P.O.V. Christian Beadles
- Bieber. - Eu disse, abrindo a porta do escritório. O garoto estava sentado na poltrona, atrás da mesa, observando a paisagem pela janela. Quando o chamei, o garoto se virou, sem nenhuma preocupação aparente. - A gente precisa conversar.
- Posso saber pelo menos aonde vocês estavam? Eu fui atrás de você e do Ryan e a única coisa que eu encontrei foi o Chaz babando no meu sofá.
- No momento, nós temos problemas maiores que uma mancha de saliva no sofá novo. E ele tem nome. - O menino franziu a testa. - Se chama Amanda Evans, tem 19 anos, 1,65 de altura e uma bela bunda.
- Mas de que merda que você tá falando?
Suspirei.
- Dias atrás, você disse que queria que nós amenizássemos as coisas com o Carter, não disse? E nós fizemos o que você pediu...Bem, o Ryan fez. E como você já deve imaginar, fez as coisas do jeito dele, né. Daquele jeito estressado que ele tem. À meia-noite, o cara já tava morto.
- E qual o problema? Vocês fizeram o que eu pedi; ou vão me dizer que a alma do cara está vagando pelas ruas da Carolina do Sul?
-Você não tem um pouco de compaixão, não? Cresceu com o cara; ele era praticamente seu irmão e você debocha da morte dele?
- Christian, meu caro. A vida no mundo do crime é assim, igual aquela brincadeirinha que nós fazíamos quando era criança; como era o nome dela mesmo?...Ah, "Vivo ou Morto". Todo mundo morre um dia. Eu só adiantei a passagem dele para o inferno.
Só pode ser brincadeira mesmo...
- Enfim, o cara morreu. Tudo beleza, tudo lindo e tals. - Fiz uma pausa. - Só que... O cara era um dos maiores traficantes da Carolina do Sul; a polícia queria saber como, e quem tinha matado ele. Às 8:00 da manhã do dia seguinte, já tinham descoberto uma testemunha.
Ele só faltou pular sobre aquela mesa e me esganar.
- Eles descobriram o que?!
- Calma, calma. Nós já resolvemos tudo. Propina. A propina é a base da vida; da informação. O problema; a garota. A garota; a testemunha. E bem, o cara que nós pagamos meio que adiantou meio caminho para gente. Colocou a isca no anzol, só faltava pegar o peixe, e nós pegamos.
- E isso quer dizer que...?
Revirei os olhos.
- A garota tá lá embaixo. - Resmunguei.
O menino arregalou os olhos.
- Você trouxeram a garota para cá?! Não era mais fácil matar essa vadiazinha e jogar o corpo dela na beira de uma estrada, não?
- Puta que pariu, você só reclama, viu? Nós fizemos o que você pediu, acabamos nos fodendo no final, mas aí descobrimos que a história ainda não tinha acabado, acabamos salvando a cidade de Townsville - pelo menos o nosso lado da cidade, né? Porque os outros que se fodam mesmo e você ainda tá reclamando?!
O menino suspirou.
- Aonde que ela tá?
- Na sala, ué. Ou você queria que eu deixasse a garota tomando um banho na sua banheira, enquanto experimenta um dos nossos champagnes mais caros?
O garoto revirou os olhos.
- Mas que porra...- Murmurou, enquanto se levantava da poltrona.
Ele deu a volta pra mesa e continuou xingando, enquanto saía do escritório. O acompanhei, enquanto descíamos as escadas do mezanino.
Quando finalmente chegamos na sala, ele olhou para a garota de joelhos no tapete, com as mãos e os pés amarrados por cordas, que estava chorando baixinho. Em seguida, olhou para Chaz, que sim, estava roncando jogado no sofá.
- Esse filho da puta ainda tá dormindo? - Justin disse, puxando a arma do cós da calça e colocou na orelha do garoto, apertando o gatilho em seguida. Não, a arma não estava carregada; mas o deslocamento de ar provocado pela arma sem balas na orelha de Chaz foi suficiente para que ele acordasse xingando.
- Mas que porra, Bieber! Que merda é essa? Nem dormir em paz eu posso?
- Dormir? Tem 6 horas que você tá jogado nesse sofá! Gostou do sofá novo? Casa com essa merda, então!
O menino se ajeitou no sofá, enquanto limpava a baba que estava escorrendo.
- Qual é o problema agora? - Chaz disse, olhando para Bieber.
- Qual é o problema, Charles? Essa vadiazinha é o problema!
Amanda se indignou, e ia começar a gritar, quando Ryan tampou a boca dela com a mão.
- Shh. Fica quietinha, fica.
- O que tá acontecendo? - Chaz perguntou.
- Testemunha do assassinato do Carter. - Ryan não disse mais do que isso.
- Sério, Ryan? Mas que merda! Não queria mais nada, né? - Disse o garoto, se levantando do sofá.
- Cale a boca, Somers. - Justin disse, sentando no sofá e observando a garota. - Minha filha, o que eu faço com você? - Murmurou.
A garota olhou para ele e deu uma simples resposta, depois de Ryan tirar a mão da boca dela.
- Me deixa ir embora. Por favor. Eu juro que eu não falo nada para ninguém. - Ela implorava. A maquiagem borrada escorria pelo rosto molhado de lágrimas da menina.
Bieber parecia prestar atenção na menina. Ela era realmente bonita; linda, para falar a verdade, apesar da maquiagem borrada; tinha um rosto angelical e uma voz doce.
- Você já disse muita coisa para a polícia, docinho. E se eu deixar você ir embora, as coisas podem piorar; e não vai ser para o seu lado.
Peguei a bolsa da menina e comecei a vasculhar. Celular, dinheiro, maquiagem e outras coisas sem importância.
A menina permanecia quieta.
- Foi difícil encontrar ela? - Bieber perguntou.
- Para falar a verdade, não. - Disse Ryan, indo até um canto da sala, onde costumávamos deixar uma mesinha com bebidas. - Mas estávamos lindando com a 'testemunha do caso do Carter' como se a menina estivesse com bombas amarradas ao corpo. - Ele pegou uma dose de whísque e observou a menina.
- O que nós vamos fazer com ela? - Perguntou Chaz, voltando da cozinha com uma lata de cerveja na mão.
Me manifestei.
- Isca.
- O quê? - Disse Bieber.
- Nós temos planejado assaltos de grande porte, e temos estruturas para executá-los. Mas ainda faltava alguma coisa; e essa coisa era a isca perfeita. Ela é a isca. Se nós colocarmos ela no meio do plano, dá tudo certo.
Ele pareceu observar a garota.
- Quem garante que vai dar certo? - Perguntou, olhando para a menina que suplicava e fazia "não" com a cabeça.
- Quando você veio da Carolina do Sul para cá, ninguém garantiu em nenhum momento que a vida no mundo do crime ia dar certo, Bieber. E olha só; hoje em dia, o Ryan bebe Red Label como se estivesse bebendo água.
Ele deu risada.
- Colocar uma garota no meio do Império Bieber não vai fazer com que ele acabe em ruínas, Justin.
Ele suspirou.
- Okay. A garota fica.
Os quatro observaram a garota por mais um período.
- Onde ela vai ficar? - Disse Chaz, virando o resto da lata de cerveja.
- Eu não quero ficar aqui. - Disse Amanda.
- Minha casa, minhas regras, docinho. Eu decido se você fica ou não. - Disse Justin, se levantando do sofá. Ele se virou para o Ryan. - Põe ela no quarto que era da Madison. Não precisa trancar a porta, mas fala para os seguranças ficarem de olho na varanda do quarto e nas saídas da mansão. - Ele olhou para a garota. - Espero que tenha uma boa hospedagem, docinho.
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Sirens // j.b
FanfictionSua boca era o lugar onde eu encontraria o sorriso mais lindo de todos. Seus olhos, o endereço de um mar cor-de-mel brilhante. Seu corpo, cheios de tatuagens, algumas estranhas, outra lindas, de hipnotizar o observador. Mas suas mãos... elas estavam...