Capítulo 5 - You're mine now.

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P.O.V. Amanda Evans

- Ficar sem comer não vai adiantar nada, Amanda. - Era isso o que eu ouvia quase todos os dias, de Christian, acho.
Eu vivia jogada naquela cama, sem ânimo para nada. Tudo que eu queria era fugir daquele lugar. Ir na delegacia mais próxima e contar tudo que tinha acontecido até agora.
Eu não aguentava mais ficar ali. Estava com a mesma roupa a três dias e agradecendo aos céus por não estar menstruada.
Levantei da cama.
O que eu poderia encontrar ali? Eles disseram que este quarto era de uma menina. Melanie; Melissa; alguma coisa assim.
Abri uma porta que havia ali no quarto e descobri um closet. Liguei a luz e observei o lugar cheio de cabides enfileirados, cada um com alguma peça de roupa; de camisetas simples a vestidos de luxo, usados em festas de gala. De American Appareal à Calvin Klein, Rosa-Chá, Chanel.
A menina que vivia aqui, com certeza, não devia abrir o closet e pensar "Não tenho nada para vestir".
Não sei se conseguiria usar alguma dessas roupas, mas havia outra porta no quarto. Provavelmente, um banheiro.
Lembrei de Claire; ela, se visse isso aqui, surtaria. Tentaria pegar o máximo de roupas e fugir com as peças pela janela.
Meu Deus do Céu! O que será que ela deve estar pensando? O que os meus pais devem estar pensando? Será que eu já fui dada como desaparecida?
Voltei ao quarto e chequei a janela que dava para uma varanda. Trancada com um cadeado. Do que adiantaria? Tem um segurança lá embaixo que mais parece um armário.
Sentei na cama e fiquei olhando pro nada durante alguns minutos.
O que minha família está pensando agora?! Que eu fugi; sem motivo algum? Que eu fui sequestrada mesmo?
Ficar pensando nessas coisas não adiantaria em nada. Eu acabaria desidratada de tanto chorar.
Deitei na cama e me cobri com um cobertor branco que havia ali, tentando me manter calma e não acabar chorando.
Acabei me assustando quando abriram a porta. Era Christian. Bem provável que fosse ele o encarregado de ficar me vigiando.
- Tá aqui seu almoço, Amanda. Vê se come. Nós queremos você viva e saudável.
Quase caí na gargalhada, mas a ira falou mais alto.
- Viva?! Vocês me sequestram e querem que eu fique viva?!
O menino franziu as sobrancelhas.
- Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Se quiséssemos você morta, já teríamos matado.
Olhei em volta e me lembrei da garota que, provavelmente, dormia naquele quarto.
O garoto estava prestes a sair do quarto quando o chamei de volta.- Christian. - O garoto se virou e olhou para mim. - Havia uma garota que dormia aqui, não havia? Uma tal de Melissa...
- Madison. - Ele me corrigiu.
- Tanto faz. - Retruquei. - O que aconteceu com ela?
Ele deu um sorrisinho de lado e se apoiou no batente da porta.
- Bem...Ela fazia programa. Era uma das mais bem pagas, que fazia melhor, de luxo, se é que você me entende... Ela vivia com o Justin, o Justin vivia com ela. Só que ela meio que se tornou fiel a ele, parou de fazer programa e tals. Ele nunca a amou, isso é fato. E bem, uma hora todo mundo cansa. E foi o que aconteceu com o ela. Ela se cansou, voltou para prostituição e conheceu o nosso amiguinho, o Carter. E o Justin nunca nem ligou. No fundo, ele achava que ela, no final do dia, só abria as pernas para ele. Quando descobriu ficou louco, e a raiva falou mais alto.
- Ele pôs ela para fora? - Perguntei.
- Olhe para o closet dela, Amanda. Está cheio de roupas. Acha que se ela fosse embora não teria levado suas roupas?
Permaneci quieta.
Antes de fechar a porta, o garoto se virou para mim mais uma vez.
- Me livrar do corpo dela foi mais difícil do que imaginei.

Horas mais tarde, quem apareceu no quarto foi Chaz. O garoto parou em frente à cama, na qual eu estava deitada.
- O Bieber quer te ver.
Quase ri da cara dele.
- E quem disse que eu quero ver ele?
Ele suspirou; não como se estivesse bravo ou alguma coisa do tipo, mas como se ele já tivesse passado por aquela situação, não fosse novidade.
- Olha aqui, garota. - Ele caminha em minha direção, em seguida, agarrando meu braço e me puxando para fora do quarto. Ele caminhava tão rápido e me segurava com tanta força, que meus pés descalços mal tocavam o chão. - Aqui é assim; a gente manda e você obedece, se for para ficar aqui...
- Eu não quero ficar aqui! - Gritei.
- Isso não é problema meu. Geralmente, as únicas garotas que entram aqui e conseguem sair depois, sãos as vadias que a gente paga. Agora, obedeça. Se continuar desse jeito, vai ser uma pena ter que desperdiçar um corpinho desse.
Nós entramos no escritório e ele me jogou em uma cadeira que havia ali, em frente à mesa.
- Ele já vem. - Disse Chaz, saindo do lugar.
Reparei no escritório. Estilo rústico; muito madeira, couro e uma janela bem grande.
A mesa na minha frente não estava a coisa mais organizada do mundo; havia papéis amassados, embalagens de preservativos e canetas espalhadas.
Pensei em quais seriam as chances de eu conseguir sair dali. A câmera posta no canto superior de uma das paredes não me ajudaria muito.
Minutos depois, a porta foi aberta, revelando um Bieber de cabelos bagunçados, lábios vermelhos e uma camisa mal abotoada.
O menino deu a volta na mesa, sentando-se na poltrona e olhando para mim.
Ele arregaçou as mangas da camisa social branca e reparei nas muitas tatuagens. Ele começou a abotoar a camisa, mas parou na metade do caminho, deixando a camisa meio aberta. Observei a tatuagem de cruz no peito.
Não querendo admitir mas já admitindo; ela era linda.
Ele apoiou os braços na mesa, jogando o corpo para frente e me encarando.
Os olhos cor-de-mel me fitavam, me deixando constrangida. Resolvi tomar partido.
- O que você quer comigo? - Perguntei.
- Melhor dizer o que eu não quero de você. - Revirei os olhos. - Sabe, Mandy...
- Não me chama de Mandy. - O interrompi.
- Prefere docinho? Ok, docinho. - Disse ele, dando ênfase na última palavra. - Você tem que parar de ser muito teimosa. - Ele deu uma risadinha. - No final, todas vêm parar aqui ó... - Ele se afastou da mesa e bateu na perna direita. - No meu colo.
- Você é ridículo. Eu prefiro ficar trancada naquele quarto, sem comer, do que ter que ouvir você falar merda. - Levantei da cadeira e caminhei em direção à porta. Quando estava prestes a tocar a maçaneta, fui puxada de volta. O menino me prensou contra a parede.
- Tem certeza?
- Se você acha que eu vou acabar abrindo as minhas pernas e dando para você aqui, está muito enganado. - Eu disse, praticamente jogando as palavras na cara dele.
Ele deu um sorrisinho malicioso.
- Sem problemas. O meu quarto não fica muito longe daqui.
- Estúpido.
- Gostosa.
Me soltei de seus braços e abri a porta do escritório, saindo daquele lugar. Caminhei até meu quarto, com Bieber atrás de mim.
- Não adianta fazer birra, docinho.
- Me deixa em paz...- Eu disse, sentando na cama. - Ou melhor; me deixa ir embora.
- Está na hora de se conformar que isso nunca vai acontecer, docinho. E uma hora, você vai ter que ceder a mim.
- Vamos combinar uma coisa, ok? Eu me conformo que nunca mais vou sair daqui e você se conforma que eu nunca vou transar com você. O que acha?
Ele, que estava encostando no batente da porta de braços cruzados, caminhou até mim.
- Eu só quero ir embora, Justin. - Suspirei.
- E quando voltar para casa, para aquela delegaciazinha de merda, os policiais te encontrarem, vai dizer o que? Que se perdeu na floresta? Que tropeçou numa pedra, caiu, bateu a cabeça e ficou desacordada por três dias? Ah, pelo amor, Amanda. Para de ser infantil. - Ele se agachou, ficando um pouco menor que eu, pois estava sentada na cama. - Vamos combinar uma coisa diferente, ok? Eu não vou fazer nada, mas você vai se conformar que você é minha agora.

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