Capítulo 2 - That night.

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Narrativa em 3a pessoa

O investigador entra na cafeteria próxima ao local do crime. Não está sozinho, mas trabalha naquele estilo de "se você quer uma coisa bem feita, faça você mesmo". Para de frente ao balcão e antes de trocar qualquer palavra com o funcionário da loja, tira os óculos de sol e apresenta o distintivo da polícia ao garoto parado na sua frente.
- Boa tarde. Detetive Aaron Carpenter. Será que eu posso trocar uma palavrinha com você, sr...Simon?
O funcionário nada disse, apenas assentiu.
- A cafeteria vai até que horário? - o detetive perguntou.
O funcionário deu de ombros.
- É uma cafeteria numa zona, tecnicamente, nobre da cidade; na capital do estado. Estamos sempre abertos. - Ele apontou para a placa na porta da cafeteria. Os letreiros estavam apagados, mas era possível ver escrito "24 hrs".
- Trabalhou aqui ontem à noite?
- Só trabalho aqui de manhã. Mas tem um cara fazendo hora extra aqui; o Andrew. Acho que foi ele quem ficou tomando conta da cafeteria ontem à noite. Se você quiser falar com ele...
O detetive assentiu, e Simon foi para os fundos da cafeteria, atrás de Andrew, que saiu da cozinha da loja secando as mãos num pano e com o uniforme marrom.
- Andrew? Detetive Aaron Carpenter. Seu amigo me disse que você trabalhou ontem à noite. Ouviu alguma coisa? Viu alguma coisa estranha?
-Ahn... as coisas por aqui sempre são muito estranhas. Mas em especial... já era meia-noite. A cafeteria devia ter um ou dois clientes, no máximo. A rua lá fora tava vazia. Então eu ouvi um barulho estranho; a princípio, eu achei que era um escapamento de alguma moto ou coisa parecida, então eu não dei muita importância. E então uma viatura passou pela rua. Alguns minutos depois, uma menina passou em frente à cafeteria...
- Uma menina? - O detetive perguntou.
- É, sim. Eu não teria dado tanta importância. Mas como eu disse, a cafeteria estava praticamente vazia, então eu estava apenas olhando o movimento. Ela estava meio pálida, parecia estar meio assustada. Acho que até cogitou entrar na cafeteria, mas foi embora.
O detetive observou o homem que lhe acompanhava, com um tablet na mão. O homem fez um aceno com a cabeça, indicando que havia anotado tudo.
- Será que eu posso ver as filmagens das câmeras de segurança?
- Isso o senhor vai ter que ver com o gerente.
A conversa com o gerente não é tão longa quanto Aaron imaginava que seria, e em questão de minutos as filmagens das câmeras de segurança estão nas mãos dele.
As filmagens não são analisadas totalmente; é analisado apenas o mecessário, conferindo o horário das filmagens e o horário que o médico legista teria suposto à morte de Carter: entre 23:00 e 00:00.
A garota nas filmagens é identificada como Amanda Evans; 19 anos; nascida e criada na Carolina do Sul; sem antecedentes criminais.
Quando finalmente localizada, a garota parecia saber que estava ali por causa daquela noite.
- Você sabe o porque de estar aqui, Amanda?- A pergunta é feita pelo detetive George Fitz, mais um encarregado de coletar provas e informações para o caso do assassinato de Carter. - Esse cara tá morto. E uma câmera perto do local do crime registrou você "passeando" pelas ruas no horário da morte dele. - Uma pasta com a foto de Carter é posta na frente da garota, que não parece acreditar que eles acham que ela é a culpada pelo assassinato do garoto.
- Vocês realmente acham que fui eu que matei esse cara?
O detetive senta na frente da garota.
- Nós não achamos nada, Amanda. Não até você nos dizer o que sabe.
A menina suspirou.
- Não fui eu quem matei o Carter, ok?
- Então você sabe o nome dele?
- Eu ouvi ele discutindo com outro cara; um tal de Ryan.
- Quando foi isso?
- Ontem. Ontem à noite. Eles estavam discutindo. Parecia que o Ryan estava ali porque outra pessoa tinha mandado o Ryan atrás do Carter.
- Você ouviu sobre o que eles discutiam?
- O Carter falava um monte de coisas sobre alguma outra pessoa. Só que aí o Ryan se irritou e atirou no Carter.
- Foi só isso?
A menina deu de ombros.
- Foi. Isso é tudo o que eu sei.
O detetive permaneceu olhando para a garota por mais alguns instantes.
- Muito bem, srta. Evans. Está dispensada.
A garota pega sua bolsa e vai embora.
- Você acredita nela? - Pergunta um policial, que acompanhava tudo.
- Não acho que ela esteja falando tudo - mesmo que sejam verdades. Mas é tudo o que temos.

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