Capítulo 10

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  Sam

-Vamos Sam! - Sammy estende sua mão em minha direção, me encorajando a segurá-la. - Não precisa ter medo, eu vou estar do seu lado.

Seus cabelos negros balançam com o vento que sopra em nossa direção, estamos parados em frente a uma antiga casa, onde boatos dizem, ser amaldiçoada. O casarão de dois andares e com seis janelas, é bem velho, algumas janelas estão apenas pendendo para fora e a tinta da madeira está gasta.

-Tudo bem. - aperto forte sua mão e juntos seguimos até a entrada da casa. - Tem certeza de que vamos ficar bem? - ela aperta com a mesma força minha mão. - Sammy, somos crianças e se tiver algo dentro?

-A gente sai correndo. - seus olhos azuis me olham, eles me enchem de coragem. Concordo com ela e seguimos rumo a porta de entrada.

Meus tênis pisam na madeira velha, a fazendo ranger. Juntos colocamos a mão sobre a maçaneta da porta e abrimos devagarinho. O rangido mais uma vez irrompe meus ouvidos, me fazendo encolher os ombros. Ela dá um passo para frente, me puxando consigo, eu apenas a sigo. 

O corredor a nossa frente está coberto por um longo tapete vermelho empoeirado, à nossa direita, uma comprida escada segue até o andar de cima. Com passos cautelosos pouco a pouco vamos adentrando mais na casa. Uma velha mesa de quatro gavetas está encostada na parede, oposta a escada.

-Vamos subir. - sua voz baixinha me causa um arrepio pela nuca, que vai descendo até chegar aos meus braços.

-Não Sammy, vamos embora. - meus olhos suplicam para irmos embora dali, esta casa tem vibrações ruins.

-Não Sam, a melhor parte estar por vir. Vamos explorar. - então ela sai correndo, sua mão se desprendendo da minha. Sigo atrás dela, pulando os degraus de dois em dois para tentar alcançá-la. 

Quando chego ao topo da escada não vejo mais Sammy, olho para todos os lados e nada. O carpete marrom imundo, as cortinhas de linho branca sacudindo, o papel de parede rasgado como se unhas compridas tivessem feito isso e um estrondo, uma porta que se fechou pela correnteza me faz pular de susto.

Meu corpo paralisado pelo medo, as mãos frias e trêmulas.

-Sammy? - nenhuma resposta. Nada de sua voz me chamar, nada de pedidos de socorro ou passos atrás de mim. 

Faço forças para me mover e me encorajar a sair em sua procura, passo por uma porta fechada e um vulto preto parece passar ao meu lado. Grito desesperado e me encosto na parede, tentando segurar o choro. Eu sou corajoso, não no sentido de entrar em casas abandonadas que supostamente dizem ser assombradas, mas sou corajoso no sentido de proteger minha melhor amiga de apenas treze anos de meninos malvados e meninas idiotas. 

Sammy & SamOnde histórias criam vida. Descubra agora