homicídio doloso prescrevem em 20 anos. Ainda há muito coisa pra acontecer até esse tempo se esgotar.
Balancei a cabeça, negando.
Me lembrei das reportagens que meu pai assiste toda noite no Jornal. Reportagens falando sobre homicídios. Culposo. Doloso. Qualificado. Prescrição. Hediondo.
- Você não vai arrancar 20 anos da minha vida. Não vou deixar que faça isso.
Ele me ignorou.
- Você poderia me dar uma chance nesse meio-tempo.
- Você poderia criar juízo, também.
- Nossos filhos seriam lindos. Nosso casamento também.
-Justin, você não tem noção de nada, não é?
- É claro que eu tenho, Mandy. Só prefiro ignorar certas coisas.
Revirei os olhos, e suspirei. Em seguida, olhei em volta. De dentro da mansão, Charlotte vinha em nossa direção. Logo em seguida, Ryan apareceu também, atrás da garota. Pra falar a verdade, ele olhava diretamente para a bunda dela.
Quanto mais os dois se aproximavam de nós, mais a minha vontade de ficar ali sumia.
Dei mais um gole no copo de sangria e o pûs de volta no balcão.
- Eu vou procurar o Christian. - Desci do banquinho e ouvi um "Ok, docinho." enquanto me afastava dali.

Sirens // j.b Onde histórias criam vida. Descubra agora