Capítulo 17 - Flashbacks and Maps.

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P.O.V. Christian Beadles

Flashback On.
- Você tem certeza disso, Amanda? - Eu disse, dirigindo para longe da mansão.
- Ah, claro que não, Christian. Pode dar meia-volta e voltarei correndo para os braços do Justin.
Observei a garota, sério.
- Falo sério. - Fiz uma pequena pausa. - Tem certeza de que isso é o certo?
- Você fala como se importasse com o que é certo e o que é errado.
- Amanda! - Exclamei, e ela me ignorou.
- Você não se importa se eu trocar de roupa aqui, se importa? Esse vestido tá apertando meu quadril. Eu quase não consigo ficar sentada direito. - Ela disse, passando para banco de trás e abrindo a mala que eu havia pegado.
Se eu olhei pelo retrovisor? É claro que olhei. Mas mesmo assim, não consegui ver nada.
- E agora? - Perguntei. - Para onde vamos?
- Para o shopping. - Ela disse, como se fosse a coisa mais normal do mundo, enquanto trocava de roupa.
- Shopping, Amanda?! Sério?! Você tem noção do que acabamos de fazer? Se o Justin descobrir que te ajudei a fugir, capaz dele me matar e fazer questão de me jogar na beira de uma estrada. Que por sinal, é a mesma coisa que eu fiz com a Madison!
Ela me encarou pelo retrovisor, e voltou para o banco da frente.
- Nós não vamos fazer compras. Você vai me deixar em frente ao shopping, Christian. E depois irá embora.
Levei uns segundos para respondê-la. Depois eu iria embora. E nunca mais iria vê-la. Era assim que essa história acabava?
- E o que você vai fazer no shopping?
- Christian, presta atenção! Não vou entrar no shopping.
- E para onde você vai? Amanda, um hotelzinho de quinta à 60km de distância da mansão não é um bom esconderijo, sabia? Pra falar a verdade, não é nada! NA-DA.
Ela me encarou.
- Eu vou dar o meu jeito, ok?
- Não posso te deixar no meio da rua sozinha. E se...
- Christian! Eu sei me cuidar, ok? Vai ficar tudo bem.
- O que você está aprontando? - Ela pareceu me observar por alguns segundos.
- Só dirige. - Respondeu, enquanto colocava o cinto de segurança.

- Para o carro aqui. - Ela apontou para um espaço vago, que havia na frente de uma loja qualquer. Atravessando a rua, estava a entrada do shopping.
Estacionei o carro e encarei a garota de cabelos negros ao meu lado. Eu não sabia o que dizer, e muito menos ela.
Ela encarava as mãos, postas sobre o colo, mas eu só conseguia olhar para ela.
- Eu nunca vou esquecer o que você fez por mim. - Ela começou. - Quer dizer, o Ryan e o Chaz eram legais, mas... você era diferente, sempre foi. Tipo, eu soube que poderia confiar em você. Sem você, talvez eu ainda estivesse lá agora... sendo pedida em casamento.
- O que?! - Perguntei. Justin não havia me falado dessa parte.
Ela olhou para frente, encarando a rua movimentada.
- Havia uma caixinha em cima da mesa de jantar. Quando abri, vi que havia um anel dentro. E, bem... havia também outro porta-vestidos na sala de jantar. Era um vestido de noiva.
- Amanda, você tem certeza disso?
- É claro que sim. Vestidos de noivas não são vestidos normais, que usamos para ir ao parque, muito menos ao shopping. - Ela observou o edifício do outro lado da rua, grande e iluminado. - Sinto muito pelo Justin. Mas aprendi a valorizar e lutar por que é meu, e até poucos meses atrás, eu tinha liberdade. - Ela fez uma pausa. - Não sei se foi ele quem escolheu o vestido. Talvez ele tenha se esquecido daquela história que ver o vestido da noiva antes do casamento dá azar.
Esperei alguns segundos antes de me pronunciar.
- Como você se sente? Visto que agora está livre de tudo?
- Sinceramente? - Ela se virou para mim. - Não estou livre. E acho que nunca estarei, não com Justin à solta, por aí. Sempre vou ter medo de sair na rua, do barulho que ouvi enquanto estava indo dormir ou de quando baterem à porta da minha casa - se é que um dia vou ter uma. Não querendo ser muito maldosa, mas eu só irei ter paz se, algum dia, Bieber for preso.
Suspirei.
- Você sabe que se ele for preso, eu vou junto, não é?
A menina arregalou os olhos.
- Oh, Chris. Meu Deus! Não foi isso que eu quis dizer.
A situação foi engraçada, tenho de admitir, então a única coisa que pude fazer foi puxá-la para um abraço.
- Está tudo bem, Mandy. Eu sei que não foi sua intenção.
Ela havia ficado bem nervosa com o que ela mesmo havia dito, mas mesmo assim, começou a rir comigo.
- Me perdoe. - Ela disse.
- Hey, está tudo bem.
A situação passou, e nós paramos de rir, mas continuamos de mãos dadas, o que havia sobrado de algo que era um abraço.
Ela olhou pela janela. Havia começado a garoar.
- Você tem que ir, não tem? Eu não sei o que está passando pela sua cabeça, mas sei que tem que ir.
Ela olhou pra mim, os olhos marejados.
- Muito obrigada, Chris. - Não a respondi, e apenas saí do carro, ela me acompanhou.
Observei ela abrir a porta de trás do carro, e puxar a bolsa, tirando de lá uma jaqueta preta, de couro. Ela vestiu a mesma, enquanto olhava para mim.
- Foi você quem me ajudou a escolher essa jaqueta, se lembra?
Sorri.
- Foi sim. Você estava em dúvida entre a cinza e a preta, e eu disse que a preta ficava melhor em você.
- Mas aí eu vi uma jaqueta rosa, e decidi que ia levar a rosa. Então você fez uma careta e disse: "Essa jaqueta te deixa com cara de patricinha, Regina George..." e não sei o quê.
Eu ri.
- É verdade.
Ela pareceu observar a bolsa.
- Eu não sei o que fazer com esse vestido.
- Guarde-o. Vai se arrepender se jogar fora.
- Impossível.
- As pessoas sempre dizem isso.
Ela revirou os olhos, e fechou a bolsa, deixando o vestido onde ele estava, e pendurou a bolsa no braço esquerdo, enquanto fechava a porta com a outra mão. Dei a volta no carro, me aproximando de Amanda.
- Então, esse é o fim? - Perguntei.
- Talvez sim, talvez não.
- Prefiro acreditar que não, em vez de criar falsas esperanças de que posso ver seu rostinho bonito de novo
Ela riu.
- Quero te pedir desculpas, se fiz algo que te magoei, ou tudo isso que estou fazendo e colocando você no meio possa vir te magoar algum dia.
- Não há porque se desculpar, Mandy. - Fiz uma pausa. - O que vai fazer agora? Vai voltar com a sua vida de antes? Sabe que isso não vai acontecer não, é?
- É claro que sei, Beadles. Talvez eu passe o resto da minha vida com identidades falsas, fugindo de um dos maiores traficantes de Atlanta.
- Não tem um filme mais ou menos assim? Que uma mulher troca de identidade a cada década?
- "A Incrível História de Adaline." - Ela respondeu, se afastando de mim. - Quando quiser se lembrar de mim, assista-o. Se eu realmente ficar trocando de identidade a cada década, daqui alguns anos, você vai poder contar para seu filhos que teve uma Adaline em sua vida também.
Flashback Off.

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