Sirens // j.b

Capítulo 3 - We are going to Atlanta.

P.O.V. Amanda Evans

Semanas depois.

- Onde que você tá? - Mal atendi o telefone e já perguntei para Claire, pela 3° vez no dia.
- Acabei de chegar em frente à delegacia. Posso saber onde você está?
- O que? Você não viu minha mensagem?
- Amanda...
- Tem alguma coisa errada, Claire. Eu tô descendo as escadarias do metrô agora; se eu continuar, em 20 minutos estou dentro do shopping.
- Não acha melhor...
- Não, não. Eu sei o que estou fazendo. Te encontro em frente ao cinema.
Desliguei a chamada e guardei o celular no bolso. Era sábado à tarde e metrô não estava tão cheio. Eu estava com mal pressentimento desde mais cedo e parece que as coisas pioraram enquanto esperava a Claire em frente à delegacia.
Desci uma escada rolante e olhei em volta, passei por uma catraca e continuei caminhando rente à parede, perto de alguns guichês que vendiam bilhetes e davam informações; alguns deles estavam vazios, outros ocupados por funcionários do metrô.
Em questão de segundos, quando menos esperei, fui jogada para dentro de um dos guichês e prensada contra a parede.
Assustada, olhei para a pessoa na minha frente.
Encarei parte do rosto de um homem, até ele tirar os óculos e o boné que usava, e eu encontrar ele denovo.
- Sentiu minha falta, querida?

Terc. pessoa

~1hr e 15 min antes~

- É um prazer revê-la, srta. Evans.
A garota observou mais uma vez o detetive George Fitz, sem muito ânimo. Vamos dizer que estar em uma delegacia para fazer reconhecimento de um cara que provavelmente é um assassino não costuma ser algo muito animador.
- Olá. - Ela apenas respondeu.
- Antes que a srta. faça o reconhecimento, preciso que espere alguns minutos antes de tudo.
A garota assentiu e ficou na recepção por alguns minutos.
Pessoas passavam para lá e para cá o tempo todo, nada de importante. Um garoto (que estava mais para um homem) caminhou pelo corredor vazio que levava até a recepção. Olhou para Amanda e ligou para alguém no telefone, depois, voltou pelo mesmo corredor que veio e sumiu do campo de visão da garota.
O detetive apareceu alguns minutos depois, chamou a garota para uma sala na qual estava dois policiais e mais duas pessoas.
- É uma coisa simples e rápida, Amanda. Você só tem que apontar se algum deles é o cara que você viu aquela noite.
A garota olhou para os três homens atrás do vidro. Apesar de saber que nenhum deles sabia exatamente quem iria prestar o reconhecimento, a situação era um pouco tensa.
A menina continuou observando os homens. Todos eles eram loiros, dos olhos claros e altos, mas nenhum deles era o Ryan.
- Não. - A menina olhou para o detetive. - Não é nenhum deles. Parece muito, mas não.
O detetive acompanhou a menina até o lado de fora.
- Antes do... resto, Amanda, quero que você saiba que, às vezes, esses casos levam tempo. Não somos um C.S.I. da vida. Você é a peça-chave nessa investigação.
A menina assentiu.
O detetive foi embora, deixando a menina no meio do corredor.

P.O.V. Amanda Evans

Caminhei até a porta da frente da delegacia, enquanto procurava pelo celular na bolsa. Quando finalmente achei, liguei para Claire.
- Hey. - Ela atendeu no quarto toque.
- Oi. Você vem me buscar?
- Já estou a caminho, Dna. Amanda. - Claire brincou, num tom de "sim, senhora". - Shopping depois? Minha Naked 2 acabou.
- O quê? A minha tá praticamente inteira!
- Pra quem usa maquiagem uma vez na vida e outra na morte, sinceramente, não me surpreende.
Eu ri.
- Chego aí em 20 minutos. - A loira disse, antes de desligar a chamada. Soltei um "Ok" mesmo sabendo que, no fundo, eu estava falando sozinha.
Sentei num banco que havia ali na rua e esperei. Era meio da tarde, e a delegacia ficava perto de uma praça, então crianças e adolescentes caminhavam bastante por ali.
Cerca de meia hora depois, Claire ainda não havia chegado.
O movimento da rua pareceu diminuir, e um carro preto estacionou na rua.
Fiquei ali por mais um tempo, até perceber que o tempo passava e nada da srta. Marin. Comecei a estranhar. Por incrível que pareça, por mais que Claire fosse vaidosa, meio louca, uma patricinha enrustida (vamos assim dizer), ela era extremamente pontual. A última vez que ela se atrasou assim, foi há mais de um ano, e porque a Victoria Secret's estava fazendo uma puta liquidação.
Levantei do banco e arrumei a bolsa no ombro.
- Tem alguma coisa errada. - Murmurei.
Um garoto saiu da delegacia, o mesmo que eu havia visto fazendo a ligação e entrou no carro.
O metrô não era tão longe assim, sempre havia alguma estação por perto. Enquanto caminhava em direção à uma delas, mandei uma mensagem para Claire.
"Você demorou demais. Mudança de planos, vou de metrô. Te encontro em frente ao cinema. OBS: Alguma coisa está errada. XOXO, A."